Assessoria de Imprensa
07/11/2025 10h26
Por Yorki Estefan*
Às vésperas da COP 30, em Belém (PA), a construção civil brasileira tem muito a compartilhar com o mundo sobre o modelo construtivo desenvolvido no país.
Como presidente do SindusCon-SP, entidade que representa as construtoras do Estado de São Paulo, tenho acompanhado de perto a transformação que o setor vem conduzindo rumo a uma economia mais sustentável, eficiente e de baixo carbono.
Entre as iniciativas de destaque do SindusCon-SP está a CECarbon (Calculadora de Consumo Energético e Emissões de Carbono na Construção Civil), selecionada como case de sustentabilidade pela Sust
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Por Yorki Estefan*
Às vésperas da COP 30, em Belém (PA), a construção civil brasileira tem muito a compartilhar com o mundo sobre o modelo construtivo desenvolvido no país.
Como presidente do SindusCon-SP, entidade que representa as construtoras do Estado de São Paulo, tenho acompanhado de perto a transformação que o setor vem conduzindo rumo a uma economia mais sustentável, eficiente e de baixo carbono.
Entre as iniciativas de destaque do SindusCon-SP está a CECarbon (Calculadora de Consumo Energético e Emissões de Carbono na Construção Civil), selecionada como case de sustentabilidade pela Sustainable Business COP30. A ferramenta permite mensurar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e o consumo energético das edificações, desde a extração da matéria-prima, transporte até a execução da obra. Também serve para que empresas elaborem relatórios de sustentabilidade, em conformidade com a Taxonomia Sustentável Brasileira, que direcionará financiamentos para projetos de baixo impacto ambiental.
Os resultados da CECarbon demonstram que a construção de edifícios no Brasil já apresenta indicadores de emissões de carbono significativamente inferiores aos observados em países desenvolvidos e na América Latina. Por isso, é fundamental que as metas nacionais de redução de emissões considerem essa realidade, que posiciona o Brasil com pelo menos uma década de vantagem em relação às praticadas em outras partes do mundo.
Para se ter uma ideia, em relação às metas internacionais estabelecidas para 2035, as emissões médias nacionais atuais, com base nos dados da CECarbon, estão em cerca de 220 quilos de gás carbônico equivalente por metro quadrado construído (kgCO₂e/m²), enquanto a meta europeia para o mesmo período é de 280 kgCO₂e/m².
Somos agentes de transformação urbana, recuperando áreas ociosas e reintegrando-as à malha urbana. De acordo com a Cetesb, 64% das áreas contaminadas reabilitadas no Estado contam com a participação direta das construtoras.
Na área de logística reversa, as construtoras associadas ao SindusCon-SP têm avançado na gestão de resíduos em seus canteiros de obras, destinando mais de 90% deles para reciclagem. Somente pelo programa Prolata, em operação desde 2020, essas empresas já encaminharam mais de 500 mil quilos de embalagens de aço para reciclagem na região da capital paulista.
O setor também desempenha papel relevante no replantio de árvores, com número de mudas muito superior ao de exemplares removidos, contribuindo para a redução das ilhas de calor e a melhoria da qualidade do ar.
Em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, o SindusCon-SP está implantando placas informativas nos canteiros, indicando a compensação ambiental realizada em cada obra.
Além desses esforços, o SindusCon-SP lançou, no início de novembro, a Calculadora de Eficiência Hídrica na Construção Civil (CEHídrica), ferramenta gratuita que permitirá uma gestão mais precisa do consumo de água nas edificações. A plataforma fornecerá indicadores de eficiência hídrica, mostrando quanto se consome por metro quadrado construído e permitindo comparações entre tipologias e sistemas construtivos, abrangendo produto, execução e uso das edificações.
Hoje, os indicadores ambientais da construção brasileira superam padrões internacionais em diversos aspectos. Enquanto outros países ainda debatem caminhos, o nosso setor já entrega resultados.
Cumprimos as exigências globais, mas é hora de o mundo reconhecer que também pode aprender com a experiência brasileira. A sustentabilidade na construção não é promessa: é prática diária, baseada em planejamento, tecnologia e compromisso com o futuro.
*Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP
06 de novembro 2025
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