P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista GC - Ed.86 - Jan/Fev 2018
Voltar
PREMIO OBRA DO ANO

Obra de shopping atinge estado a arte em pré-moldados

A edição 2017 do Prêmio da ABCIC teve o Shopping Parque da Cidade como vencedor. O ineditismo e as soluções criativas sui generis fazem deste projeto um marco notável no segmento da construção

O Shopping Parque da Cidade, localizado na Zona Sul – uma das regiões mais valorizadas da cidade de São Paulo – conta com uma área construída de mais de 65,7 mil m² , praticamente toda em pré-moldado. O empreendimento é o vencedor do prêmio de Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC).  A premiação ocorreu ainda em dezembro de 2017 e reuniu empresários, engenheiros, arquitetos e profissionais da construção, além de representantes de entidades setoriais e de instituições governamentais.

O Parque da Cidade é empreendimento multiuso concebido pela OR, constituído por uma torre de salas comerciais, cinco torres corporativas, um hotel padrão luxo, dois edifícios residenciais, quiosques e restaurantes integrados a um parque linear.

O projeto do shopping constitui-se de seis subsolos destinados ao estacionamento e quatro pavimentos logísticos, além de três outros pavimentos técnicos e a cobertura. O conceito arquitetônico adotado, tendo em vista a integração a um complexo de grandes dim


O Shopping Parque da Cidade, localizado na Zona Sul – uma das regiões mais valorizadas da cidade de São Paulo – conta com uma área construída de mais de 65,7 mil m² , praticamente toda em pré-moldado. O empreendimento é o vencedor do prêmio de Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC).  A premiação ocorreu ainda em dezembro de 2017 e reuniu empresários, engenheiros, arquitetos e profissionais da construção, além de representantes de entidades setoriais e de instituições governamentais.

O Parque da Cidade é empreendimento multiuso concebido pela OR, constituído por uma torre de salas comerciais, cinco torres corporativas, um hotel padrão luxo, dois edifícios residenciais, quiosques e restaurantes integrados a um parque linear.

O projeto do shopping constitui-se de seis subsolos destinados ao estacionamento e quatro pavimentos logísticos, além de três outros pavimentos técnicos e a cobertura. O conceito arquitetônico adotado, tendo em vista a integração a um complexo de grandes dimensões, combinou entretenimento, socialização, natureza, cultura, diversidade, conveniência e também compras no mesmo espaço. Ao todo são 120 lojas com área bruta locável de 20 mil m².

Impacto ambiental

Com projeto arquitetônico de Luiz Felipe Aflalo Herman, do escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos, e projeto estrutural Francisco Paulo Graziano, toda a parte construtiva ficou por conta do fornecimento das estruturas de pré-fabricado de concreto da CPI. Fundada em julho de 1987, a empresa é uma das pioneiras a desenvolver sistemas construtivos com pré-moldados para obras de supermercados e shopping centers.

A proposta inicial previa uma estrutura moldada in loco e pré-moldada no restante. Entretanto, houve alguns fortes argumentos contrários, tais como prazo de execução demorada e custo elevado das fundações devido à concentração de esforços resistentes na faixa a ser moldada in loco.

Assim, optou-se pela construção industrializada, que também garantiu à edificação a certificação LEED for Neighborhood Development (LEED ND) nível Silver, desenvolvido pelo US Green Building Council. Isso significa que o projeto agregou melhorias sustentáveis extensíveis ao entorno, como cuidado com áreas verdes, espaços para lazer e novos acessos à mobilidade urbana.

Desafio Construtivo

Em função do tipo de terreno do local onde se encontra a obra - situado às margens do Rio Pinheiros – e também pelo desenho arquitetônico concebido para este projeto, vários eram os desafios para sua realização. Foram utilizadas estruturas pré-moldadas de concreto (lajes, vigas e pilares), com consolidação “in-loco”. O projeto ainda teve como desafio utilizar toda a estrutura para resistir ao empuxo desequilibrado, porém mantendo a estrutura pré-moldada como premissa.

O volume de concreto pré-fabricado usado na construção do Parque da Cidade chegou a 14.600 m3. Entre as tecnologias inovadoras usadas na construção estão as lajes leves com elementos Bubbledeck®, o aterro ultraleve com EPS (Expandend Polysterene), adequado para fundações em terrenos moles, as paredes de alta performance, que consistem em montantes de perfis galvanizados plaqueados com gesso e preenchidos com argamassa – método que reduz em 75% a produção de resíduos no canteiro de obras -, além de banheiros prontos, fachadas pré-moldadas e centrais de concreto dosado em central para a produção de elementos pré-moldados no local.

Todos estes elementos foram empregados, a fim de que a estrutura do shopping fosse altamente resistente, mas ao mesmo tempo mantivesse a estrutura elegante e leve do  pré-moldado. Havia, também, o requisito da estrutura pré-moldada absorver um empuxo de resultante horizontal de 27.000 tf.

Uma das principais dificuldades do projeto com o pré- moldado era garantir que os nós do pórtico fossem suficientemente rígidos para que os momentos fletores solicitantes, nos encontros das vigas com os pilares, pudessem ser resistidos.

Para isso, as emendas foram realizadas mantendo-se os pilaretes incorporados, com emendas feitas por luvas e as soldas das barras executadas através de chapas de aço nos trechos moldados in loco para acomodar as emendas (veja figura 1).

Para detalhar e montar um arranjo de armaduras que deveriam se organizar de forma “perfeita” para que não houvesse imprevistos na montagem, foram utilizadas ferramentas de simulação com capacidade de representação 3D.

Outro desafio na execução era simular o comportamento da fundação para esforços de momento e forças horizontais elevadas.  Para isso, as equipes de engenharia realizaram a Interação fundação- estrutura: fizeram ensaios de carga-recalque vertical e horizontal do solo para calibrar os coeficientes de recalque e chegaram a um algoritmo para adequar o efeito dimensional entre os resultados do ensaio e as dimensões reais das sapatas.

Considerada a co-variança inerente à distribuição espacial destes coeficientes de recalque ao longo da área de fundação, os técnicos  chegaram a conclusão que seriam necessários 4 modelos estruturais com diferentes distribuições de rigidez nas fundações.

A dificuldade operacional de reunir todos as respostas de esforços em um único arquivo de dados de detalhamento, levou a equipe a desenvolver um programa de computador que fez as operações, analisando pontos críticos e auxiliando no detalhamento das armaduras para as situações mais desfavoráveis, tanto para as fundações quanto para vigas e pilares.

Assim, essa obra abre vários precedentes inéditos no currículo da engenharia nacional, desde o projeto, passando pela execução das formas e das estruturas pré-fabricadas, até o transporte das peças especiais e da montagem. “O reconhecimento desse prêmio é importante, sobretudo, pelo motivo técnico, porque essa obra para quem entende e gosta de engenharia, é espetacular, não é uma obra tradicional de pré-fabricado. É uma obra de engenharia”, ressaltou Décio Previato, diretor comercial da CPI Engenharia.

“A estrutura foi toda solidarizada para absorver momentos que não se imaginaram antes ser possíveis pelo pré-fabricado de concreto, além da adição de luvas, de insertos metálicos, de reconcretagem no canteiro, desde a fundação. Fora isso, como a obra era muito alta, exigiu o lançamento de uma grua sobre a estrutura térrea para poder elevar todas as peças na altura necessária”, ressalta o diretor da CPI.

Para Previato, o integral comprometimento do escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos Graziano e do arquiteto  Luiz Felipe Aflalo Herman, possui um mérito excepcional. ”Houve uma imersão total do escritório no projeto, com a capacidade de entender todos os problemas e questões arquitetônicas, o que contribuiu para que ele tivesse  soluções inéditas no pré-moldado e pudesse enfrentar esses desafios de viabilizar as questões arquitetônicas com tanta grandeza e tanta beleza dentro do pré-moldado”, disse.

Já para o arquiteto Luiz Felipe Aflalo, o pré-moldado foi a opção mais correta para que absorvesse as expectativas do projeto. “Muitas respostas vieram no desenvolvimento do projeto estrutural e na industrialização em concreto”, explicou o arquiteto.

“Atualmente, as obras são muito complexas, com edifícios sobrepostos e empilhados, de modulações e parâmetros diferentes. Por isso, é importante tentarmos viabilizá-las com um sistema pré-moldado, que vem facilitar muito a obra e a execução porque ela passa a ser mais precisa, com uma questão de projeto muito antecipada”, salientou.

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E

Mais matérias sobre esse tema

Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP

Telefone (11) 3662-4159

© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade