Valor Econômico
05/11/2025 13h10
A infraestrutura deficitária em portos e rodovias do Nordeste é uma trava ao desenvolvimento da região, segundo Gabriela Avelino, subsecretária de fomento e planejamento do Ministério dos Transportes.
Parte dos produtos nordestinos não é vendida para outras regiões pois a Bahia e outros Estados não estão conectados de forma eficiente ao restante do Brasil, disse. Isso prejudica a geração de emprego e renda nesses locais.
“Há gargalos relevantes na BR-101 e muito relevantes na BR-116 (que cruzam o Nordeste de norte a sul)”, afirmou ela.
“E também enfrentamos problemas para a cabotagem, que pod
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A infraestrutura deficitária em portos e rodovias do Nordeste é uma trava ao desenvolvimento da região, segundo Gabriela Avelino, subsecretária de fomento e planejamento do Ministério dos Transportes.
Parte dos produtos nordestinos não é vendida para outras regiões pois a Bahia e outros Estados não estão conectados de forma eficiente ao restante do Brasil, disse. Isso prejudica a geração de emprego e renda nesses locais.
“Há gargalos relevantes na BR-101 e muito relevantes na BR-116 (que cruzam o Nordeste de norte a sul)”, afirmou ela.
“E também enfrentamos problemas para a cabotagem, que poderia ser mais utilizada para abastecimento do mercado doméstico, mas que enfrenta gargalos nos portos da região.”
Segundo Gabriela, existe ainda a necessidade de maior integração dos modais de transporte no Nordeste.
Hoje, 65% das cargas são transportadas por caminhões. Reduzir esse percentual é um dos objetivos do Plano Nacional de Logística 2050 (PNL 2050), coordenado pelo Ministério dos Transportes e que traz um diagnóstico extenso dos problemas de transporte do país para embasar projetos.
De acordo com Pedro Paulo Magalhães, diretor de operações da Bahiainveste, empresa de capital misto voltada a promover ações para o desenvolvimento baiano, o Nordeste precisa de mais ferrovias interligadas com rodovias.
Segundo ele, só com visão sistêmica a Bahia se tornará um hub logístico nacional, conectando o Centro-Oeste e o Sudeste.
“A Bahia está vocacionada a isso, sendo o Estado brasileiro com mais divisas [oito]. Mas precisamos de infraestrutura”, afirmou.
Jorge Bastos, presidente da Infra S.A., disse que os projetos ferroviários para o Nordeste estão em andamento.
Ele lembrou que a Transnordestina está pronta para iniciar testes operacionais e prometeu lançar o edital de retomada da ferrovia em Pernambuco ainda esta semana.
Destacou também que o governo federal tem feito esforços para concluir a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) e reestruturar a Centro-Atlântica (FCA).
“A FCA é uma ferrovia de dois séculos atrás. Tem curvas horríveis, passa por dentro de cidades”, afirmou.
Ana Josephina, representante da Federação das Empresas de Transportes dos Estados da Bahia e Sergipe (Fetrabase) e sócia-diretora da 3A Log, disse que a produtividade de sua empresa poderia ser até três vezes maior não fossem os problemas logísticos da região. A 3A Log se dedica, principalmente, a transportar algodão para exportação.
Hoje, segundo ela, 99% das cargas são levadas por caminhões e só 10% são exportadas por portos baianos. A maior parte sai do país via porto de Santos (SP), a 1.600 km de onde o algodão é colhido.
Carlos Henrique de Oliveira Passos, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), disse que, com a exportação via Santos, a economia baiana perde oportunidades.
Marcus Alban, professor da Universidade Federal da Bahia, acrescentou que perdas como essa explicam por que a economia baiana, que há 15 anos era a quinta maior no Brasil no ranking estadual, hoje é a sétima do país.
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