Assessoria de Imprensa
05/05/2022 11h00
Foi realizado na semana passada a 2ª edição do Fórum de Saneamento e Recuperação Energética, chancelado pela IFAT, feira líder mundial em tecnologias ambientais.
O evento aconteceu no Expo Center Norte, em São Paulo, e teve como intuito debater o desenvolvimento das ações referentes à implementação do Novo Marco Legal do Saneamento na prática, além de comentar os desafios da indústria, mostrar projetos em estudo e execução e elucidar sobre como a recuperação energética no país se encaixa nesse processo.
Rolf Pickert, CEO da Messe Muenchen do Brasil, organizado
...Foi realizado na semana passada a 2ª edição do Fórum de Saneamento e Recuperação Energética, chancelado pela IFAT, feira líder mundial em tecnologias ambientais.
O evento aconteceu no Expo Center Norte, em São Paulo, e teve como intuito debater o desenvolvimento das ações referentes à implementação do Novo Marco Legal do Saneamento na prática, além de comentar os desafios da indústria, mostrar projetos em estudo e execução e elucidar sobre como a recuperação energética no país se encaixa nesse processo.
Rolf Pickert, CEO da Messe Muenchen do Brasil, organizadora do evento, destacou que o Marco Legal do Saneamento é uma oportunidade para que operadores públicos possam se reinventar e trazer uma infraestrutura eficiente para o país bem como ressaltou a importância da retomada dos eventos.
“De acordo com o plano nacional de saneamento básico será necessário investir R$ 753 bilhões até 2033 e isso tudo deve ser feito de forma mais sustentável e bem planejada com nítidos benefícios para o meio ambiente e saúde da população.”
Os painéis realizados no período da manhã discutiram temas abrangentes, trazendo as consequências do marco regulatório do saneamento, as expectativas sobre os leilões esperados em 2022 e sobre como a indústria nacional de máquinas e equipamentos está preparada para atender aos projetos de saneamento.
Maurício Portugal, sócio do Portugal Ribeiro Advogados e Professor de Modelos Regulatórios da FGV-SP deu início ao primeiro painel como moderador e contextualizou o cenário trazido pelo decreto 10.710/2010 que prevê que as operadoras de saneamento básico comprovem sua capacidade econômico-financeira para universalização serviços.
O assunto seguiu com as participações de Pedro Maranhão, Secretário Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional; Percy Soares Neto, Diretor Executivo da ABCON SINDCON; Marcus Macedo, Gerente Especialista em Infraestrutura e Power na Marsh Brasil; e Ceci Caprio, Consultora em Saneamento Ambiental na GO Associados. No painel foram levantadas as necessidades de regulação das operadoras ao passo que se não comprovadas suas capacidades econômico-financeiras, abre-se espaço aos municípios para a realização de leilões e participação da iniciativa privada.
Para Pedro Maranhão, Secretário Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional, o Marco Legal do Saneamento atraiu a iniciativa privada para investir na universalização, trazendo saneamento para todo país, contribuindo para sustentabilidade.
“O Marco do Saneamento é o maior programa ambiental do mundo porque é um programa que vai tratar esgoto para mais de 100 milhões de pessoas, tratar água para 35 milhões de pessoas e vai zerar mais de 3 mil lixões a céu aberto. E isso está acontecendo por conta do Marco que trouxe regulação, previsibilidade e garantias para todo setor”.
O segundo painel seguiu conectado ao tema trazendo informações sobre o que esperar dos leilões de saneamento em 2022. .
Segundo Luana Siewert Pretto, o Instituto Trata Brasil atua para que a população entenda a importância do Saneamento Básico e que sua ausência vai fazer com que isso afete a saúde do país o que acaba prejudicando o desenvolvimento, principalmente, de crianças.
“A conscientização faz com que haja um movimento em prol do Saneamento Básico nos Municípios, Estados e no país. Nós temos um grande caminho pela frente e há uma necessidade maior de investimentos no Saneamento Básico”.
Para Fabio Abrahão, Diretor de Concessões e Privatizações do BNDES, o Marco Legal do Saneamento veio do Executivo e Legislativo, mas é a sociedade que criou tais condições.
“O Marco nasce da cobrança do reconhecimento da necessidade dessa infraestrutura por meio da sociedade. Um exemplo concreto de que tenho mais gostado é o Leilão do Bloco B, em Alagoas, pois eram somente municípios do agreste alagoano e tivemos a disputa de duas companhias de qualidade”.
Na sequência, Estela Testa, CEO da Pieralisi Américas, empresa patrocinadora do evento e Presidente do SINDESAM da ABIMAQ recebeu Glauco Montagna, Diretor do SAM do Segmento Saneamento da Schneider Eletric e Vice-Presidente do SINDESAM da ABIMAQ; Wagner Setti, Relações Institucionais e Governamentais da WEG e Eduardo Pacheco, Diretor Técnico do Portal Tratamento de Água e do Portal Saneamento Básico.
As informações discutidas no painel indicaram que a indústria nacional está preparada para atender a alta demanda esperada para os próximos anos, ainda com espaço para aumentar a capacidade de produção.
Ficou evidente também que o consumo e o reaproveitamento de energia, assim como a automação dos processos e a interatividade (ioT) das máquinas e equipamentos são preocupações já presentes na indústria nacional. Outro ponto ressaltado foi a importância da qualificação da mão-de-obra.
“Estamos muito otimistas com o Marco do Saneamento e não temos problemas em relação ao parque instalado, pois nosso setor está preparado. Temos uma capacidade de aumentar nossa produção para demanda que vier”, revelou Estela.
Impactos – No período da tarde, seis painéis abordaram questões técnicas, com discussões sobre a impactos dos custos, capacitação, tecnologia e inovação e recuperação energética de resíduos sólidos urbanos.
Gilson Cassini Afonso, Sócio Fundador da Nordic Water Brasil e Vice-Presidente do SINDESAM da ABIMAQ falou sobre os impactos do Capex e OPEX aos investimentos de longo prazo. Segundo ele é preciso ficar atento ao know-how das empresas na elaboração de projetos de ETA e/ou ETE.
“No Brasil há um problema de capacitação tecnológica de quem vai desenvolver a unidade (ETA e/ou ETE). Muitas vezes o cliente que desenha não sabe comprar, não sabe fiscalizar e exigir, e acaba se perdendo na fonte de recursos”.
O segundo painel da tarde contou com a presença de Newton Lima Azevedo, Presidente da Hydrus do Brasil e Membro do Conselho do International Water Bank, que abordou a importância da capacitação no desenvolvimento do saneamento do Brasil.
“A educação é um dos pilares principais para retomar o desenvolvimento do país. Especificamente sobre o saneamento, não temos mão de obra especializada, e a maioria das empresas nunca deram muita importância para a capacitação destes profissionais. O Brasil é um país continental e por isso é importante investir em capacitação customizada pois cada região tem sua peculiaridade”, destacou.
Logo em seguida, Enrique Montes, Gerente de Vendas América Latina da Binder Group AG, empresa patrocinadora do evento, apresentou cases na palestra Tecnologias para economia de energia e eficiência energética na operação de estações de tratamento de água e esgoto.
“O investimento em tecnologia é fundamental para melhorar a segurança e eficiência dos processos, além de proteger o meio ambiente. Por isso projetamos e fabricamos equipamentos, como a válvula de aço inoxidável, para medição de vazão de gás e controle de pressão e temperatura de gás para purificação biológica em estações de tratamento de águas residuais (ETE)”, comentou.
A Inovação para Sustentabilidade no setor de saneamento foi tema da palestra de Gustavo Possetti, Gerente de Pesquisa e Inovação da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que abordou a importância da inovação ante as mudanças climáticas.
“Nós temos o novo contexto de mudanças climáticas que nos tem colocado cada vez mais, em contato com períodos de estiagem severa fazendo com que precisemos entender melhor como navegar nessas águas turbulentas. Não tenho dúvida nenhuma que precisamos pensar diferente e agir diferente e isso clama fundamentalmente o tema inovação”.
Já o painel “Recuperação energética de resíduos sólidos no setor de saneamento e indústria: Biogás, CDR (Combustível Derivado de Resíduos) e Gaseificação”, foi conduzido por Mayara Santana, responsável pelo marketing da Verdera e com participação de Reges de Lima Dias – Diretor de Operações da Ember Lion Brasil, mais uma empresa patrocinadora do Fórum, Francisco Leme – CEO da W4 Resources e Vice-Presidente do Conselho Deliberativo da ABREN, Rafael Gonzalez – Diretor Presidente da CIBiogás.
“Atuamos em tecnologia para gaseificação de material orgânico, do lado de ETE, para recuperação energética. Nosso principal objetivo é recuperar todo o rejeito, pois reciclar é recuperar energia. São operações simples e flexíveis que transformam passivo em ativo e contribuem para sustentabilidade do planeta”, comentou Reges de Lima Dias.
O último painel da tarde contou com a presença de Yuri Schmitke, Presidente da ABREN e do WtERT Brasil, Jorge Elias, Diretor de Engenharia e Implantação da Orizon, e Antônio Bolognesi, Presidente do Conselho da ABREN. Eles trouxeram cases e toda expertise em relação à recuperação energética de resíduos sólidos urbanos: Waste-to-Energy.
De acordo com Yuri Schmitke, o Waste-to-Energy é a tecnologia que tem o maior custo benefício operacional e de implementação, porém no Brasil a viabilidade é um pouco complicada.
“Esperamos que o Brasil possa desenvolver tecnologias, mas a financiabilidade do projeto tem que ter maturidade tecnológica. Além disso, dependemos de outros agentes como Ministério Público e Tribunal de Contas. São departamentos que estão envolvidos no processo de concessão para tratar toneladas de resíduos em plantas que utilizam a tecnologia Waste-to-Energy”.
Para quem não pôde participar, todo conteúdo gravado estará disponível até o dia 22 de maio de 2022.
27 de novembro 2024
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