A fabricante de máquinas para construção Case, do Grupo CNH Industrial, se prepara para enfrentar o difícil cenário que se desenha para o segmento neste ano. A meta da marca é manter participação de mercado, apesar da perspectiva de queda das vendas.

"Em 2015, o segmento deve apresentar uma queda de 5%, mas a nossa meta é manter o market share", afirmou ao DCI o vice-presidente da Case, Roque Reis.

Segundo o executivo, uma das estratégias da marca será o foco na venda de produtos com maior tecnologia embarcada. "Fizemos melhorias na cabine e agregamos acessórios que melhoram a experiência do operador. Os controles estão bem mais suaves, semelhantes a um automóvel", diz.

O executivo garante, porém, que as mudanças não virão acompanhadas de aumento de preço. "Estamos em um período complicado para reposicionamento de valores, principalmente com a economia desaquecida e o aumento de players do mercado", explica.

Reis ressalta que há apenas alguns anos, a projeção para o mercado brasileiro de máquinas de construção era de pelo menos o dobro do volume atual. "Todos se prepararam para esta projeção de crescimento", pontua. "Agora, as fábricas estão tentando encontrar saídas para obter o retorno do investimento", acrescenta.

O desempenho da Case, segundo Reis, deve acompanhar a performance do mercado. "A oferta é grande e os estoques estão aumentando. Os preços inclusive têm caído", diz.

Perspectivas

Reis afirma que o cenário econômico está afetado pela falta de previsibilidade. Fatores como aperto do crédito, instabilidade do dólar e problemas de operacionalização do financiamento do BNDES para o setor agravam ainda mais a situação para os fabricantes.

"Tudo isso desfavorece o investimento", destaca. Contudo, Reis acredita que não há mais como esperar pelas obras de infraestrutura. "Os aportes públicos precisam acontecer e devem sair do papel em breve", pondera o executivo.