Um pacto tácito mantém a indústria de construção civil em atividade. Considerado essencial, o setor tem se desdobrado para que as obras prossigam, os postos de trabalho sejam conservados e que o funcionamento em todos os canteiros sigam rigorosamente as recomendações de cuidados para impedir a propagação do vírus Covid-19, responsável pela decretação de pandemia pela Organização Mundial da Saúde e estados de quarentena que imobilizam cadeias econômicas inteiras.

Uma das empresas em plena atividade é a BN Engenharia, braço construtor do Grupo Bueno Netto.

“Desde os momentos iniciais da quarentena, temos mantido o efetivo de quase 1000 funcionários nas obras, sem redução de postos de trabalho. Acompanhamos o dia a dia e não há queda nesse número. Isso se deve às medidas educativas que tomamos nos canteiros e também de higienização/controle”, diz João Antonio Mattei, diretor geral da empresa.

Segundo Mattei, a BN Engenharia atua hoje em 12 obras residenciais e comerciais na Região Metropolitana de São Paulo, interior e também Rio Grande do Sul. Juntas, as construções somam investimentos da ordem de R$ 2 bilhões de reais.

Controle diário
Diariamente, todos os funcionários têm a temperatura medida ao chegarem no canteiro de trabalho.

Os eventuais casos em que um dos colaboradores se apresenta em estado auferido como febril, ele é enviado de volta para casa e passa a ser monitorado pelo serviço médico da empresa.

Até o momento, nenhum operário foi detectado com o vírus e um mestre de obras de prestadora terceirizada encontra-se em isolamento residencial.

O time interno, de escritórios, está totalmente em home office. São 60 pessoas devidamente equipadas para o desenvolvimento de suas atividades.

‘A migração foi muito facilitada porque a empresa iniciava a aplicação de programa de trabalho à distância”, diz.

Sindicato e fornecedores
De acordo com Mattei, enfrentou-se alguns dias de indecisão após a decretação da quarentena.

“Rapidamente houve compreensão precisa dos efeitos da medida e da importância de estarmos todos com os mesmos propósitos. O sindicato da construção civil, o sindicato das construtoras e as empresas alinharam necessidades, os fornecedores têm contribuído de modo importante para que não falte insumos nas construções”, complementa o executivo.

“Os investidores, com algumas e específicas exceções, têm mantido o sinal verde para a continuidade das obras, mantendo o fluxo de recursos. Isso ocorre de modo especial com todas as obras sociais do programa Minha Casa Minha Vida”, finaliza.