Fale sobre os mercados de construção latino-americanos e muitas pessoas naturalmente lembrariam o Brasil a maior economia da região. Na verdade, muitos pensariam diretamente nos preparativos que estão em andamento para a próxima Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, os quais envolvem um grande investimento em infraestrutura e instalações para sua realização. Mas o mercado da construção do Brasil significa muito mais, vai muito além destes eventos esportivos e o mercado latino-americano vai muito além do que apenas o Brasil.
A revista International Construction (IC) calcula que o mercado global da construção movimentará em torno de US$ 7,9 trilhões este ano. Desse total, a América Latina pode representar algo como US$ 475 bilhão ou cerca de 6% do total - o que faz dela uma região de tamanho médio. A Ásia, Europa e América do Norte são todos mercados muito maiores, mas, por outro lado, a América Latina está à frente da África, Oriente Médio e da CIS (Comunidade de Estados Independentes) em termos de tamanho.
Mas, enquanto os mercados da América do Norte e da Europa podem ser muito mai
Fale sobre os mercados de construção latino-americanos e muitas pessoas naturalmente lembrariam o Brasil a maior economia da região. Na verdade, muitos pensariam diretamente nos preparativos que estão em andamento para a próxima Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, os quais envolvem um grande investimento em infraestrutura e instalações para sua realização. Mas o mercado da construção do Brasil significa muito mais, vai muito além destes eventos esportivos e o mercado latino-americano vai muito além do que apenas o Brasil.
A revista International Construction (IC) calcula que o mercado global da construção movimentará em torno de US$ 7,9 trilhões este ano. Desse total, a América Latina pode representar algo como US$ 475 bilhão ou cerca de 6% do total - o que faz dela uma região de tamanho médio. A Ásia, Europa e América do Norte são todos mercados muito maiores, mas, por outro lado, a América Latina está à frente da África, Oriente Médio e da CIS (Comunidade de Estados Independentes) em termos de tamanho.
Mas, enquanto os mercados da América do Norte e da Europa podem ser muito maiores, eles não oferecem nada que chegue sequer perto de igualar o potencial de crescimento que tem a América Latina. O mercado de construção dos Estados Unidos está apenas voltando a apresentar crescimento ainda instável após uma recessão devastadora que durou seis anos. E o mercado europeu continua a encolher enquanto a crise de endividamento de países como a Grécia e a Espanha continua a minar a confiança e a agravar a espiral descendente da contração econômica.
Mesmo na Ásia, onde países como a China e a Índia vinham impulsionado um crescimento assombroso há mais de uma década, as medidas para conter a inflação levaram a uma desaceleração temporária na Índia e a uma recessão que já dura um ano no mercado de construção chinês.
Contrastando com isso, a América Latina vem produzindo um crescimento mais comedido e o comprometimento da região em melhorar sua infraestrutura pode significar que o seu mercado de construção será o mais atraente do mundo por vários anos.
Escrevendo para a edição de maio da IC, Scott Hazel, diretor de serviços de construção da IHS Global Insight uma renomada empresa de previsão econômica disse: “O potencial de crescimento da América Latina só fica atrás da região conhecida como ‘Ásia-Pacífico’ com um aumento de +6,1% previsto para este ano. A notícia fica ainda melhor com o passar do tempo, pois, ao longo dos próximos cinco anos, a América Latina será líder mundial em crescimento da construção, com aumento de +7,1%, enquanto na Ásia-Pacífico o crescimento cai para 6,0%.”
Foco em infraestrutura
Então, por que a América Latina é um mercado tão promissor? Uma das principais razões é o seu compromisso de investir em infraestrutura. Ao longo dos próximos quatro anos, ou por volta disso, a IHS Global Insight prevê que este segmento da indústria da construção civil cresça 8,8% ao ano, enquanto a média mundial será menos da metade disso, ou 4,3%.
Além de ser o maior mercado na região, o Brasil também lidera em investimentos em infraestrutura e a previsão para os próximos quatro anos é de 14% de crescimento, ano sobre ano, no setor. A Colômbia também deve investir acima da média global e a média para os países menores da região deverá ser de 6,0%.
Mas isto não significa que a região é uniformemente positiva. Embora a maioria dos países esteja apresentando um bom crescimento, países como a Venezuela e a Argentina continuam a ficar muito para trás devido à má gestão econômica e a políticas que desencorajam o investimento estrangeiro.
Juntando países
Outro aspecto interessante do mercado latino-americano de infraestrutura é a ênfase dada neste momento a melhorar as ligações entre seus diferentes países. Além do seu simbolismo, as ligações entre auto-estradas e ferrovias também ajudarão a impulsionar o comércio no futuro, aumentando a prosperidade na região.
Estes projetos variam em termos de tamanho e escala e, em alguns casos, são esquemas relativamente simples para melhorar a qualidade das estradas de fronteira. Mas um dos mais emocionantes, do ponto de vista da construção, é a proposta do Corredor Bioceânico Aconcagua (CBA), que é um esquema para construir uma nova ligação ferroviária de 205 km através dos Andes, interligando o Chile e a Argentina.
Um aspecto crucial é que a ligação será construída abaixo da linha de neve do inverno. Por isso, ela estará aberta durante todo o ano. Entretanto, para fazer isso, a seção do túnel terá que ter 52 km de extensão e, assim, irá concorrer em termos de escala e complexidade do projeto com o Túnel Gotthard Base na Suíça (atualmente em construção, mas que já é o maior túnel do mundo em extensão).
Grandes projetos como este, e outros de renome mundial como a expansão do Canal do Panamá, ilustram por que a América Latina tornou-se um lugar tão ativo e atraente para a atividade de construção, e por que deve continuar a ser um mercado dinâmico no futuro.
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