Assessoria de imprensa
14/04/2022 11h00
A acelerada elevação dos custos de produção da indústria do cimento, aliada ao avanço da taxa de juros e inflação, somadas ao ambiente de instabilidade geopolítica mundial têm contribuído significativamente para o baixo desempenho de vendas do setor.
Frente ao ambiente instável, a indústria cimenteira verifica significativos reajustes em seus insumos, tais como refratários, gesso, sacaria, frete marítimo e rodoviário e coque de petróleo – item com maior participação no custo de produção do cimento, que chegou a 37% de incremento apenas no primeiro trimestre do ano.
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...A acelerada elevação dos custos de produção da indústria do cimento, aliada ao avanço da taxa de juros e inflação, somadas ao ambiente de instabilidade geopolítica mundial têm contribuído significativamente para o baixo desempenho de vendas do setor.
Frente ao ambiente instável, a indústria cimenteira verifica significativos reajustes em seus insumos, tais como refratários, gesso, sacaria, frete marítimo e rodoviário e coque de petróleo – item com maior participação no custo de produção do cimento, que chegou a 37% de incremento apenas no primeiro trimestre do ano.
A dimensão do impacto do custo do coque para a indústria pode ser avaliada quando se verifica que, de 2020 ao primeiro trimestre de 2022, o preço aumentou 485%.
O ambiente foi determinante para que as vendas de cimento registrassem uma retração de 2,2% nos três primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2021. Em termos nominais, foram comercializadas 14,9 milhões de toneladas no trimestre, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC).
Na comparação por dia útil (melhor indicador que considera o número de dias trabalhados e que tem forte influência no consumo de cimento), as vendas do produto registraram em março 230,3 mil toneladas, um crescimento de 2,1% em comparação a fevereiro e de 4,4% em relação a igual período de 2021. Ainda assim, o resultado trimestral apresentou um recuo de 3,1% ante os três primeiros meses de 2021.
O desempenho do setor não foi pior em março devido a demanda do mercado imobiliário. Entretanto, a performance de lançamentos tende a não se sustentar nesses patamares, uma vez que o aumento de estoque dos imóveis, a queda das vendas e os juros altos devem inibir futuros empreendimentos.
A autoconstrução, importante indutor do consumo de cimento, continua desacelerando em virtude do alto nível de desemprego, da menor renda da população – registrou o menor valor desde 2012 – e do crescente endividamento das famílias, que atingiu 51,9%, no maior valor de toda a série histórica, iniciada em 2005.
Reflexo desse quadro são as sucessivas quedas de vendas de material de construção no varejo verificadas desde meados de 2021.
“A disparada dos custos dos insumos do cimento, aliada a uma forte estabilidade do cenário político e econômico, não nos autorizam um prognóstico de bom desempenho como os verificados nos últimos três anos”, diz Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.
“A ambição da indústria em 2022 é manter a sustentabilidade do setor frente a um ambiente terrivelmente pressionado”, finaliza.
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