CNN
23/08/2023 14h11
O governo abrirá negociações com operadoras privadas de rodovias federais para repactuar contratos, acertar um novo cronograma para obras em atraso e incluir investimentos adicionais nas concessões existentes.
A intenção é destravar projetos de R$ 40 bilhões até 2026.
O Ministério dos Transportes deverá publicar, nesta semana, uma portaria pedindo manifestação formal de interesse das empresas dispostas a discutir uma eventual repactuação.
A avaliação do ministério é que 15 das 22 concessionárias de rodovias possam aderir às renegociações de contrato
...O governo abrirá negociações com operadoras privadas de rodovias federais para repactuar contratos, acertar um novo cronograma para obras em atraso e incluir investimentos adicionais nas concessões existentes.
A intenção é destravar projetos de R$ 40 bilhões até 2026.
O Ministério dos Transportes deverá publicar, nesta semana, uma portaria pedindo manifestação formal de interesse das empresas dispostas a discutir uma eventual repactuação.
A avaliação do ministério é que 15 das 22 concessionárias de rodovias possam aderir às renegociações de contratos, segundo o secretário-executivo da pasta, George Santoro. “Algumas já nos sinalizaram que estão interessadas”, disse.
Um exemplo dado por Santoro é o da BR-163, entre Sinop (MT) e Itaituba (PA), em trecho administrado pela Via Brasil. De acordo com ele, o tráfego de caminhões – graças à safra de grãos cada vez maior – está 40% acima do fluxo projetado nos estudos feitos em 2019, que balizaram a concessão da rodovia.
O secretário afirma que, para dar conta da demanda, o governo pretende negociar com a concessionária a construção de uma terceira faixa ao longo da estrada.
“Hoje essa concessão tem nível E de qualidade de serviço (pior numa escala de A até E). É como se o usuário estivesse dirigindo na Marginal Tietê por mil quilômetros”, compara Santoro, citando a extensão aproximada do trecho operado pela Via Brasil entre o Mato Grosso e o Pará, considerado nevrálgico para escoar a produção agrícola pelos portos do Norte do país.
Como o contrato original tem apenas dez anos de vigência, a expectativa é de que possa haver uma extensão do prazo, sem aumento das tarifas de pedágio atualmente pagas pelos usuários da BR-163 para compensar a empresa responsável pela estrada.
Além de intervenções adicionais, o governo deverá “perdoar” obras que estão com o cronograma atrasado, mas estabelecendo compromissos mais rígidos e uma espécie de “via expressa” para punições em caso de descumprimento dos novos acordos.
Hoje, diz Santoro, os processos de caducidade das concessões são lentos demais e muito dificilmente acabam em cessação dos contratos. Com as repactuações, segundo ele, esses processos ficam mais simples e ágeis.
Uma das inovações na renegociação é que o acompanhamento das obras não será mais feito apenas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que tem limitação de quadros.
A Infra S.A. – estatal ligada ao ministério – contratará empresas verificadoras independentes para monitorar a execução das obras. Isso dará mais agilidade à fiscalização e à eventual autuação por descumprimentos.
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