O Estado de S.Paulo
08/03/2023 08h32 | Atualizada em 09/03/2023 09h16
Na busca pela redução das emissões de carbono, edifícios e casas sustentáveis começam a atrair projetos de construtoras e incorporadoras brasileiras.
O Brasil tem hoje pelo menos 3,5 mil construções certificadas ou em fase de certificação, que atendem vários critérios definidos por organismos nacionais e internacionais. Além de atestar o projeto como sustentável, o selo ajuda a atrair investimentos, valoriza o imóvel e seus requisitos reduzem custos para os moradores.
O número é pequeno diante do total de obras no país, mas vem crescendo anualmente desde que o ESG (sigla em inglês para am
...Na busca pela redução das emissões de carbono, edifícios e casas sustentáveis começam a atrair projetos de construtoras e incorporadoras brasileiras.
O Brasil tem hoje pelo menos 3,5 mil construções certificadas ou em fase de certificação, que atendem vários critérios definidos por organismos nacionais e internacionais. Além de atestar o projeto como sustentável, o selo ajuda a atrair investimentos, valoriza o imóvel e seus requisitos reduzem custos para os moradores.
O número é pequeno diante do total de obras no país, mas vem crescendo anualmente desde que o ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) passou a ser vital para as empresas e requisito por parte de investidores. O foco maior são imóveis comerciais de alto padrão e, mais recentemente, também de residenciais. Na categoria popular, há pelo menos um conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida (MCMV) com o "selo verde", no Paraná.
No segmento de médio/alto padrão, uma das referências é o Idea Bagé, em Porto Alegre (RS). Foi o primeiro edifício residencial no país a receber a certificação máxima nesse segmento, a GBC Condomínio Platina, do Green Building Council (GBC Brasil).
A organização faz parte do World Green Building Council (WGBC), criada nos EUA e com representações em 70 países. No ano passado, a entidade emitiu 139 certificados, 41% a mais em relação a 2021. Os registros (quando o processo começa a ser analisado) subiram 38%, para 219.
Há várias empresas certificadoras e diferentes categorias de selos, mas a base de todas elas tem a ver com economia de água e energia, uso de materiais sustentáveis, conforto dos ocupantes, impactos na sociedade e eficiência.
No caso do Idea Bagé, entre as soluções adotadas estão painéis fotovoltaicos, sistema de aquecimento de água por energia solar, coleta de água da chuva e da gerada pelos aparelhos de ar-condicionado e amplas janelas e portas de vidro que proporcionam claridade e com proteção solar.
"O sistema produz três vezes mais energia do que o condomínio precisa, e o excedente é redistribuído para os apartamentos", informa o engenheiro Mauro Touguinha, da incorporadora Capitânia. Só em condomínio há uma economia anual de R$ 10 mil. A fachada, feita com material autolimpante durante as chuvas, evita gastos de R$ 100 mil em lavagem.
Certificadoras – Os certificados são fornecidos por organizações credenciadas e todo o processo é acompanhado por consultorias especializadas que assessoram as empresas na obtenção do selo (que tem diferentes categorias e pontuações) e verificam o cumprimento dos requisitos. A taxa para obtenção do selo e a consultoria podem custar de R$ 100 mil a R$ 200 mil.
A GBC Brasil contabiliza 2.131 certificados e registros desde 2007, quando iniciou atuação no local. Somente com o selo Leed, subdividido em Platinum, Gold e Silver, o GBC Brasil conta com 1.908 projetos. Esse número coloca o Brasil em quinto lugar no ranking internacional da entidade avaliado em 186 países.
À frente, e bem distante dos demais países, estão EUA (com 76,7 mil selos), China (8,1 mil), Canadá (7,5 mil) e Índia (4,2 mil).
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