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Revista GC - Ed.13 - Março 2011
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Especial Nordeste / Irrigação

Yes, nós temos bananas

Estado do Piauí começa a colher frutos do projeto de irrigação Platôs de Guadalupe

O perímetro irrigado Platôs de Guadalupe, em execução através do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) no Piauí, já começa literalmente a dar frutos. Dezenas de lotes empresariais já foram entregues para a fruticultura, resultando na cultura de frutas como banana, maracujá, coco, melancia e goiaba. O destaque tem sido a produção de banana, com 150 hectares implantados. Toda a produção de banana é comercializada nos estados do Piauí, Maranhão, Pernambuco e Ceará.

O projeto, localizado no município de Guadalupe, às margens do reservatório da Barragem de Boa Esperança, no Rio Parnaíba, está a cargo do consórcio Mendes Júnior e Camargo Correa e conta com recursos do PAC. No total, devem ser investidos R$ 350 milhões. Trata-se do Projeto de Aproveitamento Hidroagrícola dos Platôs de Guadalupe, sistema de irrigação de 3.180 ha., com vazão de 20 m³/s. A estimativa é de que, quando estiver concluído, em 2012, o projeto possa gerar mais de 13 mil empregos diretos e 27 mil empregos indiretos. Para cada hectare irrigado serão obtidos, em média, um emprego direto e doi


O perímetro irrigado Platôs de Guadalupe, em execução através do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) no Piauí, já começa literalmente a dar frutos. Dezenas de lotes empresariais já foram entregues para a fruticultura, resultando na cultura de frutas como banana, maracujá, coco, melancia e goiaba. O destaque tem sido a produção de banana, com 150 hectares implantados. Toda a produção de banana é comercializada nos estados do Piauí, Maranhão, Pernambuco e Ceará.

O projeto, localizado no município de Guadalupe, às margens do reservatório da Barragem de Boa Esperança, no Rio Parnaíba, está a cargo do consórcio Mendes Júnior e Camargo Correa e conta com recursos do PAC. No total, devem ser investidos R$ 350 milhões. Trata-se do Projeto de Aproveitamento Hidroagrícola dos Platôs de Guadalupe, sistema de irrigação de 3.180 ha., com vazão de 20 m³/s. A estimativa é de que, quando estiver concluído, em 2012, o projeto possa gerar mais de 13 mil empregos diretos e 27 mil empregos indiretos. Para cada hectare irrigado serão obtidos, em média, um emprego direto e dois indiretos, conforme avaliação do Banco Mundial.

O complexo inclui o fornecimento de água, por meio de um conjunto de obras, incluindo sistema de captação, condução e rede de distribuição. A captação da água é realizada na represa de Boa Esperança, sendo então pressurizada pelas Estações de Bombeamento Principais e recalcada através do sistema de adutoras principais até a rede de canais de condução. A condução realizada por canais de distribuição com regulação mista, localizados nas linhas de cumeada, permite o abastecimento das Estações de Bombeamento de Pressurização (Estações Secundárias) que têm a função de pressurizar as redes de adutoras até os respectivos pontos de consumo, situados nos lotes dos irrigantes. A área a ser implantada é dividida em duas unidades distintas:

Projeto da Área Norte, 6.795 hectares - Para essa área é prevista a captação na represa de Boa Esperança, através de um canal de aproximação e de uma Estação de Bombeamento Principal (EBP-Norte), e o recalque de 8,37 m³/s de vazão para suprimento da rede de canais, situado na parte alta dos platôs. A condução da água é realizada através de dois canais que abastecem um total de 8 setores hidráulicos.

Projeto da Área Sul, 3.837 hectares – A concepção geral da Área Sul prevê a captação da água na represa de Boa Esperança, através de um canal de aproximação e de uma Estação de Bombeamento Principal (EBP-Sul). A água para abastecimento é conduzida até a extremidade leste da mesma, pelo canal CP2. A estação de Bombeamento Secundária (EBS Sul) tem por objetivo o recalque de uma vazão de 3,95 m³/s, até a parte alta dos platôs, onde a água é conduzida até os três setores hidráulicos ali situados. O Projeto de Instrumentação e Automação desenvolvido para este projeto tem por finalidade aprimorar o esquema operacional e de supervisão, visando, principalmente, a segurança e operacionalidade do sistema de irrigação de modo a reduzir ao mínimo as perdas de água, prolongar a vida útil dos equipamentos e instalações e fornecer informações para a programação adequada da manutenção preventiva e corretiva.

A ordem de serviços pelo Dnocs foi dada em abril de 2008. O contrato tem prazo de execução de 48 meses e seu término está previsto para abril/2012. Por estar distante das capitais do Nordeste, a obra demanda uma logística diferenciada para apoio aos trabalhos. No entanto, a maior dificuldade executiva é a construção da Estação de Bombeamento Principal da Área Norte (EBP Norte), que é construída muito próxima do Lago da Represa de Boa Esperança e 12 m abaixo do nível médio do Lago e 15 m abaixo do nível do terreno. Além disso, o consórcio teve o período de setembro de 2009 a janeiro de 2010 para execução da estrutura dessa Estação.

Para contornar a dificuldade de execução da EBP Norte, optou-se pelo processo de formas deslizantes tanto nas paredes externas quanto internas, que formam os seis poços de sucção. Houve também a necessidade de deslizar os muros de arrimo tanto do lado direito quanto esquerdo do canal de aproximação. Com isso a implantação das obras civis da EBP Norte, previstas para nove meses, foram implantadas em quatro meses. Um recorde para o órgão, assim como foi pioneiro o uso de formas deslizantes no processo. Por ser um projeto de irrigação e com a construção de grandes e longos canais de distribuição, o principal sistema construtivo foi a otimização da concretagem das várias placas de revestimento dos canais.

 

Projeto de Irrigação Tabuleiros Litorâneos de Parnaíba
Outro projeto no estado do Piauí com foco no desenvolvimento econômico é o projeto de irrigação para aproveitamento hidroagrícola nos municípios de Parnaíba e Bom Princípio do Piauí. Iniciado em 2008, o sistema irrigado deve entrar em operação em 2011, executado pelo Departamento Nacional de Obras Contra Seca, com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

O projeto contempla obras civis e montagem incluindo a execução de duas estações de bombeamento principais e três adutoras também principais, além de rede de canais, adutoras de distribuição, rede parcelar, rede viária, rede de drenagem e infraestrutura urbana e elétrica. A obra está na etapa final, a cargo das construtoras Norberto Odebrecht e Queiroz Galvão.

Amaro Guatimosim, diretor da Área de Negócios Centro-Norte da Mendes Júnior
Qual a participação dos empreendimentos do Nordeste hoje na carteira da construtora? 
Os projetos da Mendes Júnior no Nordeste representaram, em 2010, cerca de 7% da receita da empresa. Sem dúvida houve uma evolução e, para 2011, as perspectivas de negócio apontam para mais de 15% da receita.

Trata-se de uma região bastante carente de infraestrutura. Este cenário está sendo modificado?
Nos últimos anos, estão sendo realizados grandes investimentos na região. No entanto, como a carência é significativa, uma modificação de cenário demandará ainda longo prazo.

Quais áreas são as mais demandantes em obras? 
De maneira geral, projetos de infraestrutura como estradas, ferrovias, hidrovias, saneamento, portos, habitação, indústrias, ...

Há dificuldades de arregimentar mão-de-obra?
A questão de mão de obra qualificada é um ponto sensível em todo o país. Uma dificuldade que todos os setores têm enfrentado. E com a Mendes Júnior isso não é diferente. Procuramos qualificar a mão de obra em nossos projetos priorizando a contratação de pessoas da região.

O Sr. acredita que esse cenário tende a permanecer nos próximos quatro anos?
Sem dúvida, o cenário de crescimento da região tende a permanecer e até se intensificar.

Quais as metas da construtora para esse período em relação ao Nordeste?
A Mendes Júnior pretende se destacar como uma das empresas que mais cresce e oferece soluções de Engenharia a esta região. Diante de um cenário promissor como este, não só no Nordeste mas no País como um todo, a empresa  buscará conquistar novos negócios, ampliando a participação da região nos negócios da empresa.

 

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