Revista Fórum
29/04/2025 09h32
Pela primeira vez desde os anos 1940, as fontes limpas ultrapassaram 40% da matriz elétrica global. Em 2024, a geração de eletricidade proveniente de fontes renováveis alcançou 40,9%, de acordo com o relatório anual da Ember, organização internacional especializada em energia.
O crescimento foi impulsionado, sobretudo, pela expansão das usinas eólicas e solares, que juntas superaram a participação da tradicional fonte hidrelétrica.
A energia solar, sozinha, respondeu por 6,9% da eletricidade global, enquanto a eólica chegou a 8,1%. Ambas superaram os 14,3% da geração hidrelétrica, que foi impactada po
...Pela primeira vez desde os anos 1940, as fontes limpas ultrapassaram 40% da matriz elétrica global. Em 2024, a geração de eletricidade proveniente de fontes renováveis alcançou 40,9%, de acordo com o relatório anual da Ember, organização internacional especializada em energia.
O crescimento foi impulsionado, sobretudo, pela expansão das usinas eólicas e solares, que juntas superaram a participação da tradicional fonte hidrelétrica.
A energia solar, sozinha, respondeu por 6,9% da eletricidade global, enquanto a eólica chegou a 8,1%. Ambas superaram os 14,3% da geração hidrelétrica, que foi impactada por estiagens severas em várias regiões. Em termos absolutos, a geração de energia limpa bateu recorde: 858 TWh — alta de 49% em relação ao recorde anterior, registrado em 2022.
O Brasil contribuiu significativamente para essa guinada ao ultrapassar a Alemanha e se tornar o quinto maior produtor mundial de energia solar. O país também figura entre os três que mais expandiram suas matrizes eólica e solar em 2024, graças a uma estratégia energética de diversificação que vem sendo desenvolvida desde os apagões do início dos anos 2000.
Apesar do avanço, os combustíveis fósseis ainda dominam a matriz global. O carvão representou 34,4% da geração elétrica e o gás natural, 22%. O aumento de demanda provocado por ondas de calor — intensificadas pela crise climática — levou ao crescimento de 1,4% na geração fóssil, emitindo 223 milhões de toneladas de CO2 adicionais.
Entre os países que recorreram a fontes poluentes para suprir a alta na demanda estão China, Índia e Estados Unidos. O relatório destaca que 2024 foi o ano mais quente da história e, também, o primeiro em que o consumo mundial de energia ultrapassou 30 mil TWh — resultado em parte do uso crescente de sistemas de refrigeração.
A solar foi a fonte que mais cresceu, respondendo por 40% da demanda adicional. Desde 2012, sua capacidade dobra a cada três anos. Em 2024, o crescimento foi de 474 TWh — o maior já registrado. Segundo o analista Nicolas Fulghum, a energia solar se tornou a forma mais acessível e rápida de geração elétrica.
Ele acredita que a expansão das fontes renováveis será suficiente para suprir toda a nova demanda global até 2030.
Mesmo diante de políticas contrárias à transição energética, como as defendidas por Donald Trump nos EUA, Fulghum argumenta que a lógica econômica continuará favorecendo as renováveis.
"O Brasil mostra que é possível crescer com energia limpa. Se tivesse recorrido ao carvão ou gás, hoje estaria vulnerável à instabilidade internacional", conclui.
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