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Brasil perde US$ 750 milhões em grãos devido a gargalo logístico na exportação

Diretora da VLI afirma que volumes ficam pelo caminho quando a carga passa de um modal de transporte para outro

Globo Rural

30/05/2023 12h51 | Atualizada em 31/05/2023 13h49


O Brasil perde, por safra, US$ 750 milhões em grãos, como soja e milho, por conta de gargalos logísticos durante o transporte para exportação, afirmou a diretora executiva da VLI, Carolina Hernandez.

“Quando a carga passa de um modal para outro, há um pouco de quebra. Se somarmos isso temos uma perda estimada em 1,53% da produção, o que representa cerca de US$ 750 milhões que deixamos na mesa desde o ponto de origem ao ponto de destino”, disse ela, durante evento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Hernandez ressaltou que houve crescimento nas capacidades da malha ferroviária brasileira e das hidrovia

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O Brasil perde, por safra, US$ 750 milhões em grãos, como soja e milho, por conta de gargalos logísticos durante o transporte para exportação, afirmou a diretora executiva da VLI, Carolina Hernandez.

“Quando a carga passa de um modal para outro, há um pouco de quebra. Se somarmos isso temos uma perda estimada em 1,53% da produção, o que representa cerca de US$ 750 milhões que deixamos na mesa desde o ponto de origem ao ponto de destino”, disse ela, durante evento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Hernandez ressaltou que houve crescimento nas capacidades da malha ferroviária brasileira e das hidrovias, mas, ainda assim, a competitividade segue inferior à de concorrentes na exportação de commodities.

Com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), Carolina comentou que, no Brasil, o modal rodoviário para escoamento de soja e milho representa 38% do transporte, enquanto nos EUA este percentual fica em 14%. Por outro lado, as hidrovias representam 19% para os brasileiros e 55% para os americanos.

O custo logístico total para transportar uma tonelada por caminhões chega a ser três vezes superior à despesa em ferrovias, de acordo com a executiva da VLI. Na comparação com as hidrovias, o custo para transporte por rodovia chega a ser seis vezes maior.

Para solucionar estes gargalos, ela acredita que a chave é a integração, além de aumento nas capacidades das matrizes ferroviária e hidroviária. “Só com integração vamos conseguir competitividade para que os modais brasileiros concorram com os demais países.”

Portos – Carolina Hernandez disse que o Brasil precisa elevar em cerca de 70 milhões de toneladas sua capacidade portuária para continuar dando vazão às exportações do agronegócio, uma vez que o porto de Santos (SP) está próximo de atingir a máxima nos próximos anos.

O cálculo considera a capacidade atual, as melhorias já previstas no porto e a demanda estimada para embarques de grãos e açúcar.

A diretora da VLI afirmou que o porto de Santos representa 41% das exportações nacionais de grãos e açúcar. Atualmente, a capacidade de embarque da unidade está em 77 milhões de toneladas úteis (TU) e deve atingir em torno de 104 milhões de TU até 2035.

Já a demanda para embarque dos produtos citados estava em 70 milhões de TU em 2022, passará para 111 milhões em 2030 e está estimada em 121 milhões em 2035, superando a capacidade do porto.
Os demais portos do país estão em crescimento, porém Santos ainda deve seguir com a maior representatividade no escoamento de cargas.

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