Assessoria de Imprensa
18/11/2024 13h51 | Atualizada em 18/11/2024 14h12
A dificuldade em contratar mão de obra qualificada é uma realidade para 96% das empresas do setor da construção civil, segundo pesquisa realizada pelo Portal AECweb, em parceria com o Sienge, o Ecossistema de Tecnologia e Negócios do Grupo Softplan para a Indústria da Construção e Mercado Imobiliário.
O levantamento, que ouviu 602 profissionais do setor em todo o país, incluindo sócios-proprietários, diretores, gerentes, coordenadores, arquitetos e engenheiros de obra, revela que a falta de qualificação (84,1%) e a escassez de profissionais em geral (58,8%) são os principais obstáculos. Baixa produtividade (50,8%), al
...A dificuldade em contratar mão de obra qualificada é uma realidade para 96% das empresas do setor da construção civil, segundo pesquisa realizada pelo Portal AECweb, em parceria com o Sienge, o Ecossistema de Tecnologia e Negócios do Grupo Softplan para a Indústria da Construção e Mercado Imobiliário.
O levantamento, que ouviu 602 profissionais do setor em todo o país, incluindo sócios-proprietários, diretores, gerentes, coordenadores, arquitetos e engenheiros de obra, revela que a falta de qualificação (84,1%) e a escassez de profissionais em geral (58,8%) são os principais obstáculos. Baixa produtividade (50,8%), alta rotatividade (42,4%) e custos elevados (24,9%) também contribuem para o cenário desafiador.
Entre os fatores que dificultam a contratação, destacam-se a falta de renovação da força de trabalho (53,7%), a ausência de treinamentos adequados (49,2%), o crescimento do trabalho informal e a sua atratividade (47,3%), além do envelhecimento da mão de obra atual (45,2%).
A pesquisa também aponta para a necessidade de esforço físico inerente à profissão (30,7%) e a falta de perspectivas de crescimento profissional (28,1%) como fatores que afastam potenciais candidatos.
"A construção civil enfrenta uma crise geracional", afirma Cristiano Gregorius, Diretor de Operações de Software do Grupo Softplan para a Indústria da Construção.
"O setor precisa atrair e qualificar as novas gerações, ao mesmo tempo em que busca soluções para motivar e reter os profissionais experientes, considerando o desgaste físico e a necessidade de oferecer atrativos de carreira".
Baixa produtividade e alta rotatividade - A pesquisa revela que a produtividade na construção civil é considerada baixa por 62,1% dos entrevistados. A falta de treinamento e capacitação (59,1%) e a baixa remuneração, aliada à desvalorização dos operários (41,4%), são apontadas como as principais causas.
Contribuem também para esse cenário a falta de mecanização e industrialização nos canteiros de obras (32,2%), a terceirização excessiva (29,9%) e as deficiências no planejamento e gestão das construtoras (24,3%).
“A industrialização da construção civil, por meio do uso da tecnologia para a digitalização e modernização das atividades, se faz cada vez mais necessária para o nosso segmento”, destaca Gregorius.
“Uma atuação mais conectada, planejada e integrada influencia não só no ganho de eficiência produtiva, como na redução de desperdícios e na atração de jovens profissionais. Hoje já é possível gerenciar as atividades do canteiro de obras de forma digital e com dispositivos móveis, por exemplo, mas essa ainda é uma prática com pouca adoção no Brasil”.
A rotatividade de pessoal também é um problema significativo, considerada alta por 49% e crescente por 28,6% dos participantes. A política de menor preço adotada por muitas construtoras, especialmente em licitações públicas (45,2%), é apontada como um dos principais motivadores. Informalidade (40,2%), baixa remuneração (37,4%) e terceirização (35,5%) completam o quadro de fatores que impulsionam a alta rotatividade.
Mais capacitação, melhores salários - Para enfrentar a escassez de mão de obra qualificada, 59% dos profissionais defendem que as construtoras invistam em capacitação, enquanto 41% acreditam que essa responsabilidade deve ser compartilhada por toda a indústria da construção.
As principais soluções propostas incluem: melhores salários (48,8%); planos de carreira e oportunidades de crescimento (48,5%); investimento em sistemas construtivos industrializados e mecanização de canteiros (45,3% e 43,7%, respectivamente); melhoria das condições de trabalho (40,5%); políticas de atração de mulheres para o setor (31,4%); e a contratação direta, com preferência pelo regime CLT, reduzindo a terceirização (28,7%).
Segundo dados recentes do SindusCon-SP, o trabalhador médio da construção civil no Brasil é homem, média de 41 anos, com ensino fundamental incompleto, trabalha informalmente e recebe um salário médio de R$ 2.116,13.
“A transformação da indústria da construção, por meio da tecnologia e da análise inteligente de dados, é a chave para tornar o setor mais atraente tanto para os profissionais experientes quanto para aqueles que estão iniciando suas carreiras. Uma atividade com menos trabalhos manuais e novos recursos tecnológicos representa também uma possibilidade desses trabalhadores se especializarem e buscarem novos conhecimentos, o que resulta, a médio e longo prazo, em uma valorização profissional”, conclui Gregorius.
13 de novembro 2024
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