Já entrou em fase final a desmontagem do maior tatuzão da América Latina, responsável pela abertura dos túneis da expansão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo.

No dia 10 de setembro, a roda de corte da TBM Cora Coralina foi posicionada na futura Estação Penha, etapa crítica para o início da escavação rumo ao Complexo Rapadura.

Um pouco antes, no dia 23 de agosto, foi concluído o transporte do último carro de apoio (Backup 5), saindo do Poço de Ventilação Falchi Gianini até o canteiro da futura Estação Penha.

Iniciada em 12 de junho, a desmontagem envolveu atividades simultâneas na superfície e dentro do poço, acelerando o processo – de acordo com o conósrcio construtor – "sem comprometer a segurança ou a qualidade".

A máquina possui 100 m de comprimento (considerando o shield, mais os carros de apoio) e pesa aproximadamente 2.600 toneladas.

“Trata-se da primeira vez em território brasileiro que uma tuneladora desse porte é montada e desmontada integralmente, consolidando um marco para a engenharia nacional”, afirma Alex Puga Cezario dos Santos, gerente de planejamento do Consórcio Metrô Linha 2, liderado pela Engibras.

Durante a operação, a limpeza do Poço Falchi Gianini e a retirada do último carro foram etapas decisivas, acentua o especialista.

“Estamos superando desafios e provando que planejamento e execução podem andar lado a lado com eficiência e segurança”, destaca.

Quando concluída, a expansão da Linha 2-Verde deve reduzir o tempo de deslocamento, ampliar a integração da Zona Leste e distribuir o fluxo de passageiros com mais eficiência, garante o Consórcio Metrô Linha 2, "contribuindo para uma mobilidade urbana mais fluida e conectada na capital paulista".

Uso de drones – No canteiro de obras do Complexo Rapadura, o consórcio implementou o uso de drones para gerar uma “nuvem de pontos” e transformar imagens aéreas em dados georreferenciados de alta precisão.

A tecnologia permite modelagem em 2D e 3D, garantindo reconhecidamente mais confiabilidade na tomada de decisões e promovendo um salto de produtividade no setor.

Entre os benefícios, destacam-se aspectos como otimização do uso do espaço, detecção de interferências antes da execução, monitoramento em tempo real do avanço da terraplenagem, assertividade em levantamentos as built e redução de tempo e mão de obra para coletas de dados.

“A nuvem de pontos permite visualizar com exatidão o que está no campo”, comenta Thuane Alves, engenheira civil da equipe de Projetos do consórcio.

“Isso ajuda a compatibilizar projetos, identificar gargalos logísticos e até mesmo propor melhorias antes da execução”, completa.

Para Elaine Ferreira, presidente da BRZ Infra (holding da Engibras), a iniciativa reflete a estratégia da companhia em investir em tecnologia aplicada ao canteiro.

“A nuvem de pontos via drone mostra como soluções desenvolvidas internamente podem transformar a gestão da obra, trazendo mais precisão, agilidade e sustentabilidade para os nossos projetos”, avalia a executiva.