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Revista GC - Ed.22 - Dezembro 2011
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Itaquerão

Sonho feito de concreto, aço e polêmica

Obras do futuro estádio do Corinthians, em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, já tem mais de 20% de avanço físico

Sete meses depois do primeiro trator começar a operar, em 30 maio, no antigo Centro de Treinamento do Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, as obras do futuro estádio do Corinthians, ainda sem nome, mas já apelidado de Itaquerão, atingem a marca de 20% de serviços concluídos. No início de dezembro, começaram a ser colocadas as primeiras vigas jacaré que sustentarão as arquibancadas inferiores do edifício leste, setor onde a construção está mais avançada.

Segundo a Odebrecht, empresa responsável pela obra, as vigas são feitas com peças pré-moldadas de concreto e fabricadas dentro do próprio canteiro. Neste momento, 56 das 60 peças deste setor de arquibancada estão em estoque no terreno da zona leste de São Paulo. Até agora, foram cravadas 2.130 das 3.200 estacas previstas pelo projeto e executados mais de 394 blocos de concreto das fundações do estádio.

A Roca Fundações foi contratada para a execução das fundações em Estacas Raiz. Para as estacas com diâmetro de 410 mm foram utilizados tricones para as escavações em silte argiloso, muito compacto, e martelos de profundidade (down the hole) nas travessias de material rochoso, atingindo em ambos casos , profundidades de 23 metros.

Apesar de demora para o início dos trabalhos, o tempo perdido já foi recuperado com 19% dos serviços realizados nos primeiros seis meses – índice próximo ao do Arena Pernambuco (22%), na Grande Recife, também executadas pela construtora. Com terreno de 198.000 m2, a área construída do Itaquerão chegará a 189.000 m2.

O estádio começou a sair do papel em meados de 2011, mais precisamente em 30 de maio. As negociações entre o Corinthians e a Odebrecht para deslanchar o empreendimento começaram em 2004 e em 2010, sendo firmado um primeiro acordo entre as duas partes. Os trabalhos foram iniciados em 30 de maio de 2011, e em setembro de 2011 foi assinado o contrato com o valor de R$ 820 milhões.  O projeto do futuro estádio ficou a cargo do escritório CDCA representado pelos arquitetos Anibal Coutinho e Antonio Paulo Cordeiro.

Projeto polêmico

A importância que a obra tem tomado no imaginário coletivo da cidade de São Paulo explica-se pelo papel que ele terá na Copa do Mundo de 2014, assim como poste


Sete meses depois do primeiro trator começar a operar, em 30 maio, no antigo Centro de Treinamento do Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, as obras do futuro estádio do Corinthians, ainda sem nome, mas já apelidado de Itaquerão, atingem a marca de 20% de serviços concluídos. No início de dezembro, começaram a ser colocadas as primeiras vigas jacaré que sustentarão as arquibancadas inferiores do edifício leste, setor onde a construção está mais avançada.

Segundo a Odebrecht, empresa responsável pela obra, as vigas são feitas com peças pré-moldadas de concreto e fabricadas dentro do próprio canteiro. Neste momento, 56 das 60 peças deste setor de arquibancada estão em estoque no terreno da zona leste de São Paulo. Até agora, foram cravadas 2.130 das 3.200 estacas previstas pelo projeto e executados mais de 394 blocos de concreto das fundações do estádio.

A Roca Fundações foi contratada para a execução das fundações em Estacas Raiz. Para as estacas com diâmetro de 410 mm foram utilizados tricones para as escavações em silte argiloso, muito compacto, e martelos de profundidade (down the hole) nas travessias de material rochoso, atingindo em ambos casos , profundidades de 23 metros.

Apesar de demora para o início dos trabalhos, o tempo perdido já foi recuperado com 19% dos serviços realizados nos primeiros seis meses – índice próximo ao do Arena Pernambuco (22%), na Grande Recife, também executadas pela construtora. Com terreno de 198.000 m2, a área construída do Itaquerão chegará a 189.000 m2.

O estádio começou a sair do papel em meados de 2011, mais precisamente em 30 de maio. As negociações entre o Corinthians e a Odebrecht para deslanchar o empreendimento começaram em 2004 e em 2010, sendo firmado um primeiro acordo entre as duas partes. Os trabalhos foram iniciados em 30 de maio de 2011, e em setembro de 2011 foi assinado o contrato com o valor de R$ 820 milhões.  O projeto do futuro estádio ficou a cargo do escritório CDCA representado pelos arquitetos Anibal Coutinho e Antonio Paulo Cordeiro.

Projeto polêmico

A importância que a obra tem tomado no imaginário coletivo da cidade de São Paulo explica-se pelo papel que ele terá na Copa do Mundo de 2014, assim como posteriormente ao evento. Prevê-se que o jogo de abertura do campeonato mundial, previsto para ocorrer no estádio, atraia a presença de 32 chefes de estado e representantes dos países participantes, além de mais de 5 mil jornalistas e público do mundo todo.

As negociações para a montagem da intrincada engenharia financeira, no entanto, foi demorada e envolveu a participação da prefeitura municipal de São Paulo e Câmara de Vereadores da cidade, governos federal e estadual, gerando bastante polêmica. A questão mais polêmica ficou por conta do financiamento do projeto, em parte, com recursos públicos. Em julho deste ano, o prefeito Gilberto Kassab sancionou projeto de lei que concede incentivos fiscais de R$ 420 milhões para a construção do estádio, provocando fortes reações contrárias (ver matéria nesta edição). Há ainda a previsão de liberação de R$ 400 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O Corinthians vai pagar a construtora através dos direitos do nome, ou seja, todo o valor arrecadado com o nome do time, será usado para pagar a empresa, e o valor que faltar, o clube terá dez anos para pagar.

Outra questão muito discutida ficou por conta das dimensões do estádio. Como o projeto original prevê 48 mil lugares, para atender as imposições da Fifa que estabelece a necessidade de 65 mil lugares para sediar o jogo de abertura da Copa –, ficou acertado que o Governo do Estado irá bancar a instalação de 20 mil lugares temporários, além de dividir com a prefeitura um volumoso conjunto de obras urbanas no entorno do complexo desportivo.

Não faltou nada nessa novela. Até mesmo a existência de dutos da Petrobrás que passavam pelo terreno, entrave que também começa a ser removido. Após a decisão do Ministério Público de São Paulo, ficou definido que o Corinthians será responsável por bancar a remoção dos dutos sob o terreno de Itaquera. As tubulações estão localizadas sob uma das arquibancadas do estádio. Mas por estarem em “área de domínio”, ou seja, protegidas de qualquer tipo de construção no entorno, terão que ser realocadas para as margens do terreno da Zona Leste paulistana.

Em novembro, a SACS, credenciada pela Transpetro, foi contratada para executar a remoção, e obra contará com o apoio da Construtora Odebrecht e supervisão técnica da própria Transpetro. O valor do contrato, conforme informou o Corinthians, dependente da formalização da isenção tributária a que fazem jus as obras da Copa, deverá ser de R$ 7 milhões.

No dia 13 de dezembro começaram a ser soldados os primeiros tubos de 24 polegadas que serão instalados no novo traçado da tubulação da Petrobras. Ao todo, serão executados mais de 800 metros de tubulação de 24 polegadas e outros 800 metros de dutos com 22 polegadas. Só depois de soldadas as peças, as duas linhas serão colocadas e enterradas na vala que será aberta no novo traçado.

Pré-moldados dão velocidade à obra

A Construtora Odebrecht prepara-se para iniciar a montagem das estruturas, que irá utilizar um grande número de pré-moldados. Serão 11.682 unidades de lajes, 3.274 unidades de vigas, 594 unidades de pilares e 1.937 unidades de degraus pré-moldados.

Ao mesmo tempo em que começa a colocar os primeiros pilares, continua a ser feita a cravação das estacas pré-moldadas para as diversas fundações, que ainda incluem estacas raiz. Ao todo, as fundações somarão 3.100 unidades de pré-moldados de cerca de 15 m de comprimento.  A conclusão de todas as fundações está prevista para o final de 2011. Parte dos pré-moldados será feita no canteiro e outra parte em uma fábrica.

Segundo o engenheiro Felipe Pacífico, responsável pela produção do empreendimento, a fabricação das estruturas pré-moldadas tanto no canteiro quanto em fábrica externa, permitirá elevados ganhos de velocidade. A isso será somada uma logística bem estruturada para a movimentação das peças, que prevê o uso intensivo de guindastes e torres de grande porte. “No pico das obras teremos cerca de 10 guindastes, além de esteiras”, diz Pacífico. Segundo ele, a obra contará com frota de 75 equipamentos, entre escavadeiras, rolos compressores, rolo compactador e bate-estacas. No entanto, deve chegar a 100 máquinas das mais variadas marcas, como Liebherr, Caterpilar, Hyundai, à medida em que as obras avancem.

Além dos pré-moldados, a obra contará com uma cobertura metálica de mais de 4 mil toneladas e 32.300 m2, e fachada em pele de vidro de 6.150 m2. Trata-se de uma estrutura treliçada simples, apoiada em dois pontos, em balanço, não havendo pilares na área das arquibancadas. A treliça deverá atingir três metros de altura nas bordas e até dez metros de altura nos dois pontos principais de apoio. Ela fica apoiada nos pilares, transferindo as cargas diretamente para as fundações.

O engenheiro responsável pelo projeto estrutural da cobertura é Werner Sobek, da Universidade de Stuttgart, que deverá seguir os mesmos conceitos adotados no estádio de Berlim. A fachada leste deve receber brises para ventilação. O sistema passará por testes de túnel de vento em laboratório em Sttugart, na Alemanha. Na área ambiental, um dos destaques do projeto fica por conta da fachada de pele de vidro, com alta eficiência energética, além de sistema de captação de água de chuva para utilização nas áreas de serviço.

Formação de mão de obra

Antes mesmo de ser assinada a ordem de serviço dando início oficial às obras do Itaquerão, muitos dos candidatos já se acotovelavam junto ao terreno em busca de emprego. A maioria dos candidatos é morador da própria Zona Leste, nos arredores do estádio, além de ser torcedor do Corinthians. Vizinhos às obras, muitos deles, mesmo sem experiência em construção civil, estavam dispostos a qualquer sacrifício para trabalharem na obra que consideram histórica, se não pelo salário, mas pelo amor à camisa do time do coração. Até hoje, muitos deles, que não foram contratados para o trabalho, passam o dia observando as obras, que viraram uma espécie de atração turística local.

Para aproveitar ao máximo possível o aproveitamento da mão de obra local, a construtora Odebrecht decidiu implementar na região o Programa Acreditar, de qualificação profissional. Iniciativa da empresa, o programa já é aplicado em outras obras como na usina hidrelétrica de Santo Antonio, em Porto Velho (RO) e visa treinar mão de obra local no entorno das obras. Para o empreendimento do estádio, a expectativa é de treinar 2 mil pessoas, das quais estima-se que cerca de 300 sejam absorvidas diretamente no canteiro de obras.

Hoje, são 700 operários trabalhando em regime de dois turnos no canteiro. E a expectativa é de que sejam 2 mil operários, no momento em que as obras atingirem seu pico, o que está previsto para acontecer até o final do primeiro semestre de 2012.

 

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