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Eólica offshore precisa se preparar para as próximas décadas

Estudo destaca a importância de estabelecer políticas públicas para promover a fonte que buscar viabilizar seus primeiros projetos no Brasil

Assessoria de Imprensa

20/01/2023 08h30 | Atualizada em 25/01/2023 14h38


A energia eólica offshore tem se mostrado uma opção cada vez mais viável para geração ao redor do mundo e está relacionada a diversos benefícios socioambientais e econômicos.

De acordo com o estudo da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), em parceria com a Coppe/UFRJ e Essenz Soluções, a indústria precisa ser preparada para o significante crescimento desse mercado nas três próximas décadas. E com isso é essencial estabelecer políticas públicas para promover essa modalidade e sua cadeia de valor no longo prazo.

O estudo lembra que o in

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A energia eólica offshore tem se mostrado uma opção cada vez mais viável para geração ao redor do mundo e está relacionada a diversos benefícios socioambientais e econômicos.

De acordo com o estudo da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), em parceria com a Coppe/UFRJ e Essenz Soluções, a indústria precisa ser preparada para o significante crescimento desse mercado nas três próximas décadas. E com isso é essencial estabelecer políticas públicas para promover essa modalidade e sua cadeia de valor no longo prazo.

O estudo lembra que o investimento nesse tipo de empreendimento é intensivo em capital, com isso sua contribuição para a economia é maior em todos os cenários do que a contribuição para o emprego. Em 2050, o valor adicionado em relação ao PIB varia de 0,1% até 0,22% em diferentes cenários.

Diante disso, os projetos apresentam duas características marcantes que acabam por influenciar suas modalidades de financiamento. A fase de estudos e de elaboração do projeto, bem como sua implantação.

O setor elétrico brasileiro apresenta histórico exitoso no financiamento de projetos. E embora inexistam diretrizes específicas para o financiamento de projetos eólicos offshore no Brasil, o arcabouço brasileiro é favorável.

A nota técnica apresentada pelo estudo mostra que a formação de linhas específicas para o setor é desejável e pertinente. Além de sua complexidade, seus potenciais benefícios justificam um tratamento específico com vistas a viabilizar esta tecnologia no Brasil.

A nota mostra que apesar da aprovação do projeto de lei que está em discussão no Congresso Nacional ser o mecanismo mais seguro para estabelecer um marco regulatório para o setor, o caminho escolhido por meio da publicação de um decreto e suas portarias complementares foi bem recebido para a efetivação dos investimentos nesta nova atividade no país.

Ao que tudo indica, a base regulatória já foi suficiente para trazer a confiança e a sinalização adequada aos agentes para promover o início do desenvolvimento da fonte eólica offshore e de sua cadeia de valor.

Emissões – Ainda segundo o estudo a fonte eólica offshore ajudará a evitar emissões de gases de efeito estufa, no SIN ficaram em torno de 7 a 12 MtCO2 até 2050. Já em relação a uma expansão com termelétrica a gás ciclo combinado as emissões evitadas ficariam em torno de 30 a 50 MtCO2 nesse mesmo período.

Os dados apresentados apontam para uma redução de emissões na indústria de óleo e gás, pois há possibilidade de turbinas eólicas flutuantes gerarem energia para plataformas de petróleo, como sistema alternativo de produção de energia. E a redução do uso de combustíveis fósseis nas plataformas para a produção de eletricidade auxilia na diminuição da pegada de carbono desta atividade econômica.

Outro destaque é a aplicação da aquicultura em parques eólicos offshore já instalados, uma atividade já aplicada em outros países, como Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, entre outros. E o turismo nesses parques já é uma realidade na Dinamarca, Bélgica, Suécia e Reino Unido. O estudo mostra que isso pode trazer vários benefícios econômicos, educacionais e sociais.

Além disso, a fonte vinda do mar no Brasil possui vantagem graças à indústria siderúrgica, pois o país é conhecido por fabricar placas de aço carbono de alta qualidade como produtos semiacabados.

Bruna Silveira, pesquisadora da Coppe/UFRJ, destacou que uma única torre eólica pode conter 45 chapas de aço laminadas individualmente, de modo que os fabricantes precisarão ter a capacidade (equipamento e espaço) de dobrar chapas grandes para criar peças de grande diâmetro que serão unidas e soldadas para criar as seções das torres. E com isso, as peças demandariam um número maior de pontos de solda do que as tradicionais peças utilizadas no desenvolvimento de parques internacionais.

O estudo ainda apontou que a transição energética irá aumentar também a demanda global por minerais. Cobre e terras raras em 40% até 2040, e ainda, níquel e cobalto em 70% e lítio em quase 90%. Com isso, a energia eólica offshore é a fonte que possui a maior demanda por minerais quando comparada a outras fontes.

Bruna ainda destacou que que nenhuma indústria brasileira, pela falta de histórico de plantas offshore, possui tão amplo desenvolvimento. “Também é verdade que a atual inexistência de parques eólicos offshore no Brasil oferece uma oportunidade para muitos novos participantes entrarem na cadeia de suprimentos”, analisou.

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