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Custo médio da construção desacelera em junho

Com alta mensal de 1,65%, variação acumulada nos últimos 12 meses segue tendência e fica em 14,53%

Deconcic/Fiesp

08/08/2022 14h32 | Atualizada em 10/08/2022 15h42


PRODUÇÃO DE MATERIAIS

Segundo a mais recente Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, em maio, a produção industrial dos insumos típicos da construção civil apresentou retração de -4,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, o que configura a nona queda consecutiva nessa base de comparação interanual. Cabe observar, porém, que essa variação negativa foi a menor do ano. A evolução da produção desses bens pode ser vista por meio do primeiro gráfico abaixo, que traz o índice de produção desde 2012 do IBGE, sem ajuste sazonal. Como é possível observar, o patamar de produção segue abaixo daquele registrado em 2021, tendo a distância se reduzido em maio.

Nesse contexto, a retração acumulada no ano da produção desses insumos desacelerou, passando de -10,0% até abril para -8,9% até maio em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, a queda observada até abril da taxa

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PRODUÇÃO DE MATERIAIS

Segundo a mais recente Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, em maio, a produção industrial dos insumos típicos da construção civil apresentou retração de -4,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, o que configura a nona queda consecutiva nessa base de comparação interanual. Cabe observar, porém, que essa variação negativa foi a menor do ano. A evolução da produção desses bens pode ser vista por meio do primeiro gráfico abaixo, que traz o índice de produção desde 2012 do IBGE, sem ajuste sazonal. Como é possível observar, o patamar de produção segue abaixo daquele registrado em 2021, tendo a distância se reduzido em maio.

Nesse contexto, a retração acumulada no ano da produção desses insumos desacelerou, passando de -10,0% até abril para -8,9% até maio em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, a queda observada até abril da taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, quando esta entrou em terreno negativo, aprofundou-se, passando de -2,6% até aquele mês para -5,1% no acumulado até maio. Essa trajetória se reflete na evolução da média móvel de 12 meses do índice de produção no segundo gráfico abaixo.

Com respeito à produção da indústria geral, esta registrou em maio a quarta variação mensal positiva, ainda que modesta (0,3%), frente ao mês anterior, superando o resultado de abril (0,2%), considerando os dados ajustados pela sazonalidade. Na comparação com o mesmo mês de 2021, a produção da indústria nacional apresentou a primeira expansão (0,5%), após nove meses consecutivos de desempenho negativo nessa base de comparação. Como resultado, a queda acumulada da produção até abril, de -3,4%, foi atenuada, passando para -2,6% até maio. Por outro lado, considerando um horizonte mais longo, a evolução da taxa de variação acumulada nos últimos doze meses seguiu desfavorável, passando de -0,3% até abril para -1,9% até maio.

Em contraste com o resultado agregado, a produção das Indústrias Extrativas, um dos dois grandes segmentos da indústria nacional, teve queda de -5,6% em maio frente a abril, considerada a sazonalidade do período, o primeiro resultado negativo desde janeiro. Na comparação com maio de 2021, o desempenho foi também negativo (-8,2%), igualmente a primeira variação negativa desde janeiro. Com isso, a variação acumulada no ano da produção desse conjunto de indústrias passou de -1,3% até abril para -2,8% até maio, contribuindo, em alguma medida, para que a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses entrasse em campo negativo, ao passar de 0,8% até abril para - 0,8% no acumulado até maio.

Com crescimento de 0,8% em maio na comparação com abril, feito o ajuste sazonal, a produção das Indústrias de Transformação sustentou o resultado geral, compensando o desempenho negativo das Indústrias Extrativas. O mesmo ocorreu na comparação interanual, com a produção do primeiro conjunto de indústrias avançando 1,6% frente a mesmo mês do ano passado, o primeiro resultado positivo desde julho de 2021 nessa base de comparação. Nesse contexto, a variação negativa registrada no acumulado no ano até abril foi atenuada, passando de -3,7% até abril para -2,6% até maio. Tal evolução na margem, no entanto, não impediu a continuidade da desaceleração da taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, que passou de -0,5% até abril para -2,1% até maio.

COMÉRCIO DE MATERIAIS

Em maio, o volume de vendas do comércio varejista de materiais de construção apresentou nova variação negativa (-1,1%) em relação ao mês anterior, feito o ajuste sazonal, o segundo resultado negativo mensal consecutivo de acordo com a mais recente Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE.

Essa nova queda é ilustrada pelo gráfico abaixo, que traz a série histórica do índice do volume de vendas do comércio varejista desses bens com ajuste sazonal do IBGE. Como destacado em nota anterior, o declínio do volume de vendas desses bens teve início ainda em julho de 2021, tendo sido interrompida pontualmente em novembro e, mais recentemente, em fevereiro e março, após o resultado negativo na virada do ano. Na comparação com o mesmo mês de 2021, foi também registrada nova queda, a segunda consecutiva, de -7,7%, pouco abaixo do resultado de abril (-9,9%) nessa mesma base de comparação. Dessa forma, a retração acumulada no ano das vendas de 5 materiais se aprofundou, passando de -6,0% até abril para -6,4% até maio frente ao mesmo período do ano passado. Com respeito à taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, em declínio desde junho de 2021, esta seguiu em campo negativo, passando de -4,1% até abril para -6,4% até maio.

Considerando os índices que incluem diversos segmentos do comércio, o volume de vendas do comércio varejista no conceito mais restrito da pesquisa do IBGE ficou praticamente estável na passagem de abril para maio, variando 0,1%, já considerado o ajuste sazonal. Por outro lado, na comparação com maio de 2021, houve uma queda modesta (-0,2%), a primeira variação negativa nessa base de comparação desde janeiro. Como resultado, a taxa de variação acumulada no ano desacelerou, passando de 2,3% até abril para 1,8% até maio. A taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, por sua vez, entrou em terreno negativo, ao passar de 0,7% até abril para -0,4% até maio.

Com respeito ao volume de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui, além dos segmentos do índice restrito, os segmentos de material de construção e de veículos, motos, partes e peças, em maio essas vendas voltaram a registrar resultado positivo (0,2%), ainda que muito modesto, já considerada a sazonalidade do período. Frente ao mesmo mês do ano passado, no entanto, houve uma queda de -0,7%, a primeira desde janeiro do corrente ano. Com isso, o crescimento acumulado no ano desacelerou, passando de 1,5% até abril para 1,0% até maio. Como resultado, a trajetória de desaceleração da taxa de variação acumulada nos últimos doze teve continuidade, com essa taxa passando de 2,2% até abril para apenas 0,3% até maio.

CUSTOS DA CONSTRUÇÃO

O custo médio nacional da construção desacelerou em junho, registrando alta mensal de 1,65%, inferior àquela apurada em maio (2,17%) e no mesmo mês do ano passado (2,46%), de acordo com o Índice Nacional da Construção Civil do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) do IBGE.

Apesar de tal resultado, a variação do custo médio em junho foi a segunda maior do ano, tendo a evolução do componente relativo ao custo da mão de obra contribuído particularmente para essa variação, tal como observado também em maio. Nesse contexto, a variação acumulada no ano voltou a acelerar, passando de 5,77% até maio para 7,52% até junho, permanecendo inferior à taxa de variação acumulada no mesmo período de 2021 (11,38%), como ilustra o gráfico abaixo, que apresenta o resultado acumulado no ano até junho, desde 2015.

Por outro lado, a taxa de variação acumulada no primeiro semestre deste ano segue acima do patamar dos anos anteriores no mesmo período, indicando a continuidade da pressão altista de custos iniciada em 2021, ainda que em um ritmo menor, como apontado em nota anterior. Por outro lado, a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses registrou em junho alguma desaceleração, passando de 15,44% até maio para 14,53% até junho.

Em relação ao custo médio dos materiais, um dos dois componentes do custo nacional, houve igualmente uma redução do ritmo, com variação de 1,19% em junho, abaixo das taxas dos dois meses anteriores (1,86% em abril e 1,96% em maio) e da taxa apurada em junho do ano passado (2,36%).

Segundo Augusto Oliveira, gerente do Sinapi, em nota do IBGE, apesar dessa desaceleração com respeito ao mês anterior, essa expansão do custo dos materiais corresponde ainda a uma “variação expressiva dentro da série histórica”. Como resultado, no acumulado primeiro semestre do ano, o custo médio dos materiais avançou 7,08%, após acumular alta de 5,82% até maio, muito abaixo do resultado do ano passado (16,73%), como mostra o gráfico abaixo. Considerando um horizonte mais longo, a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses mostrou certa desaceleração, passando de 18,89% até maio para 17,53% até junho, em linha com a trajetória baixista iniciada em agosto de 2021 (quando a variação foi de 37,69% até aquele mês).

Com respeito ao custo médio da mão de obra, a variação de junho (2,35%) ficou muito próxima daquela do mês anterior (2,49%) e pouco abaixo da taxa apurada em idêntico mês de 2021 (2,60%). Ainda segundo o gerente do Sinapi, em nota do IBGE, esse resultado foi influenciado particularmente pelos estados do Ceará e Pernambuco, “que apresentaram altas nas categorias profissionais”. Em consequência da elevada taxa de junho, a variação acumulada no ano mostrou acentuada aceleração, passando de 5,69% até maio para 8,17% até junho, superando por uma boa margem o resultado dos últimos anos para o mesmo período. A taxa de variação acumulada nos últimos doze meses do custo da mão de obra, por seu turno, mostrou relativa estabilidade, passando de 10,59% até maio para 10,32% até junho.

Em termos monetários, em junho, o custo nacional médio chegou a R$ 1.628,25 por metro quadrado, com R$ 974,47 correspondendo ao componente material e R$ 653,78, à mão de obra. Em termos regionais, os custos, por metro quadrado, foram de R$ 1.608,46 na região Norte, de R$ 1.523,66 na região Nordeste, de R$ 1.705,96 no Sudeste, de R$ 1.661,71 no Sul e de R$ 1.637,98 na região Centro-Oeste.

FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS

O saldo global de depósitos de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) chegou a R$ 779,181 bilhões ao final de junho de acordo com o mais recente Relatório de Poupança do Banco Central o Brasil. Esse valor ficou 0,5% abaixo do saldo do fechamento de maio, em termos reais, e 11,8% abaixo do saldo de junho do ano passado, também considerada a inflação do período. 8 Cabe notar que o saldo do SBPE vem declinando desde dezembro de 2020, quando atingiu R$ 930,470 bilhões, a preços de junho de 2022, ainda que essa trajetória baixista tenha sido interrompida pontualmente em alguns meses, como foi o caso do último mês de maio.

Com respeito à captação líquida do sistema, foram registrados resultados negativos em todos os meses de 2021, com exceção de maio, quando a captação foi positiva em R$ 5,224 bilhões em valores correntes. Em junho, a captação líquida foi de R$ -R$ 3,333 bilhões, o primeiro resultado negativo para o sexto mês do ano desde 2016, como mostra o gráfico abaixo, que traz a série história do Banco Central do Brasil iniciada em 1995, a preços constantes do último mês, para as captações registradas no mês de junho.

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