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Revista GC - Ed.74 - Outubro 2016
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Planejamento Urbano - Orla do Guaíba

Orla do Guaíba busca uma nova chance

Projeto de revitalização deverá reequipar bordas do rio e integrar a natureza com a vida urbana da capital gaúcha

A revitalização da Orla do rio Guaíba, em Porto Alegre, é um projeto ambicioso que finalmente começou a sair do papel há cerca de dois anos, após a conclusão do “Relatório Orla”. A renovação da Orla se arrasta desde 2012, quando o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA) aprovou o Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) do Parque Urbano. O projeto foi desenvolvido pelo escritório do arquiteto Jaime Lerner, contratado pela Prefeitura por “notório saber”. Na época, a decisão do Executivo municipal de não realizar licitação para o projeto foi polêmica.

A intenção do Relatório foi desenvolver a revitalização da orla de modo planejado, unificado e global, integrando o projeto a um conjunto de outras ações e projetos urbanísticos, que prometem deixar um forte legado para as futuras gerações da cidade. Uma das principais faces é justamente a despoluição e recuperação ambiental do rio, transformando-o no coração pulsante de uma nova cidade. Quando foi preparado, Porto Alegre e o próprio Rio Grande do Sul ainda não estavam mergulhados na intensa cr


A revitalização da Orla do rio Guaíba, em Porto Alegre, é um projeto ambicioso que finalmente começou a sair do papel há cerca de dois anos, após a conclusão do “Relatório Orla”. A renovação da Orla se arrasta desde 2012, quando o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA) aprovou o Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) do Parque Urbano. O projeto foi desenvolvido pelo escritório do arquiteto Jaime Lerner, contratado pela Prefeitura por “notório saber”. Na época, a decisão do Executivo municipal de não realizar licitação para o projeto foi polêmica.

A intenção do Relatório foi desenvolver a revitalização da orla de modo planejado, unificado e global, integrando o projeto a um conjunto de outras ações e projetos urbanísticos, que prometem deixar um forte legado para as futuras gerações da cidade. Uma das principais faces é justamente a despoluição e recuperação ambiental do rio, transformando-o no coração pulsante de uma nova cidade. Quando foi preparado, Porto Alegre e o próprio Rio Grande do Sul ainda não estavam mergulhados na intensa crise financeira, que abateu os recursos do Estado e vem comprometendo uma série de serviços públicos, com reflexos deploráveis para a vida urbana, sobretudo para a segurança local, levando até mesmo à convocação da Força Nacional de Segurança para combater a violência em Porto Alegre e outras cidades.

A orla

Os 70 km da Orla do Guaíba (desde a ponta do Gasômetro, ao norte do lago, até a Praia do Lami, no extremo sul) foram divididos em 19 setores, cada um deles com as suas peculiaridades e oportunidades. O foco do estudo foram os setores 5, 6, 7 e 8, desde a Usina do Gasômetro até o limite com o Iate Clube Guaíba (Ponta do Dionísio), com a proposição de um plano estratégico de qualificação urbana e diversas intervenções urbanísticas que poderão contribuir para que a população se aproprie e usufrua plenamente desses espaços da cidade.

Comparando a Orla do Guaíba ao aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, o trabalho municipal mostrou que a instalação de empreendimentos, além de viável econômica e ambientalmente, é a principal forma de aumentar a convivência porto-alegrense com o seu principal cartão postal. De forma gradual, o surgimento de alguns projetos e empreendimentos já está mudando a paisagem da Orla do Guaíba. À despoluição do Lago Guaíba, que agora começa a se concretizar com o início das obras do Programa Integrado Socioambiental (Pisa), no Bairro Restinga, somam-se a realização de outros grandes projetos, como a construção do Barra Shopping, no Bairro Cristal, o novo prédio do Foro Central, que será erguido próximo ao entroncamento da Avenida Ipiranga com a Beira Rio e cujo regime urbanístico próprio já foi aprovado pela Câmara Municipal, a revitalização do cais Mauá, a Marina Pública, o novo teatro da Ospa, o museu Iberê Camargo e os Portais do Guaíba, entre outros.

A revitalização do Cais do Porto, por exemplo, é uma intenção que existe há cerca de 20 anos. Os governos municipal e estadual estudaram as possibilidades de ocupação do espaço e, definidas as diretrizes urbanísticas do plano diretor para o Cais Mauá, foram aprovadas pelo Conselho Municipal do Plano Diretor. Com a suspensão das operações portuárias, em 2005, os 12 armazéns do Cais Mauá foram desativados. O cais tem 180 mil metros quadrados desde a Usina do Gasômetro até a rodoviária.

Um dos principais pontos de ligação entre a cidade e o Lago Guaíba, a Usina do Gasômetro e seu entorno, também fazem parte do trabalho de revitalização, com a reconstituição do acesso dos barcos de turismo, por meio da construção de um novo atracadouro ou trapiche.

A nova sede da Fundação Iberê Camargo, um referencial arquitetônico para o país, é outro equipamento de aproximação da cidade com o lago. O projeto do arquiteto português Álvaro Siza Vieira recebeu, em 2002, o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza, um dos mais importantes eventos de arquitetura do mundo. Localizado na Avenida Padre Cacique, o prédio abriga a coleção de mais de 4 mil obras de Iberê Camargo, dispondo de nove salas de exposições, atelier de gravura em metal, atelier múltiplo, auditório, centro de pesquisa e informação, átrio, livraria, cafeteria e estacionamento subterrâneo.

Revitalização

Aproximadamente 10 meses depois do começo das obras, a revitalização do primeiro trecho da orla do Guaíba chega a 50% de conclusão, e a prefeitura mantém o prazo de  entrega para 2017. Os trabalhos ocorrem em 1,3 km entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias. O projeto do arquiteto paranaense Jaime Lerner para a Revitalização da Orla previu novos passeios, ciclovia, ancoradouro, deques, bares e restaurantes — inclusive um flutuante sobre o Guaíba. Os trabalhos ficaram a cargo das empresas vencedoras da licitação, que formam o consórcio Orla Mais Alegre, formado pelas empresas Procon, Sadenco e SH Estruturas Metálicas.

O projeto original sofreu algumas mudanças no ano passado, como a elevação do bar flutuante Quase Meia Noite, que deve ficar próximo à Usina do Gasômetro. A alteração surgiu após as enchentes ocorridas no ano passado, que levaram o rio a registrar a segunda maior cheia de sua história. Ainda estão previstas a instalação de outros bares e decks, além de um espaço para vendedores ambulantes, o ancoradouro, passarelas e vestiário.   A praça Júlio Mesquita também já está totalmente cercada. Os trabalhos no local foram iniciados na última semana de maio e o prazo de término está agendado para o final de outubro. Serão construídos um deck de madeira em grande área, uma quadra de futebol, um espelho d'água e um parquinho.

 

 

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