Assessoria de Imprensa
27/09/2023 13h29
A busca por alternativas mais sustentáveis na matriz energética do Brasil ganha destaque em meio à crescente preocupação com as mudanças climáticas.
Nesse contexto, a descarbonização surge como um desafio multifacetado que envolve não apenas a transformação da matriz energética, mas também implica em impactos socioeconômicos profundos. O caminho para os próximos anos é incentivar a descarbonização do carvão por meio de tecnologias de captura de CO2, de acordo com especialistas.
Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento Nuclear (AB
A busca por alternativas mais sustentáveis na matriz energética do Brasil ganha destaque em meio à crescente preocupação com as mudanças climáticas.
Nesse contexto, a descarbonização surge como um desafio multifacetado que envolve não apenas a transformação da matriz energética, mas também implica em impactos socioeconômicos profundos. O caminho para os próximos anos é incentivar a descarbonização do carvão por meio de tecnologias de captura de CO2, de acordo com especialistas.
Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento Nuclear (ABDAN), destaca a importância de uma abordagem responsável e equilibrada nesse processo de transição. “Precisamos respeitar o meio ambiente e utilizar de tecnologias que gerem o menor impacto ou impacto zero.”
“Atualmente, o Brasil mantém oito usinas termelétricas a carvão, totalizando cerca de 30 geradores. O impacto socioeconômico dessas usinas é significativo, já que elas empregam muitos trabalhadores e são essenciais para o fornecimento de energia em diversas regiões do país”, ressalta.
Cunha enfatiza que a descarbonização não é apenas a geração de energia sem emissão de gases de efeito estufa (ou com mitigação desta emissão), mas uma transformação que afeta diretamente a vida das pessoas.
Um dos desafios dessa transição é a diversidade das usinas termelétricas a carvão no país. Algumas delas estão localizadas no Nordeste e dependem de importações para operar. “Fechar essas usinas pode ser mais fácil em comparação com aquelas que estão integradas localmente”, alerta.
De acordo com especialistas, a energia nuclear surge como uma alternativa promissora. Ela tem características ímpares por apresentar como vantagem ambiental a não utilização de combustíveis fósseis sem captura de gases (que provocam o aquecimento global e prejudicam o meio ambiente), gerar energia de forma contínua, sem dependência das condições ambientais, e ter grande densidade energética, ocupando espaços mínimos em relação à energia total gerada.
A energia nuclear é uma fonte de energia confiável e estável, que pode fornecer eletricidade 24 horas por dia, 7 dias por semana, independentemente das condições climáticas. Isso é especialmente importante em um cenário de alta demanda por eletricidade, como o aumento do uso de veículos elétricos.
Cunha também destaca uma tendência internacional relevante para o Brasil: os "small reactors" ou pequenos reatores nucleares.
“O Brasil precisa estudar sua viabilidade econômica e ambiental. Um projeto piloto nesse sentido já está em andamento em Santa Catarina, com a empresa Diamante Energia. A ideia é utilizar a energia nuclear para a descarbonização e aproveitar o calor gerado para as indústrias, como a siderúrgica, tornando a produção de energia mais limpa e estável”. O Complexo Termelétrico Jorge Lacerda é uma importante fonte de energia elétrica para Santa Catarina. É o maior movido a carvão da América Latina.
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