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Brasil, país dos rios, transporta grãos por rodovias

O Brasil tem historicamente fracassado em conseguir fazer uso de sua rede fluvial extensa, razão pela qual os custos de transporte são até quatro vezes maiores

Reuters

03/09/2012 11h05


O Mato Grosso tem todas as condições para ser o paraíso dos agricultores de soja: chuvas abundantes, terras férteis e a preços acessíveis e um rio potencialmente navegável, o Teles Pires, que segue o seu caminho rumo ao norte para a Amazônia e desemboca no mar.

No entanto, os agricultores não podem usar o Teles Pires e, em vez disso, têm que carregar suas colheitas em caminhões em uma jornada de dois dias e 1.300 quilômetros por estrada para os portos do sul superlotados, onde muitas vezes esperam semanas antes do carregamento.

O Brasil tem historicamente fracassado em conseguir fazer uso de sua rede fluvial extensa, razão pela qual os custos de transporte são até quatro vezes maiores do que nos Estados Unidos ou na vizin

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O Mato Grosso tem todas as condições para ser o paraíso dos agricultores de soja: chuvas abundantes, terras férteis e a preços acessíveis e um rio potencialmente navegável, o Teles Pires, que segue o seu caminho rumo ao norte para a Amazônia e desemboca no mar.

No entanto, os agricultores não podem usar o Teles Pires e, em vez disso, têm que carregar suas colheitas em caminhões em uma jornada de dois dias e 1.300 quilômetros por estrada para os portos do sul superlotados, onde muitas vezes esperam semanas antes do carregamento.

O Brasil tem historicamente fracassado em conseguir fazer uso de sua rede fluvial extensa, razão pela qual os custos de transporte são até quatro vezes maiores do que nos Estados Unidos ou na vizinha Argentina.

Isso pode mudar nos próximos anos, à medida que autoridades, pressionadas pelo crescente lobby agrícola em fronteiras de soja como o Mato Grosso, estão prometendo tomar as duras medidas necessárias para que o escoamento por rio se torne mais generalizado.

"O transporte fluvial é algo que estamos olhando com muito cuidado enquanto conversamos", disse o ministro dos Transportes, Paulo Passos, à Reuters em uma entrevista.

"Há desafios, mas isso iria beneficiar muitas pessoas." Os numerosos gargalos de transportes do Brasil estão no centro das atenções depois que a presidente Dilma Rousseff anunciou este mês um plano de 133 bilhões de reais para impulsionar o investimento em infraestrutura.

O plano visa melhorar cerca de 16 mil quilômetros de malha rodoviária e ferroviária, e outro pacote envolvendo portos e aeroportos provavelmente sairá em setembro.

Passos disse que o transporte fluvial não seria abordado de forma tão dramática no curto prazo, porque os projetos estão "menos maduros" do que em outros setores. Mas ele afirmou que o clamor crescente de agricultores e outros está surtindo efeito, e técnicos estão estudando atentamente as dificuldades logísticas para o transporte por rios.

Isso geralmente significa barragens hidrelétricas e o caso do Teles Pires é emblemático.

Embora o rio não seja navegável atualmente, uma série de barragens planejadas ao longo de seu curso poderia elevar os níveis de água o suficiente para permitir a passagem de barcaças. O problema é que o governo do Brasil não incluiu a exigência de eclusas no processo de licitação, o que significa que o desejo de longa data para usar o rio para transportar colheitas pode ter que esperar.

Os agricultores estão enfurecidos, dizendo que as empresas de energia elétrica estão monopolizando o uso de um recurso público às suas custas. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária argumenta que uma hidrovia funcional sobre o Teles Pires pode reduzir os custos de frete na região em até 55 por cento.

"Estamos jogando fora 3 bilhões de reais (em despesas com transporte) a cada ano e isso só vai piorar", disse Leonildo Bares, um agricultor de soja e presidente de um sindicato agrícola local.

Luis Siqueira, presidente do sindicato de transporte hidroviário de São Paulo, disse que a hora de agir é agora, à medida que os políticos ficam cada vez mais atentos às queixas dos agricultores. "É um momento em que precisamos aproveitar o entusiasmo, porque enquanto todas essas discussões estão acontecendo, hidrelétricas estão sendo construídas sem eclusas. É um absurdo." A política energética do Brasil, no entanto, pode estar atrapalhando o caminho.

O plano visa melhorar cerca de 16 mil quilômetros de malha rodoviária e ferroviária, e outro pacote envolvendo portos e aeroportos provavelmente sairá em setembro.

Passos disse que o transporte fluvial não seria abordado de forma tão dramática no curto prazo, porque os projetos estão "menos maduros" do que em outros setores. Mas ele afirmou que o clamor crescente de agricultores e outros está surtindo efeito, e técnicos estão estudando atentamente as dificuldades logísticas para o transporte por rios.

Isso geralmente significa barragens hidrelétricas e o caso do Teles Pires é emblemático.

Embora o rio não seja navegável atualmente, uma série de barragens planejadas ao longo de seu curso poderia elevar os níveis de água o suficiente para permitir a passagem de barcaças. O problema é que o governo do Brasil não incluiu a exigência de eclusas no processo de licitação, o que significa que o desejo de longa data para usar o rio para transportar colheitas pode ter que esperar.

Os agricultores estão enfurecidos, dizendo que as empresas de energia elétrica estão monopolizando o uso de um recurso público às suas custas. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária argumenta que uma hidrovia funcional sobre o Teles Pires pode reduzir os custos de frete na região em até 55 por cento.

"Estamos jogando fora 3 bilhões de reais (em despesas com transporte) a cada ano e isso só vai piorar", disse Leonildo Bares, um agricultor de soja e presidente de um sindicato agrícola local.

Luis Siqueira, presidente do sindicato de transporte hidroviário de São Paulo, disse que a hora de agir é agora, à medida que os políticos ficam cada vez mais atentos às queixas dos agricultores. "É um momento em que precisamos aproveitar o entusiasmo, porque enquanto todas essas discussões estão acontecendo, hidrelétricas estão sendo construídas sem eclusas. É um absurdo." A política energética do Brasil, no entanto, pode estar atrapalhando o caminho.

 

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