Logística
11/05/2010 14h24 | Atualizada em 11/05/2010 17h26
Empresas que estão entre as líderes globais em transporte de passageiros por trilhos aumentam seus negócios no Brasil, de olho nas oportunidades locais. É o caso da líder mundial Bombardier Transportation, atualmente com 100 mil veículos ferroviários em serviço, e também da Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles (CAF), empresas que, apesar de estarem aqui há alguns anos, decidiram somente agora deixar a atuação tímida de lado para acelerar as operações brasileiras nos próximos anos.
O setor ferroviário deve gerar um volume de 111 bilhões de euros em oportunidades dentro deste mercado, somente no biênio 2014 a 2016. Deste montante, a região latino-americana está dentro de uma fatia que compõe 21% do que será gerado, seguida da
...Empresas que estão entre as líderes globais em transporte de passageiros por trilhos aumentam seus negócios no Brasil, de olho nas oportunidades locais. É o caso da líder mundial Bombardier Transportation, atualmente com 100 mil veículos ferroviários em serviço, e também da Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles (CAF), empresas que, apesar de estarem aqui há alguns anos, decidiram somente agora deixar a atuação tímida de lado para acelerar as operações brasileiras nos próximos anos.
O setor ferroviário deve gerar um volume de 111 bilhões de euros em oportunidades dentro deste mercado, somente no biênio 2014 a 2016. Deste montante, a região latino-americana está dentro de uma fatia que compõe 21% do que será gerado, seguida da Ásia, com 4,4% do bolo, pelos mercados norte-americano e europeu, que somarão mais 2,5%, por serem desenvolvidas na área.
Levando em conta as encomendas do setor ferroviário geradas nos últimos dois anos, a Bombardier divide a maior parte com a Alstom, cada uma com 20% do mercado, seguidas pela alemã Siemens, que ficou com 16% dos negócios. O restante (44%) está dividido entre empresas como a CAF, as japonesas Hitachi, Kawasaki e Mitsubishi, além de corporações como Rotem, Talgo e Thales, entre outras fabricantes de trens.
"Dentro deste cenário, o Brasil é um dos países que terão mais novos projetos de mobilidade urbana em desenvolvimento; por exemplo, os metrôs e os veículos leves sobre trilhos (VLTs)", disse, em conversa como DCI, Luis Ramos, diretor de Comunicação da Bombardier para Brasil, Espanha, Portugal, China e Índia.
A Bombardier assinou recentemente um contrato de R$ 383 milhões para modernizar 26 trens do metrô de São Paulo, com entrega marcada para este ano. "Por aqui devem ser geradas, mais a curto prazo, oportunidades de renovação de frotas; aos poucos, vão sair os projetos de monotrilhos e de VLTs", afirmou o diretor da companhia.
Ramos disse também que surgem contratos na área de sinalização e para a prestação de serviços de manutenção. Ele admitiu que os negócios no mercado brasileiro passaram a ter uma relevância maior desde o ano passado, com tendência de crescer cada vez mais.
No Brasil, a Bombardier aumentou em 60% sua planta industrial na cidade de Hortolândia, interior paulista, onde a empresa também criou um centro de engenharia. A intenção que gerou esses investimentos é a de acompanhar o mercado. "Temos uma boa capacidade lá, mas se o mercado brasileiro expandir muito, podemos ampliá-la se necessário", finalizou o executivo. Mundialmente, a produção da Bombardier se faz em 43 plantas, em 21 países.
Espanhola
Uma grande área que pertenceu à antiga Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários (Cobrasma) deu espaço à instalação de outra empresa do setor, em Hortolândia. A espanhola CAF investiu R$ 200 milhões para instalar sua fábrica de trens por lá, com a intenção de aumentar sua atuação no Brasil.
"Começamos a ver no Brasil uma movimentação séria em torno de projetos de mobilidade urbana, que começou aqui em São Paulo. Confiamos em que isso vai contaminar o resto do setor e estender-se a outras regiões", analisou Paulo Fontenele, diretor presidente da CAF Brasil.
O principal executivo da CAF afirmou que existem chances de negócios em metropolitanos de capitais como Recife, Fortaleza e Belo Horizonte, além do VLT da Baixada Santista, localidades onde devem surgir licitações para a compra de carros ferroviários.
"Também devem aparecer futuras concorrências por consequência das obras de mobilidade para atender a eventos como a Copa e as Olimpíadas", comentou o presidente da CAF, ao lembrar de estudos de projetos em em capitais do sul do País, além do Rio de Janeiro.
Fontenele contou que a fábrica de Hortolândia tem capacidade estática de produção de 500 carros por ano, mas que esta, se a necessidade se apresentar, pode ser ampliada no futuro para atender novos contratos.
Hoje a CAF tem no Brasil uma parceria público-privada (PPP) com valor aproximado de R$ 1,8 bilhão, que inclui a entrega de mais de 80 trens à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e à Companhia do Metropolitano de São Paulo.
Mundialmente, A CAF tem três fábricas no norte da Espanha que atendem aos mercados europeu e asiático, e uma outra em Nova York, que abastece o México e os Estados Unidos. A empresa está com uma carteira de mais US$ 7,7 bilhões em pedidos.
09 de janeiro 2020
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