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Como reconstruir o Rio Grande do Sul após a devastação

Após o término das chuvas, será necessário avaliar e fiscalizar as obras, direcionando esforços para a reconstrução de lares e empreendimentos afetados

Assessoria de Imprensa

21/05/2024 11h31 | Atualizada em 22/05/2024 12h11


Por Wanderson Leite*


O custo para reconstrução do Rio Grande do Sul já chegou à estimativa dos R$ 19 bilhões no médio e longo prazo, segundo dados do governo estadual, o que pode ser ainda maior com novas previsões de chuvas no estado.

Mesmo que, neste momento, seja extremamente complexo prever uma volta à normalidade diante de tantas destruições que ainda precisam ser avaliadas, existem certos aspectos que devem ser levados em consideração desde já, para que a união de forças seja aplicada com assertividade na recuperação das habitações das vítimas.

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Por Wanderson Leite*


O custo para reconstrução do Rio Grande do Sul já chegou à estimativa dos R$ 19 bilhões no médio e longo prazo, segundo dados do governo estadual, o que pode ser ainda maior com novas previsões de chuvas no estado.

Mesmo que, neste momento, seja extremamente complexo prever uma volta à normalidade diante de tantas destruições que ainda precisam ser avaliadas, existem certos aspectos que devem ser levados em consideração desde já, para que a união de forças seja aplicada com assertividade na recuperação das habitações das vítimas.

Após grandes tragédias, é usual observar uma série de oportunidades a serem exploradas a favor da recuperação do que, supostamente, foi perdido.

No caso do Rio Grande do Sul, apesar de ainda não haver muito a ser feito até o cessar das chuvas, já se nota uma mobilização nacional da sociedade, governo e empresas em uma força tarefa visando o abrigo das vítimas e, posteriormente, a reconstrução de suas moradias.

Segundo dados da Prospecta Obras, startup de construção civil que fornece informações sobre as obras em andamento no país por meio de um algoritmo de inteligência artificial, o Sul do Brasil é a segunda maior região em termos de construção.

Diante de 79 mil obras mapeadas em andamento no RS, das quais 90% foram afetadas pelo desastre natural, os prejuízos podem aumentar ainda mais nas próximas semanas, o que exige um planejamento cuidadoso pensando nos próximos passos a serem tomados.

Uma vez normalizada a chuva, será preciso pensar em soluções práticas, rápidas e seguras para a reconstrução dos empreendimentos, de forma que se tornem mais aptas a suportar certos desastres naturais fora de controle.

Na Flórida, nos Estados Unidos, por exemplo, existem os chamados “prédios antifuracão”, feitos com uma estrutura especial capaz de suportar a força dos ventos que se tornam cada vez mais frequentes naquele estado.

No Brasil, a mesma premissa precisa ser adotada, buscando soluções inteligentes que se adaptem à realidade local para evitar danos severos em casos similares – tais como construções pré-moldadas que facilitem a agilização do processo com segurança e eficiência.

Junto a isso, é preciso priorizar o reaproveitamento de materiais, visando reduzir ao máximo o descarte e o custo dos projetos diante de um cenário econômico já abalado.

Essas opções devem ser cogitadas conforme cada caso, pois cada construção precisa ser avaliada individualmente pela defesa civil, engenheiros e profissionais da fiscalização, entendendo se a moradia ainda é estável e segura para habitação.

Caso a estrutura tenha sido afetada, é preciso compreender o grau dos danos para determinar o melhor procedimento a ser seguido – seja pela demolição total perante uma reconstrução do zero ou se é possível aproveitar parte da estrutura para aplicar os ajustes pontuais necessários.

Em termos de mão de obra, as empresas do setor devem direcionar esforços para atrair e qualificar os profissionais, de modo que consigam unir forças para que a reconstrução ocorra o mais rápido possível.

Apesar de representar um desafio para a construção civil, visto que o segmento enfrenta um déficit de talentos ingressando na área, é uma oportunidade para intensificar a contratação de outros estados, uma vez que o estado precisará da maior quantidade possível de pessoas aptas a ajudar neste processo.

Ainda temos um longo caminho pela frente, sendo difícil estimar um tempo para que as pessoas voltem a ter seus lares em bom estado de moradia.

Agora, o momento é de aguardar até que as chuvas cessem para que, depois, seja possível avaliar e fiscalizar as obras, direcionando esforços para a reconstrução de lares e empreendimentos afetados.


*Wanderson Leite é fundador do EuConstruindo e da Prospecta Obras.

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