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Apesar da demanda fraca, importação de aço avança no mercado brasileiro

Conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), de janeiro-abril o volume de aços planos importado registrou aumento de 18,5%

Valor Econômico

06/06/2023 14h38


Aproveitando os preços em baixa do aço no mercado externo, que gera um prêmio elevado ante o do produto nacional, e o dólar negociado na faixa de R$ 5,00, produtos estrangeiros têm ganhado espaço no mercado brasileiro. Mesmo com o consumo aparente de produtos siderúrgicos estar fraco e sinalizar até fechar em leve queda neste ano.

Conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), referentes ao período janeiro-abril, o volume de aços planos importado registrou aumento de 18,5%, somando 659,5 mil toneladas, ao se comparar com mesmo período de 2022.

Em abril, especificamente, o crescimento saltou para 46,7%

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Aproveitando os preços em baixa do aço no mercado externo, que gera um prêmio elevado ante o do produto nacional, e o dólar negociado na faixa de R$ 5,00, produtos estrangeiros têm ganhado espaço no mercado brasileiro. Mesmo com o consumo aparente de produtos siderúrgicos estar fraco e sinalizar até fechar em leve queda neste ano.

Conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), referentes ao período janeiro-abril, o volume de aços planos importado registrou aumento de 18,5%, somando 659,5 mil toneladas, ao se comparar com mesmo período de 2022.

Em abril, especificamente, o crescimento saltou para 46,7%, atingindo 161 mil toneladas, sobre um ano atrás, informa o relatório mensal do Inda. Os volume não incluem aços semiacabados (placas), aços especiais e folhas metálicas, usadas em embalagens.

“Nessa tendência, o montante de material importado deve se manter ou provavelmente superar o de 2022”, afirmou Carlos Loureiro, presidente do Inda. Na sua avaliação, ninguém [importadores] tem mostrado medo da variação do dólar ao decidirem fazer pedidos lá fora. “A entrada de material estrangeiro só não aumenta mais porque o mercado local está muito fraco.”

As principais fontes do material estrangeiro, que entra via vários portos no país, são a China (55% do volume total), Rússia (16%), Áustria (10,6%, com destaque para chapa grossa especial, usadas em tubos de petróleo) e Coreia do Sul (9%).

No momento, os estoques na rede e nos consumidores de aços planos estão baixos. Nesse cenário, as siderúrgicas, como CSN, conseguiram reajustar, no máximo, em 5% os preços no início de maio. A expectativa é que, havendo uma pequena melhora de mercado, a demanda local volte a reaquecer no segundo semestre.

Segundo Instituto Aço Brasil, que reúne fabricantes de todos os tipos de aço, em abril as vendas de laminados no mercado interno recuaram 11,2% — sendo 7,1% em produtos planos e 16,3% em longos. No quadrimestre, a queda média do total foi de 3,9% (-1,8% e 6,7%, respectivamente).

Segundo a entidade, o consumo aparente de aço no mercado brasileiro, em abril, registrou decréscimo de 2,7% em aço plano e 8,4% nos longos. No acumulado de quatro meses o desempenho ainda foi positivo em 1% para produtos planos, mas negativo em 3,6% nos aços longos.

Os aços longos são usados na construção civil e em obras de infraestrutura, além de aplicações industriais. O lançamento de imóveis no país teve forte retração no primeiro trimestre.

Em abril, as vendas de aço no canal de distribuição registraram queda de 0,5%, com 301 mil toneladas, ante um ano atrás. Sobre março, houve decréscimo de 18,7%, segundo o Inda. No quadrimestre, com despachos de 1,28 milhão de toneladas, foi registrada baixa de 0,6% sobre igual período de 2022.

Para maio, a previsão do Inda era que o mês fecharia com melhora no consumo de aço distribuído pela rede, que é formada por empresas independentes e por coligadas das siderúrgicas.

No mercado, a previsão é que os resultados financeiros deste trimestre das siderúrgicas de aços planos serão piores do que os vistos nos balanços do primeiro trimestre em razão da fraca demanda e de preços sem reajustes.

No segundo semestre, a concorrência no país deve ficar mais acirrada com a conclusão da reforma do alto-forno da Usiminas, a entrada da nova linha de produção de aços galvanizados da ArcelorMittal, em São Francisco do Sul, e do fim da parada para manutenção da usina de Ouro Branco, da Gerdau.

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