Hugo Ribas, presente em Itaipu desde a instalação do primeiro canteiro
Como uma cena clássica de um filme, um engenheiro volta ao ponto de partida de sua carreira profissional, revisitando a obra na qual foi o pioneiro responsável pela abertura das primeiras trincheiras, cerca de 40 anos antes. A obra era nada mais nada menos que a usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, Paraná, que, já naquela época, se revelava um dos grandes desafios da história da engenharia brasileira e mundial. O homem é Hugo José Ribas Branco, diretor da Sobratema, convidado pela diretoria da Itaipu Binacional a revisitar e conhecer de perto como funciona a usina Itaipu hoje. Ele foi recebido pelo atual superintendente de Obras (SO.DT) Antonio Carlos Fonseca Santos Júnior, que lhe presenteou com o livro Usina Hidrelétrica de Itaipu - Aspectos de Engenharia. A visita foi relatada pelo Jornal de Itaipu Eletrônico.
“Seu Ribas”, como é mais conhecido pelo mercado de feiras, máquinas e equipamentos, despediu-se de Itaipu em 1985, retornando a Foz do Ig
Hugo Ribas, presente em Itaipu desde a instalação do primeiro canteiro
Como uma cena clássica de um filme, um engenheiro volta ao ponto de partida de sua carreira profissional, revisitando a obra na qual foi o pioneiro responsável pela abertura das primeiras trincheiras, cerca de 40 anos antes. A obra era nada mais nada menos que a usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, Paraná, que, já naquela época, se revelava um dos grandes desafios da história da engenharia brasileira e mundial. O homem é Hugo José Ribas Branco, diretor da Sobratema, convidado pela diretoria da Itaipu Binacional a revisitar e conhecer de perto como funciona a usina Itaipu hoje. Ele foi recebido pelo atual superintendente de Obras (SO.DT) Antonio Carlos Fonseca Santos Júnior, que lhe presenteou com o livro Usina Hidrelétrica de Itaipu - Aspectos de Engenharia. A visita foi relatada pelo Jornal de Itaipu Eletrônico.
“Seu Ribas”, como é mais conhecido pelo mercado de feiras, máquinas e equipamentos, despediu-se de Itaipu em 1985, retornando a Foz do Iguaçu somente agora, em nove de setembro. E ficou satisfeito em verificar como a usina de tornou um dos maiores pontos turísticos do país, ao lado de Foz do Iguaçu, surpreendendo pela monumentalidade e pela infraestrutura turística, que já atraiu mais de 20 milhões de visitantes, assim como pelas inovações ambientais que introduziu ao longo dos anos. Dentre elas, a que chamou sua atenção foi o sistema de “Transposição de Peixes”, que na época da construção não havia sido projetado, e os programas ambientais de recuperação da fauna e da flora, que têm servido de modelo para outras usinas no país (Cultivando Agua Boa, Carapa Ipoti, Cuidado com a Água, Proteção da Fauna e da Flora, e Educação Ambiental).
Na bagagem, “muitas memórias e o privilégio de ser uma testemunha viva da história de Itaipu”, como relatou o Jornal de Itaipu, “quando pode finalmente contemplar a obra em sua totalidade e completamente operacional”. Em 1975, Hugo José era superintendente de obras do Consórcio Unicon e foi um dos responsáveis pelas primeiras atividades realizadas na construção da barragem de Itaipu. Ele já estava na região da fronteira havia dois anos, atuando na construção da usina de Acaray, no Paraguai. Em seguida, foi convidado para trabalhar no Unicon.
A obra estava prevista para começar no dia 21 de outubro, uma terça-feira. Mas o engenheiro antecipou o início dos trabalhos para a segunda-feira, 20. “Naquela manhã, estava em uma antiga estrada de acesso, próxima do que hoje seria o Mirante Central da usina. Eram cinco tratores (um de cada empresa que integrava o consórcio) e um britador pequeno para dar conta das primeiras atividades da obra: a retirada de árvores do local onde seria escavado o canal de desvio do Rio Paraná”, relembrou Hugo Ribas. Hugo se dirigiu aos operários ali presentes, indagando se sabiam do que estavam prestes a participar e lhes explicou que iriam iniciar a construção da maior hidrelétrica do mundo. Essa história foi lembrada, no Jornal de Itaipu Eletrônico, na comemoração dos 40 anos de início da obra.
Engenheiro civil formado pelo Instituto Militar de Engenharia, Hugo José Ribas Branco deixou a carreira militar para se dedicar exclusivamente à engenharia. No Consórcio Unicon, viria ainda a ser superintendente de suprimentos e superintendente administrativo. Depois de deixar a empresa, atuou como engenheiro na Odebrecht e veio a ser diretor da Mendes Júnior e da Paranapanema Mineração. Atualmente, é diretor de Operação da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).
As mais de três décadas de ausência não apagaram da memória do engenheiro as lembranças daqueles dias no canteiro de obras da Itaipu. Lembra em detalhes os números com que tinha que lidar no dia a dia (como a quantidade de concreto lançada ou a temperatura da brita utilizada na concretagem). Ele também recorda de inúmeros colegas brasileiros e paraguaios que fizeram parte da empreitada.
“Lembro que, todos os dias, os engenheiros estavam no canteiro de obras às 7 da manhã. Ninguém subia para o escritório antes das 10. Isso possibilitou um acompanhamento de todas as demandas que surgiram. A obra não teve problemas de suprimento e foi realizada dentro do prazo. É uma forma de trabalhar que a engenharia nacional infelizmente perdeu”, afirmou Hugo José. Contemplando o Canal de Desvio a partir do Mirante Central, o engenheiro foi perguntado sobre qual é a sensação de ver essa obra concluída. “Mais do que uma sensação, é a convicção da capacidade e da tecnologia de ponta da nossa engenharia”, disse Hugo Ribas finalizando sua visita a Itaipu.
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