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Revista GC - Ed.11 - Dezembro 2010
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Canteiros de Obras

Instalações adequadas contribuem para o sucesso do empreendimento

Qualidade, produtividade e segurança são fatores essenciais à implantação do canteiro de obras ideal

Definido como o conjunto de instalações capaz de oferecer suporte à construção de determinada edificação, o canteiro de obras divide-se em áreas operacionais e de vivência, regulamentado pela NR – 18, que prescreve a obrigatoriedade do programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na indústria da construção. Para sua implantação é necessária análise prévia e criteriosa, levando-se em consideração fatores imprescindíveis como qualidade, produtividade e segurança. Entretanto, um dos desafios encontrados pelas construtoras é a construção desses canteiros em conformidade com a norma, sobretudo em áreas urbanas de dimensões reduzidas. Soma-se a isso outros fatores, como a dificuldade em contratar fornecedores de máquinas, equipamentos e serviços qualificados em períodos de forte demanda.

De acordo com o engenheiro Francisco Cristiano Alvers, gerente de contrato da obra Cais das Artes, em Vitória (ES), executada pela construtora Santa Bárbara, o canteiro de obras deve estar previsto no orçamento geral, partindo de um planejamento e projeto de instalação. Entre os itens mais relevantes desse planejamento, ele destaca a caracterização do tipo de obra, com vistas à locação de recursos para sua execução. Também é preciso entender a infraestrutura oferecida pelo terreno, tais como água, energia, esgoto, transporte, alimentação, rede para internet, condições climáticas, pesquisa de alocação de mão de obra direta e indireta e área disponível. “Quando estabelecemos um planejamento e organizamos as atividades, é possível minimizar custos de operação”, explica o engenheiro. Além disso, é importante realizar um planejamento ambiental, levando-se em consideração a reciclagem das sobras e a destinação dos resíduos.

No limite das necessidades
Apesar das exigências da norma serem as mesmas para qualquer tipo de obra, alguns fatores diferenciam as atividades para canteiros implantados em segmentos distintos, entre os quais estão as usinas, rodovias, conjuntos habitacionais, corporativos, entre outros. “Para um ambiente remoto, temos que criar instalações que atendam às necessidades básicas como: ambulatório médico 24 horas, farmácia, minimercado, lavanderia, entretenimento, etc. Já quando estamos inseridos no am


Definido como o conjunto de instalações capaz de oferecer suporte à construção de determinada edificação, o canteiro de obras divide-se em áreas operacionais e de vivência, regulamentado pela NR – 18, que prescreve a obrigatoriedade do programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na indústria da construção. Para sua implantação é necessária análise prévia e criteriosa, levando-se em consideração fatores imprescindíveis como qualidade, produtividade e segurança. Entretanto, um dos desafios encontrados pelas construtoras é a construção desses canteiros em conformidade com a norma, sobretudo em áreas urbanas de dimensões reduzidas. Soma-se a isso outros fatores, como a dificuldade em contratar fornecedores de máquinas, equipamentos e serviços qualificados em períodos de forte demanda.

De acordo com o engenheiro Francisco Cristiano Alvers, gerente de contrato da obra Cais das Artes, em Vitória (ES), executada pela construtora Santa Bárbara, o canteiro de obras deve estar previsto no orçamento geral, partindo de um planejamento e projeto de instalação. Entre os itens mais relevantes desse planejamento, ele destaca a caracterização do tipo de obra, com vistas à locação de recursos para sua execução. Também é preciso entender a infraestrutura oferecida pelo terreno, tais como água, energia, esgoto, transporte, alimentação, rede para internet, condições climáticas, pesquisa de alocação de mão de obra direta e indireta e área disponível. “Quando estabelecemos um planejamento e organizamos as atividades, é possível minimizar custos de operação”, explica o engenheiro. Além disso, é importante realizar um planejamento ambiental, levando-se em consideração a reciclagem das sobras e a destinação dos resíduos.

No limite das necessidades
Apesar das exigências da norma serem as mesmas para qualquer tipo de obra, alguns fatores diferenciam as atividades para canteiros implantados em segmentos distintos, entre os quais estão as usinas, rodovias, conjuntos habitacionais, corporativos, entre outros. “Para um ambiente remoto, temos que criar instalações que atendam às necessidades básicas como: ambulatório médico 24 horas, farmácia, minimercado, lavanderia, entretenimento, etc. Já quando estamos inseridos no ambiente urbano, aproveitamos a estrutura do próprio município”, destaca o engenheiro Guilherme Cerqueira Souza, gerente administrativo financeiro da Carioca Engenharia.

O engenheiro Alvers exemplifica que, em geral, as edificações são verticalizadas, por isso demandam transporte de cargas verticais, ao passo que para a construção de rodovias instala-se um canteiro central e vários de apoio, capazes de atender à dinâmica de execução. Já as obras mais pesadas, como a implantação de usinas, exigem um tratamento diferenciado tanto para a preparação do concreto quanto para logística de pessoal.

Qualidade já
Instalações de canteiros de maneira planejada e organizada, no sentido de ordenar a produção, por meio da normatização de procedimentos, inter-relacionamento e fluxo de recursos materiais, humanos e de equipamentos, é o desejo de todas as construtoras. Mas, infelizmente, isso nem sempre é possível devido ao despreparo de muitas empresas prestadoras desse tipo de serviço. Documentação irregular e falta de planejamento para a cotação e início das atividades são alguns dos problemas relatados.

Bons fornecedores na área de alimentação, segundo o engenheiro Souza, ainda são escassos. “Apesar da oferta, poucos têm capacidade técnica para executar o contrato e atender plenamente os requisitos legais e as normas técnicas”, afirma.  Ele complementa que dependendo das exigências do cliente, algumas se tornam ainda mais críticas, a exemplo das empresas responsáveis pelo transporte de pessoal, cujas frotas de veículos são bastante precárias. Vigilância, instalações elétricas, telefonia e instalações provisórias são os únicos setores melhor atendidos.

Ainda assim, o engenheiro diz que faz parte da filosofia da construtora a contratação de fornecedores locais, pois naturalmente esse tipo de negociação fomenta a economia regional, além de inserir a comunidade no projeto.

Na opinião de Francisco Cristiano Alvers, como a busca de fornecedores eficientes é uma constância, a construtora Santa Bárbara não descarta a possibilidade de parcerias internacionais. “Encontramos uma facilidade de compra de aços retos vindos da China, Espanha e Turquia, por exemplo”, diz. Por outro lado, lembra que apesar dos serviços ofertados estarem disponíveis no mercado brasileiro, os valores praticados ainda são altos.

Contudo, dependendo da obra, quando há necessidade de se utilizar alguns equipamentos como defensas marítimas, braços de carregamento, guindastes, geradores e compressores de grande porte, a solução é recorrer aos importados.

Mega canteiro para super porto
Na montagem de um canteiro de obras devem ser consideradas as características específicas do empreendimento, grau de complexidade técnica, métodos construtivos escolhidos, condições climáticas e topográficas do local onde as obras estão sendo realizadas, logística para a movimentação de máquinas e insumos e cronograma previsto no contrato, entre outras questões.

Um “case” típico, que pode ser tomado como referência, foi a construção da ponte de acesso ao píer do Porto de Açu, no município de São João da Barra (RJ). O empreendimento é da LLX Logística S.A, braço logístico do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, com custo estimado em US$ 1,6 bilhão, e com obras sob a responsabilidade do consórcio ARG/Civilport. Para garantir a estabilidade da estrutura da ponte – uma estrutura de concreto e aço, com 2,9 km de extensão e 26,6 m de largura, que liga a costa aos 10 berços para atracação dos navios, com completa estrutura offshore – optou-se pela utilização do método conhecido como cantitravel. Nele a estrutura avança mar adentro, sobre a estrutura em construção, apoiada sobre as estacas já cravadas, para executar o cravamento das estacas seguintes e assim sucessivamente. Para viabilizar a utilização dessa tecnologia, o canteiro teve que ser equipado com Cantitraveller – um dos maiores do gênero no Brasil – com largura de cerca de 27 m e foi projetado e desenvolvido sob medida para o projeto.

Outros equipamentos de grande porte instalados no canteiro foram os pórticos para a movimentação das estacas e vigas e um guindaste Manitowok de 300 t e 60 m de lança.  Para dar agilidade às obras, todo o concreto usado para a fabricação das estacas e vigas para a ponte foi produzido em uma usina instalada no próprio canteiro de obras. A unidade tinha capacidade para produção de 60 m³ de concreto por hora, alimentando uma fábrica de pré-moldados em linha, com capacidade para produção completa do vão de ponte, composto de estacas e vigas pré-moldadas.

Mas os desafios do projeto não paravam por aí. Por estar localizado em região de mar aberto, o Porto de Açu exigiu a construção de um quebra-mar de proporções compatíveis com o seu tamanho. Com um formato em “L”, sendo o primeiro segmento com 1.300 m (direção Norte-Sul) e o segundo com 925 m (direção Leste-Oeste), o quebra-mar, ainda em construção, demandará a utilização de cerca de 2,5 milhões m³ de rocha. Todo o material está sendo extraído de uma pedreira no município de Campos dos Goitacazes, distante cerca de 70 km do Porto do Açu. A pedreira fornece ainda a pedra britada para a execução de peças de concreto pré-moldado e das obras de melhoria das estradas de acesso até o local do Porto.

O transporte das pedras é feito por 50 cavalos tracionando carretas do tipo rodotrens. Trata-se de frota própria adquirida pelo consórcio especialmente para o empreendimento.

Canteiro sobre balsas
Outro desafio recente à engenharia brasileira, que exigiu a montagem de um canteiro de obras planejado com riqueza de detalhes e complexidade, foi a construção da Ponte sobre o Rio Negro, com 3.595 m de extensão e 20,70 m de largura, no estado do Amazonas, ligando Manaus a Iranduba, na região metropolitana. Reconhecida como a maior do Brasil, em ambiente de água doce, e a segunda maior do mundo neste segmento – perdendo apenas para a Ciudad Bolivar, que cruza o rio Orinoco, na Venezuela – a ponte foi construída pelas construtoras Camargo Corrêa e Construbase. Em toda a estrutura, com 73 vãos, foram colocadas 246 estacas escavadas e 213 vigas pré-moldadas. Para a construção da parte submersa da ponte foi consumido um volume de concreto equivalente ao estádio do Maracanã. O mesmo volume de concreto foi destinado para a parte sobre as águas do rio.

A extensão do trecho estaiado, no vão central, é de 400 m, divididos em duas seções de 200 m, com vão livre de 55 m de altura, uma de cada lado do mastro principal, concebido para segurar os estais. Esse mastro, por sua vez, tem 185 m de altura, (equivalente a um prédio de 60 andares), à partir do nível de água. Esse trecho central é sustentado por 104 estais, em formato de diamante.

Em cada uma das margens do rio foi instalado um canteiro de obras. Para acelerar os trabalhos, um terceiro canteiro, flutuante, foi instalado ao longo do traçado da ponte, sobre cerca de 50 balsas. Cada embarcação transportava equipamentos como caminhões-betoneiras, perfuratrizes e guindastes – um deles de grande capacidade, para 300 toneladas.

Nos dois canteiros principais, localizados em terra firme, foram instaladas duas usinas de concreto, um pátio de fabricação de vigas e duas fábricas de camisas metálicas. A obra exigiu camisas metálicas de grandes proporções – a menor delas em torno de 2,20 m de diâmetro e a maior, de 2,5 m de diâmetro. Elas foram cravadas no leito do rio desafiando uma força d’água respeitável, exigindo novidades tecnológicas, como a aplicação de blocos de coroamento em casca para suportar a força do rio Negro e suas cheias.

Em função dos grandes volumes de concreto necessários para fazer a concretagem das fundações – que às vezes alcançam mais de 90 m de comprimento, demorando cerca de 10 horas para conclusão da operação – o consórcio responsável pelas águas optou pela técnica de resfriamento do concreto, com a adição de gelo à mistura, em substituição total ou parcial da água da dosagem. A técnica tem como objetivo principal a redução das tensões térmicas, através da diminuição do calor de hidratação nas primeiras horas. Este procedimento, além de evitar fissuras, mantém por mais tempo a trabalhabilidade do concreto, gerando uma melhor evolução da resistência à compressão. Permite uma cura homogênea e evita a formação de áreas de fragilidade.

 

Trabalho seguro
A segurança no trabalho é parte integrante do processo de produção e deve estar entre os objetivos permanentes das empresas. Visa preservar o seu patrimônio humano e material, de clientes e de terceiros e a continuidade das atividades em padrões adequados de produtividade com qualidade de serviço. Mas, antes de tudo, é preciso o comprometimento dos envolvidos.

Gerente de Contrato/Supervisor de Obras

Tem a responsabilidade final pela execução do Contrato/Obra, dentro dos padrões mínimos de segurança e saúde no trabalho, estabelecidos pela legislação em vigor.

Engenheiros/Gerentes

São responsáveis pelo planejamento e determinação das medidas preventivas para a execução dos serviços de acordo com o Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT da obra, com o assessoramento e apoio da equipe especializada.

Mestres/Encarregados

São diretamente responsáveis pela orientação e controle das Medidas Preventivas adotadas pelas equipes sob sua supervisão, participando de forma ativa para que os trabalhos sejam desenvolvidos livres de acidentes.

Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT.

São responsáveis pela execução direta do PCMAT estabelecido para a obra, e pelo assessoramento e apoio à área de produção.

CIPA
Tem a responsabilidade de divulgar as Normas de Segurança e Saúde no Trabalho e propor Medidas Preventivas.

Empregados da Obra e de Empreiteiras

Têm o dever de colaborar na aplicação e cumprimento das Normas Regulamentadoras e das Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho recebidas.

Fonte: Sobes (Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança)

O que não pode faltar no canteiro
No estudo preliminar do canteiro de obras, ainda na fase de planejamento, diversos itens de vital importância devem ser considerados, entre eles:

Ligações de água, energia elétrica, esgoto e telefone, devendo ser solicitadas, junto às respectivas concessionárias, as informações necessárias;

Localização e dimensionamento, em função do volume da obra, de áreas para armazenamento de materiais a granel (areia, brita, etc.);

Localização e dimensionamento das áreas de vivência, como sanitários, vestiários, alojamentos, lavanderia, entre outros;

Localização e dimensionamento das centrais de massa (betoneiras), minicentral de concreto (quando houver), armação e fôrma, serra circular, soldagem e corte a quente, entre outras;

Localização e dimensionamento dos equipamentos de transporte de materiais e pessoas: grua, elevador de transporte de materiais (prancha), elevador de passageiros (gaiola);

Tapumes ou barreiras para impedir o acesso de pessoas estranhas aos serviços;

Verificação das diversas interferências com a comunidade e vice-versa;

Análise cronológica da instalação do canteiro e das atividades de máquinas e equipamentos fixos, para determinar, com antecedência, sua disposição e execução.

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