Equipamentos
Valor
04/01/2013 10h04 | Atualizada em 04/01/2013 12h21
Em 2012, as principais dificuldades do segmento foram no primeiro semestre, quando houve as quebras nas colheitas de grãos de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Também recuou a demanda vinculada ao programa governamental Mais Alimentos, e as restrições às exportações para a Argentina fechavam o quadro negativo, que mudou um pouco no segundo semestre.
Com a redução de 5,5% para 2,5% dos juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI, do BNDES), anunciada no fim de agosto, as vendas internas voltaram a ganhar fôlego. Além disso, a severa estiagem que ceifou a produção americana de grãos contribuiu para elevar os preços internacionais de soja e milho e abriu perspectivas para o aumento das áreas plantadas n
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Em 2012, as principais dificuldades do segmento foram no primeiro semestre, quando houve as quebras nas colheitas de grãos de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Também recuou a demanda vinculada ao programa governamental Mais Alimentos, e as restrições às exportações para a Argentina fechavam o quadro negativo, que mudou um pouco no segundo semestre.
Com a redução de 5,5% para 2,5% dos juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI, do BNDES), anunciada no fim de agosto, as vendas internas voltaram a ganhar fôlego. Além disso, a severa estiagem que ceifou a produção americana de grãos contribuiu para elevar os preços internacionais de soja e milho e abriu perspectivas para o aumento das áreas plantadas no Brasil - que, somado à maior capitalização dos produtores, gerou uma corrida mais aceleradas por novas máquinas.
A Anfavea, que previa inicialmente estabilidade nas vendas domésticas em 2012, acabou por registrar aumento de cerca de 5% (o resultado ainda não foi fechado oficialmente). Milton Rego, vice-presidente da entidade, estima que a comercialização de suas empresas associadas alcançou 69 mil unidades de tratores e colheitadeiras no ano passado, ante as 65,3 mil de 2011 e as 68,5 mil de 2010, que deve perder o posto de melhor ano em vendas internas.
A definição de regras para o PSI para todo este ano, divulgada em dezembro pelo governo - juros de 3% no primeiro semestre e de 3,5% no segundo - é um dos principais fatores que explicam o otimismo das empresas, que também contam com preços ainda elevados das commodities e bons resultados no campo brasileiro - e o clima deve ajudar.
A americana John Deere é uma das empresas que projetam avanço neste ano, sem citar metas. O Brasil superou o Canadá e já é o segundo mercado para a empresa, atrás dos Estados Unidos. A América Latina responde por 15% da receita global da múlti e o mercado brasileiro é responsável por mais da metade dessa fatia latina apenas com os negócios da área agrícola - a empresa atua também com outros tipos de equipamentos, como para construção.
"Estou satisfeito com o PSI, vendo movimentações nos investimentos em infraestrutura. Tudo isso traz um otimismo que também é importante para a comunidade mundial", diz Alfredo Miguel Neto, diretor de assuntos corporativos para América Latina da John Deere.
A também americana AGCO anunciou, ainda no fim de novembro, que a perspectiva para 2013 é positiva. "Estamos tentando ter outro ano de recorde", disse o CEO Martin Richenhagen. O faturamento global da companhia deve ter atingido US$ 10 bilhões em 2012, 13,6% mais que em 2011 (US$ 8,8 bilhões). A AGCO estima que as vendas de tratores e colheitadeiras no Brasil podem crescer entre 5% e 10% em 2013, segundo Fábio Piltcher, diretor de marketing para América do Sul da multinacional.
A New Holland, marca do grupo CNH, estima crescer cerca de 10% este ano frente a 2012, que registrou aumento das vendas internas de aproximadamente 5% ante 2011. Para Luiz Feijó, diretor comercial da New Holland para a América Latina, a boa safra interna, a seca nos Estados Unidos e os juros menores do PSI no segundo semestre do ano passado compensaram as perdas registradas com a seca no Sul do país.
Com o mercado interno aquecido, ocorreu uma mudança no perfil da oferta, na avaliação de Rego, da Anfavea. Aumentou a procura por máquinas de maior potência em busca de maior produtividade e menor exposição às variações climáticas. Segundo ele, em 2009 mais de 60% das vendas eram de tratores com potência abaixo de 100 cavalos. Hoje, quase 60% são tratores com mais de 100 cavalos.
Se por um lado a expectativa é de crescimento da comercialização doméstica, as exportações das empresas ligadas à Anfavea podem ficar estáveis. Em 2012, a venda externa deve ter caído para 17 mil unidades, ante as 18,3 mil de 2011. Além das restrições argentinas, a perda de competitividade da indústria nacional também prejudicou esses negócios, de acordo com Rego. A situação preocupa, pois em alguns casos há perda de mercados quase inteiros.
Do lado dos implementos agrícolas, a expectativa também é de aquecimento no mercado interno. O faturamento das empresas ligadas à Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) tende a crescer 10% em relação aos R$ 10 bilhões estimados para 2012. No ano passado, as exportações recuaram 3% e as importações cresceram estimados 35% sobre os US$ 583,3 milhões de 2011.
Celso Casale, presidente da CSMIA, afirma que, apesar da expansão do mercado interno, a preocupação é com o futuro da economia brasileira, que tem de voltar a crescer de forma satisfatória. "Caso contrário teremos problemas lá na frente. Seremos afetados em 2014, 2015, pois não dá para o setor crescer sozinho".
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