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Revista GC - Ed.1 - Jan/Fev 2010
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Contrução sustentável

Um prédio feito de sonhos, metal e concreto

Teckma Engenharia é um exemplo de que uma trajetória de sucesso se constrói com muito trabalho e conhecimento técnico, mas também com uma boa dose de sonhos. Com 17 anos de atuação, marcados por um crescimento expressivo, a empresa, especializada em montagem industrial, com ênfase em sistemas elétricos, mecânicos, controle de incêndio, automação e instalações prediais, passou, de R$ 2,3 milhões em contratos, em 2001, para R$ 44,5 milhões em 2006, crescendo para R$ 77,3 milhões em 2007, e R$ 108,4 milhões, em 2008. Para 2010, a expectativa da Teckma é de um incremento da ordem de 40% no volume de contratos, e de 45% para 2011, o que significará dobrar de tamanho nos próximos dois anos.

Foi justamente com essas matérias-primas – trabalho, competência e sonhos – que a Teckma construiu sua nova sede. Trata-se de um prédio projetado a partir de modernos conceitos de sustentabilidade e redução dos impactos ambientais e sociais, ocupando terreno de 1000 m² na Avenida Paes de Barros, no Parque da Mooca, Zona Leste de São Paulo (SP). O edifício, com cinco pavimentos e dois subsolos, foi concebido seguindo um caminho inverso da maioria dos prédios conceituais: nasceu dos sonhos de um engenheiro, Fábio Barione, 40 anos, diretor e fundador da Teckma, e ganhou o mundo real pelas mãos de uma arquiteta, Andréa Gonzaga.

O primeiro conceito definido por Barione era garantir, para si e para os 70 funcionários da empresa, um espaço confortável, agradável e funcional. “Passamos a maior parte dos dias em nossos locais de trabalho. Por isso, é fundamental, para mantermos qualidade de vida, que esse local seja bonito, agradável e acolhedor”, define o engenheiro. A partir dessa premissa básica, Andréa Gonzaga tinha como desafio elaborar um projeto que assegurasse menor custo de construção e manutenção, aliando a isso bem-estar, conforto térmico, lumínico e acústico. Seu projeto deveria, por fim, colaborar com a preservação do meio ambiente, deixando como legado às futuras gerações um exemplo de valorização dos aspectos culturais brasileiros e de uma convivência mais harmônica do homem nas grandes cidades.

Nascido e criado na Mooca, Barione queria, mais que tudo, permanecer no bairro, onde nasceu


Teckma Engenharia é um exemplo de que uma trajetória de sucesso se constrói com muito trabalho e conhecimento técnico, mas também com uma boa dose de sonhos. Com 17 anos de atuação, marcados por um crescimento expressivo, a empresa, especializada em montagem industrial, com ênfase em sistemas elétricos, mecânicos, controle de incêndio, automação e instalações prediais, passou, de R$ 2,3 milhões em contratos, em 2001, para R$ 44,5 milhões em 2006, crescendo para R$ 77,3 milhões em 2007, e R$ 108,4 milhões, em 2008. Para 2010, a expectativa da Teckma é de um incremento da ordem de 40% no volume de contratos, e de 45% para 2011, o que significará dobrar de tamanho nos próximos dois anos.

Foi justamente com essas matérias-primas – trabalho, competência e sonhos – que a Teckma construiu sua nova sede. Trata-se de um prédio projetado a partir de modernos conceitos de sustentabilidade e redução dos impactos ambientais e sociais, ocupando terreno de 1000 m² na Avenida Paes de Barros, no Parque da Mooca, Zona Leste de São Paulo (SP). O edifício, com cinco pavimentos e dois subsolos, foi concebido seguindo um caminho inverso da maioria dos prédios conceituais: nasceu dos sonhos de um engenheiro, Fábio Barione, 40 anos, diretor e fundador da Teckma, e ganhou o mundo real pelas mãos de uma arquiteta, Andréa Gonzaga.

O primeiro conceito definido por Barione era garantir, para si e para os 70 funcionários da empresa, um espaço confortável, agradável e funcional. “Passamos a maior parte dos dias em nossos locais de trabalho. Por isso, é fundamental, para mantermos qualidade de vida, que esse local seja bonito, agradável e acolhedor”, define o engenheiro. A partir dessa premissa básica, Andréa Gonzaga tinha como desafio elaborar um projeto que assegurasse menor custo de construção e manutenção, aliando a isso bem-estar, conforto térmico, lumínico e acústico. Seu projeto deveria, por fim, colaborar com a preservação do meio ambiente, deixando como legado às futuras gerações um exemplo de valorização dos aspectos culturais brasileiros e de uma convivência mais harmônica do homem nas grandes cidades.

Nascido e criado na Mooca, Barione queria, mais que tudo, permanecer no bairro, onde nasceu também sua empresa. Isso se configurou no primeiro desafio do projeto: encontrar terreno disponível, nas proporções desejadas.  Não conseguiu. O projeto, concebido inicialmente para uma área de 1.500 m², teve que ser adaptado para 1.000 m², adquiridos com muito esforço, com a aquisição de áreas onde antes havia velhas casas que tiveram de ser demolidas.

Enquanto se buscava o terreno ideal, os estudos do projeto iam evoluindo. “Foi quase um ano de estudos. Já na primeira reunião, deixei claro que queria um projeto que identificasse o prédio como sede de uma empresa de engenharia, sem que precisássemos colocar um logotipo na fachada. Eu queria pisos grandes com muitos vãos-livres, queria um projeto que me permitisse trabalhar com as luzes apagadas na maior parte do dia, e que não me tornasse dependente do ar-condicionado, em dias não muito quentes. Queria, ainda, um prédio bonito e diferente, e um ambiente silencioso para trabalhar. A ideia era aproveitar todos os conceitos de green building que a gente conhece, e, é lógico, tentar agregar o máximo de valor sem assumir custos extremamente elevados. A solução para isso era usar toda a tecnologia que a gente conhecia. Eu cuidei pessoalmente do desenvolvimento do projeto”, conta Barione, com orgulho.

A primeira definição, em termos de métodos construtivos, foi a da utilização de estruturas metálicas. Barione explica que, embora isso representasse um investimento inicial maior, em relação à estrutura convencional, em concreto, a opção pelas estruturas metálicas assegurou rapidez na execução da obra, o que se traduziu em economia. “Para se ter uma ideia, nós levantamos toda a estrutura do prédio em 40 dias. De fato, a partir do momento em que as casas que ocupavam o terreno foram demolidas e o terreno foi limpo, toda a obra foi executada em apenas 10 meses”, calcula.

Além da economia de tempo a estrutura metálica evitou o corte de mais de 50 árvores, que forneceriam madeira para as formas de concreto. Ao longo da construção, técnicas de pré-fabricação e construção industrializada geraram redução de mais de 50 t de entulho.

Havia ainda uma razão conceitual para a escolha: “A estrutura metálica me permitiu agregar tecnologia e modernidade à construção e essa era uma mensagem que eu queria passar com a imagem do prédio”, admite Barione.

Ele optou por manter as vigas metálicas aparentes, tanto na fachada quanto no interior do prédio, obedecendo à orientação de ter todas as instalações visíveis, dentro do conceito de um prédio de engenharia. “Esse foi um dos conceitos do projeto de arquitetura e todo mundo teve de se adaptar a ele. Isso se aplicou também às lajes pré-fabricadas. Eu queria que aparecessem os frisos das lajes. O pessoal da construtora está acostumado a fazer, mas sem se preocupar se os frisos vão ficar alinhados. Eu exigi que as barras fossem montadas com medidor de nível a laser”.

Muita luz natural e pouco calor
Apesar da aparência esbelta, o prédio, cujo cálculo estrutural foi feito pelo engenheiro Júlio Kurkdjian, professor da Universidade de São Paulo (USP), foi projetado para crescer mais três andares.  “Nós temos ainda algumas etapas do projeto que não foram implantadas, mas que vão ser realizadas gradativamente, ao longo do tempo, como a instalação de uma academia de ginástica e um auditório para 100 pessoas, para os quais ainda não conseguimos autorização da prefeitura”, revela o engenheiro e empresário.

“Com o ambiente que nós temos hoje, sem quebrar nenhum conceito, esse prédio está dimensionado para 200 pessoas. Hoje nós temos aqui 70 pessoas. Há várias áreas de expansão. No departamento comercial, por exemplo, eu tenho 16 pessoas instaladas. É uma estrutura que atende às minhas necessidades, hoje, mas tenho área sobrando igual à área ocupada. Posso crescer mesmo sem precisar aumentar os três níveis para cima”, diz Barione.

Ele conta que o calculista Júlio Kurkdjian fez um estudo detalhado, projetando vigas de bitola mais estreitas, vigas secundárias e contraventagem. Isso deu muita leveza à fachada.

Essa sensação de leveza foi reforçada pela utilização do vidro como revestimento principal do edifício, uma sugestão do consultor especialista em fachada, André Meyer. Optou-se pela utilização de vidros especiais, do tipo SunGuard, produzidos pela Guardian, da Carolina do Norte, Estados Unidos.

Fabricado com tecnologia de última geração, que inclui a aplicação de camadas ultrafinas de metais, com Silacoat Process, esse vidro assegura isolamento térmico, superior qualidade óptica, durabilidade mecânica e química e alta transmissão luminosa. Na prática isso significa o bloqueio de mais de 65% do calor externo sem perda da qualidade óptica, economia de 40% nos gastos de energia com ar-condicionado e mais 20% de aproveitamento da luz natural, o que pode resultar em economia de 1.200 KWH de energia elétrica por ano, ou o equivalente a R$ 50 mil/ano.

Totalmente translúcido, o vidro SunGuard age, ainda, como filtro dos raios ultravioleta que danificam acabamentos e mobiliários internos. Essa solução de arquitetura permite ainda tirar partido de uma vista privilegiada de uma grande área verde vizinha, com cerca de 80 mil m², no Parque da Mooca, onde está instalada a sede social do tradicional Clube Atlético Juventus.

André Meyer recomendou ainda a instalação de brises. “Na face norte do prédio, onde bate o sol da manhã, eu queria garantir a entrada de claridade, mas não queria que os raios do sol entrassem direto, nem queria usar cortina. Para isso o André Meyer projetou os brises, que são essas pranchas fixadas nas laterais do prédio, que permitem a entrada de 100% de luz. Controladores da incidência de raios solares, eles aumentam o conforto e diminuem em 10% a necessidade de ar-condicionado.

Placas de poliestireno expandido, instaladas na cobertura, impedem que a radiação do calor da laje do último piso passe para o interior do edifício, evitando ainda mais o consumo de energia elétrica para resfriamento dos ambientes.

Para aumentar ainda mais a eficiência energética, foram adotados lâmpadas e reatores com alto fator de rendimento, 20% mais eficientes que as lâmpadas fluorescentes comuns, que geram economia de 30.000 KWH de energia elétrica por ano. Foram instaladas também lâmpadas LED nos balizamentos, que permitem economizar 20.000 KWH de energia elétrica por ano. Os sistemas principais de iluminação e ar-condicionado são acionados automaticamente. Todas as informações de consumo são enviadas a uma central, que monitora a eficiência das instalações para evitar desperdício e melhorar as condições ambientais.

Foram projetadas escadas com dimensões amplas, de fácil acesso, para desestimular o uso de elevadores. E para incentivar o uso de bicicletas pelos funcionários, no prédio há espaço reservado para elas, no estacionamento. O projeto previu ainda um sistema de captação e filtragem de águas de chuva, que abastece um reservatório de 50m3 instalado no subsolo. Apenas uma hora de chuva média fornece água por 10 dias para as descargas nos banheiros e os serviços de limpeza e jardinagem.

Buscando tornar o ambiente ainda mais agradável e, ao mesmo tempo, permitir o contato com um pouco da flora brasileira, Fábio Barione determinou que o paisagismo fosse elaborado tendo como referência espécies de árvores nativas, raras nas grandes cidades, como o pau-brasil, ipê roxo e ipê amarelo, entre outros.

Política de boa vizinhança
O engenheiro conta que a construção correu sem grandes problemas. “Embora esse seja um prédio conceitual, ele é também muito simples. É basicamente a estrutura metálica, as lajes e paredes de drywall. O resto é detalhe de acabamento.” A dificuldade surgiu mesmo durante as escavações. Como teve de adaptar o projeto às menores dimensões do terreno, Barione se viu obrigado a aproveitar 100% da sua propriedade, escavando até o limite dos terrenos vizinhos. “Eu tenho vizinhos muito próximos, meu terreno é muito estreito, e sem espaço para movimentação de caminhão. Isso exigiu o máximo de cuidado para não comprometer as estruturas das casas ao meu lado, que são muito antigas. Além disso, nós temos aqui dois subsolos, o que significa que afundamos cerca de oito metros, em relação ao nível da Av. Paes de Barros.

Para enfrentar o problema das escavações, o diretor da Teckma contratou a Geometral, empresa projetista especializada em consultoria de solos. Paralelamente ao trabalho de consultoria, antes de começar as obras, Fábio promoveu um encontro com os vizinhos, foi na casa de cada um, se apresentou, levando flores e apresentando um pedido de desculpas antecipado, pelos transtornos inevitáveis que as obras causariam à  comunidade.

“Isso acabou ganhando a simpatia da vizinhança. Eu tive o mínimo de problema, como quebrar uma telha, causar uma rachadura numa parede, mas o pessoal me ligava com tranquilidade, eu mandava um engenheiro da obra ver do que se tratava e a gente corrigia o problema. Mas foram coisas pequenas”, diz Barione.

O prédio não tem certificação green building. Mas bem que poderia ter. Barione explica que não se preocupou com isso, até porque não desenvolveu o projeto pensando no marketing, nem em atender às exigências de clientes ou de entidades certificadoras. “Eu fiz isso pra mim, mesmo. E me preocupei, de verdade, com o custo da operação. Cada item do projeto foi analisado sob o ponto de vista funcional e de redução de custos. Teve coisa que eu não consegui fazer, mas porque me convenci de que não era viável financeiramente, e que não era fundamental para a conclusão do projeto”, afirma. Apesar disso, ele reconhece, orgulhoso, que o empreendimento qualifica a Teckma para desenvolvimento de outros projetos com o mesmo foco na sustentabilidade, para clientes.

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