Revista M&T
09/10/2024 09h15 | Atualizada em 10/10/2024 11h36
Impulsionada por recursos de rapidez, segurança e produtividade, a tecnologia tem avançado de maneira contínua na construção.
Nas operações de concretagem, por exemplo, um avanço inestimável tem sido possível graças à inovação obtida nos equipamentos de bombeamento, contribuindo para práticas mais sustentáveis e seguras.<
...Impulsionada por recursos de rapidez, segurança e produtividade, a tecnologia tem avançado de maneira contínua na construção.
Nas operações de concretagem, por exemplo, um avanço inestimável tem sido possível graças à inovação obtida nos equipamentos de bombeamento, contribuindo para práticas mais sustentáveis e seguras.
A capacidade de transportar concreto de maneira rápida e eficiente em locais de difícil acesso é uma das principais proezas dessas soluções, garantindo que o insumo seja aplicado sem perda de qualidade ou consistência.
Além de acelerar o andamento da obra a partir da disposição rápida do concreto, os equipamentos de bombeamento reduzem custos com mão de obra ao diminuírem a quantidade de pessoas no canteiro.
Com mastros de diferentes extensões e articulações, os equipamentos são capazes de bombear concreto a grandes alturas e distâncias, atingindo pontos recônditos, onde a aplicação do insumo precisa ser controlada com precisão e evitar desperdícios.
Nessa tarefa de melhoria na concretagem de estruturas, a inovação tem exercido um papel-chave, com destaque para sistemas de controle automático, telemetria e monitoramento remoto, sistemas de segurança integrados e design ergonômico.
“Hoje, as bombas possuem circuito hidráulico mais eficiente, que exige menos consumo de energia”, nota Suelen Prudente, gerente comercial do Grupo Convicta, cujos modelos variam de 30 a mais de 40 m, conforme o tipo de obra e a produtividade almejada.
“Isso se deve ao uso de bombas hidráulicas de deslocamento variável com sensor de carga.”
DIMENSIONAMENTO
As bombas com maior vazão e menor altura geralmente são mais aplicadas na concretagem de fundações, estacas, alicerces e radier. Por sua vez, as bombas de baixa vazão e alta pressão são utilizadas em concretagem de construções e grandes edifícios.
Bombas atuais ganharam circuito hidráulico
mais eficiente, com menor consumo de energia
De acordo com Samuel Elias, projetista do Grupo Convicta, selecionar uma bomba adequada exige que o concreteiro saiba com exatidão qual é o público que pretende atender, identificando a maior demanda na região em que atua.
“Bombear concreto para grandes altitudes acaba exigindo muita energia do sistema hidráulico e grande esforço mecânico no sistema de bombeamento”, justifica.
“Para atender esses requisitos, é necessário o uso de bombas hidráulicas importadas, o que aumenta o custo dos equipamentos.”
Com o objetivo de fornecer uma máquina com menor custo, diz ele, os fabricantes acabam limitando o sistema a uma vazão mais baixa de bombeamento.
"Essa característica reduz a produtividade”, assegura Elias, citando a disponibilidade de bombas com vazões em torno de 50 a 70 m³/h, indicadas para uma ampla gama de aplicações. “São equipamentos mais adequados para quem pretende iniciar no mercado de bombeamento de concreto.”
Outra máquina versátil que, segundo Elias, oferece bom custo-benefício é o modelo “Beton-bomba Convicta”, uma solução voltada para pequenas e médias construções e que promete bom rendimento, especialmente por incorporar dois equipamentos em um único caminhão.
A consultora comercial do Grupo Convicta, Cynthia Oliveira, aponta diferenças entre esses equipamentos de bombeamento de concreto, a começar pela autobomba, cuja única função é bombear o insumo, carregando a bomba de concreto, além de tubulações e conexões.
“A bomba lança possui a tubulação montada em sua estrutura”. diferencia.
“O fato de não precisar de tubulações ou que a tubulação seja móvel, de acordo com o movimento da lança, reduz o tempo de operação e a quantidade de pessoas na obra”, explica Oliveira, contrapondo que, devido à necessidade de patolas, a bomba também requer maior espaço no canteiro, além de ser consideravelmente mais cara.
TECNOLOGIAS
As fabricantes dão o recado em termos de recursos técnicos e tecnológicos. Um exemplo é o sistema “Schwing Telematics’, que promete aumentar a produtividade e a disponibilidade dos equipamentos na frente de trabalho.
Sistemas de telemetria prometem aumentar a disponibilidade dos equipamentos na frente de trabalho
“As novas bombas de concreto sobre caminhão já podem ser adquiridas de fábrica com essa opção”, ressalta Ralf Mota de Oliveira, gerente de vendas da Schwing-Stetter Brasil. “Essa tecnologia também está disponível como retrofit para modelos equipados com o sistema Vector (I ou II), a partir de 2004”, informa.
Entre as vantagens da tecnologia, Mota destaca a integração ao sistema CAN bus, bem como o suporte de frota mista, sendo que produtos de outros fabricantes também podem ser integrados usando uma solução IoT. Segundo Mota, os modelos da Schwing mais demandados atualmente são os de 32 e 36 m.
De acordo com Romário Gonçalves, diretor executivo da Evomaq, as bombas possuem projeto simplificado, levando em consideração as condições reais dos canteiros.
Ele salienta dois pontos que chamam a atenção dos clientes, começando por um recurso manual utilizado em caso de pane elétrica, que fica em stand by durante a operação.
“Se a máquina apresentar falha na parte elétrica, por meio de um simples botão comutador o operador consegue alternar para a função manual e terminar a concretagem sem risco de perder o concreto usinado já estacionado”, descreve.
Outro dispositivo presente nos projetos hidráulicos é a válvula reguladora de vazão, que permite manter a pressão máxima da bomba durante a concretagem, regulando adequadamente o fluxo na ponta do mangote.
“Isso contribui no preenchimento de formas pré-moldadas, por exemplo, evitando que concreto caia das formas”, explica Gonçalves, destacando que atualmente o modelo mais vendido da marca é o AL1560 com tomada de força, um equipamento intermediário capaz de bombear um caminhão de 8 m³ em até 12 min.
Peso menor possibilita a montagem dos equipamentos
em caminhões menores, minimizando o investimento
Na Zoomlion, o gerente da unidade de concreto, Rodrigo Kazuma, reforça que as bombas de nova geração ganharam diversos recursos técnicos e tecnológicos.
“Entre eles, destacam-se os sistemas eletrônicos para controle da operação, que ajudam na redução de consumo, melhoram a performance e aumentam a vida útil do equipamento”, garante.
Além destes, o especialista cita recursos que aprimoram a ergonomia em situações críticas e severas de uso, com sensores que ajudam a manter o equipamento conforme o programado. De acordo com Kazuma, os modelos da marca mais demandados atualmente no país incluem lanças de 24, 32, 36, 40 e 43 m.
DIFERENCIAIS
Enquanto as bombas-lanças contam com braços automatizados que facilitam e agilizam a montagem, a versão sem lança (ou convencional de mangote, como é popularmente chamada), requer montagem manual para alcançar pontos diferentes de concretagem.
Suas principais vantagens estão na parte operacional, uma vez que a tubulação do equipamento permanece montada, além de se autoprojetar na concretagem.
“Trata-se de um equipamento mais tecnológico, de alta pressão e capacidade para lançamento de grandes volumes de concreto”, esclarece Gonçalves.
“A contrapartida é o valor de investimento e manutenção, para basicamente executar o mesmo serviço de uma bomba de concreto sem lança.”
A bomba sem lança, aliás, tem um custo-benefício bastante interessante, de duas a três vezes menor que o equipamento com lança, uma economia possível de ser obtida também na compra de um modelo menor de caminhão, além de não possuir braços automatizados.
Nesse caso, o contraponto fica por conta da mão de obra exigida na montagem de tubulação”, prossegue Gonçalves.
“Por mais fácil e leve que seja, consome um certo tempo que é relevante nos casos de grandes alturas, nos quais a montagem manual se torna mais difícil e demorada.”
Bombas-lança contam com braços automatizados que agilizam a montagem
Em relação à aplicação, Kazuma explica que, em bombas com maior vazão e pouca altura, a pressão tende a variar conforme a necessidade de altura e distância do projeto.
“Os concreteiros devem sempre contar com um conjunto de bombas complementares”, avalia Kazuma.
“Mas na necessidade de escolha de somente um equipamento, o ideal é o de maior pressão e menor vazão, pois atende a todos os tipos de concretagem, o que não acontece com as bombas de baixa pressão.”
MERCADO
Em relação às vendas do 1º semestre, o saldo é considerado positivo, com boas perspectivas até o final do ano. Enquanto Mota, da Schwing-Stetter, atribui os bons resultados à crescente demanda de concreto bombeado e obras de infraestrutura, Kazuma, da Zoomlion cita a importância da ampliação do portfólio.
“Além de bombas de concreto, daremos início à comercialização de betoneiras de 8 m³ para atender a diversos segmentos da cadeia produtiva”, comenta. “Nos primeiros meses do ano, as vendas apresentaram excelentes resultados, com crescimento expressivo em comparação ao 1º semestre de 2023.”
Para a Evomaq, a demanda também se manteve alta no período. Gonçalves atribui o desempenho aos efeitos do período pós-pandemia, em que muitas obras foram retomadas ou iniciadas.
“Estamos bem-confiantes no bom resultado deste ano, fazendo investimentos em nossa planta física na cidade de Mogi Mirim (SP), e participando nas feiras setoriais realizadas ao longo do ano, incluindo a Concrete Show, onde já confirmamos presença”, diz.
O Grupo Convicta também segue nessa perspectiva. Os números do 1º trimestre foram extremamente positivos para a empresa, com um aumento de ao menos 30% em relação ao ano passado.
Segundo a empresa, o concreto usinado está cada vez mais popular e com uma gama muito mais ampla de aplicações, como é o caso dos pavimentos rígidos, por exemplo, que têm crescido consideravelmente e, assim, ajudado a alavancar a demanda.
Para a companhia, as perspectivas em 2024 são muito promissoras, com expectativa de um aumento acumulado nas vendas de pelo menos 40% ao longo do ano.
“Contudo, um dos desafios pode ser a falta de disponibilidade de insumos necessários à fabricação e montagem dos equipamentos, como componentes hidráulicos e elétricos, que são primordiais para garantir a produção em série”, alerta Oliveira.
TREINAMENTO
Sobratema lança cursos de capacitação em bombas de concreto
A relevância do segmento de bombas de concreto levou a Sobratema a criar cursos específicos de treinamento na área, voltado para mecânicos, ajudantes, operadores, supervisores e demais envolvidos na operação, que passaram a ser disponibilizados ao mercado neste ano pelo Instituto Opus, programa de qualificação da entidade.
O objetivo é capacitar os profissionais na identificação e eliminação dos riscos na operação com os equipamentos, passando por temas como conceitos gerais de hidráulica e sistemas elétricos, fatores críticos de operação e segurança, lubrificação, regulagem, circuitos, desgastes e outros.
A grade inclui treinamento em Elétrica, Mecânica e Operação e Segurança. “De extrema importância para o setor, o conteúdo pode ser adaptado de acordo com as necessidades dos participantes”, afirma Agnaldo Lopes, presidente executivo da Sobratema. ♦
Grade de conteúdo inclui treinamento em Elétrica, Mecânica e Operação e Segurança
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