Equipamentos
Valor Econômico
20/05/2013 11h38
As fabricantes não esperavam uma recuperação rápida no início deste ano, principalmente em janeiro e em fevereiro, o primeiro sazonalmente fraco e o segundo com menos dias úteis. Mas março concentrava expectativas, que não se concretizaram.
"Os números do setor não permitem mais manter o otimismo", disse Mario Bernardini, assessor econômico da Abimaq, no início deste mês, em coletiva de divulgação de dados coletados pela entidade, que representa o setor. Os números da Abimaq mostram que até houve alta no consumo doméstico de máquinas - o consumo aparente do setor cresceu 4,8% no primeiro trimestre, ante igual período do ano passado, para R$ 27,6 bilhões. Contudo, esse aumento foi atendido por importações e o faturamento bruto dos
...As fabricantes não esperavam uma recuperação rápida no início deste ano, principalmente em janeiro e em fevereiro, o primeiro sazonalmente fraco e o segundo com menos dias úteis. Mas março concentrava expectativas, que não se concretizaram.
"Os números do setor não permitem mais manter o otimismo", disse Mario Bernardini, assessor econômico da Abimaq, no início deste mês, em coletiva de divulgação de dados coletados pela entidade, que representa o setor. Os números da Abimaq mostram que até houve alta no consumo doméstico de máquinas - o consumo aparente do setor cresceu 4,8% no primeiro trimestre, ante igual período do ano passado, para R$ 27,6 bilhões. Contudo, esse aumento foi atendido por importações e o faturamento bruto dos fabricantes nacionais caiu 11,5%, na mesma comparação, para R$ 17,18 bilhões.
Os dados deram novo fôlego à antiga reclamação do setor com relação ao câmbio. Nem os incentivos do governo, como juros negativospara financiar equipamentos pelo Finame do BNDES, foram suficientes para manter a competitividade nacional, dizem os empresários. "O câmbio manteve-se no mesmo patamar de dois para um, em um ano de inflação da ordem de 6%", disse o assessor da Abimaq.
A avaliação não é de que tudo está perdido em 2013, permanecendo a visão de que haverá sim uma recuperação gradual para o setor puxada pela recuperação da indústria e da economia brasileira como um todo. O entendimento é que talvez não seja possível o faturamento do setor avançar mais de 5% no ano, como projetava há alguns meses a própria Abimaq.
Em diferentes segmentos de bens de capital, a perspectiva foi se tornando mais conservadora. Companhias que vendem grandes equipamentos para o setor de energia, como Alstom e Andritz, por exemplo, estão preocupadas com o ritmo de liberações ambientaispara licitação de novas hidrelétricas. Fabricantes de máquinas de construção ainda aguardam uma demanda mais consistente das obrasde infraestrutura e estão mais estocadas do que esperavam a essa altura do ano. Multinacionais asiáticas de máquinas para construção, que instalam fábricas no país, como Sany, Doosan e Hyundai, desaceleraram seus planos e estão analisando suas estratégias paraBrasil.
No segmento de maquinário industrial, a demanda que cresceu foi da indústria buscando melhoria tecnológica para ganhar competitividade em tempos de vacas magras. A demanda industrial, como um todo, porém, não reagiu da forma esperada. A fabricante demáquinas ferramenta Indústrias Romi, uma das principais no ramo, depois dos resultados do primeiro trimestre, preferiu optar por um tom mais moderado quanto às expectativas para o ano. "Estamos muito conservadores em relação a grandes aumentos [de receita] em relação ao que aconteceu em 2012 e trabalhamos com estabilidade de mercado", disse o presidente da empresa, Livaldo Aguiar dos Santos, em entrevista ao Valor. Otimismo mesmo foi mantido só com relação à demanda de fundidos e usinados, mas por causa da recuperação de autopeças, que se retraiu muito em 2012.
Nas mais variadas áreas de atuação, fabricantes de máquinas e equipamentos vêm adotando posturas mais realistas. A aposta em diversificação e em ganhos de competitividade, via melhorias tecnológicas, têm se mostrado as estratégias mais acertadas. Parecem ser o caminho para o ano de 2013, em que a recuperação do setor será mais lenta do que se esperava.
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