A pira olímpica será acesa, no estádio Maracanã, no dia 5 de agosto de 2016, marcando a abertura dos Jogos Olímpicos no Brasil. Falta, portanto, cerca de um ano e meio para o grande momento. Até lá, o Rio de Janeiro está se transformando em um gigantesco canteiro de obras, com homens e máquinas correndo contra o tempo para deixar tudo pronto. A situação não é lá das mais confortáveis. De acordo com relatório divulgado dia 19 de dezembro, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), há várias “falhas e inconsistências na matriz de responsabilidade, além de prazos muito curtos para a conclusão das obras a tempo”.
Tal situação representaria, segundo o relator, ministro Aroldo Cedraz, risco para a realização do evento, além de possibilidade de aumento nos custos, comprometimento da qualidade e da segurança das construções. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anfitrião do evento, discorda da avaliação, sustentando que não há qualquer risco de aumento de custo ou de atraso de nenhum desses equipamentos em fase de construção. Mas o próprio COI (Comitê Olímpico Internacional),
A pira olímpica será acesa, no estádio Maracanã, no dia 5 de agosto de 2016, marcando a abertura dos Jogos Olímpicos no Brasil. Falta, portanto, cerca de um ano e meio para o grande momento. Até lá, o Rio de Janeiro está se transformando em um gigantesco canteiro de obras, com homens e máquinas correndo contra o tempo para deixar tudo pronto. A situação não é lá das mais confortáveis. De acordo com relatório divulgado dia 19 de dezembro, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), há várias “falhas e inconsistências na matriz de responsabilidade, além de prazos muito curtos para a conclusão das obras a tempo”.
Tal situação representaria, segundo o relator, ministro Aroldo Cedraz, risco para a realização do evento, além de possibilidade de aumento nos custos, comprometimento da qualidade e da segurança das construções. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anfitrião do evento, discorda da avaliação, sustentando que não há qualquer risco de aumento de custo ou de atraso de nenhum desses equipamentos em fase de construção. Mas o próprio COI (Comitê Olímpico Internacional), através de sua comissão de avaliação dos Jogos, já reconheceu que o Rio de Janeiro não tem mais tempo a perder, embora demonstre confiança com a evolução que as obras tiveram nos últimos meses.
Um dos pontos altos desse conjunto de obras em execução é o Projeto Ilha Pura, o complexo residencial que abrigará a vila olímpica, que servirá de alojamentos para os atletas, comissões técnicas e profissionais de mídia. Após os jogos, o complexo será transformado em um condomínio residencial de alto padrão, a ser entregue aos seus moradores definitivos no segundo semestre de 2017.
Localizado em região de rara beleza, entre o mar, a lagoa e as serras da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, a Ilha Pura é um bairro planejado, idealizado pela Carvalho Hosken e a Odebrecht Realizações Imobiliárias, com custo estimado em torno de R$ 2 bilhões.
O empreendimento começou a ser construído em junho de 2012, em um terreno de mais de 800 mil metros quadrados, reunindo edifícios de alto padrão com diversas plantas, grandes afastamentos entre os edifícios para privilegiar as vistas e a ventilação. Ao todo são 31 prédios residenciais, de 17 pavimentos, distribuídos por sete condomínios independentes, com 3.604 apartamentos, em aproximadamente 1,8 milhão m² de área construída. Os apartamentos são de 2, 3 e 4 dormitórios.
Na mesma área está previsto ainda o erguimento de um empreendimento comercial para atender as necessidades operacionais dos atletas e futuros moradores. O empreendimento também contará com amplo espaço dedicado ao lazer.
O Ilha Pura foi concedido em observância às condições ideais de mobilidade urbana, acessibilidade e segurança. Uma das características marcantes desse tipo de empreendimento é o masterplan, estruturado em função dos requisitos de conectividade urbana. Esse planejamento territorial privilegia o pedestre e o ciclista, ao incluir estratégias de desenho urbano que beneficiam o transporte não motorizado.
As áreas de caminhada e ciclovias terão grandes espaços sombreados, o que permitirá ao morador do bairro caminhar ou ir de bicicleta até a Praia da Reserva, entre outros destinos. Os mais de quatro quilômetros de ciclovias do bairro irão conectar todos os condomínios às áreas de serviços, lazer, trabalho e à ciclovia da Avenida Salvador Allende, que atualmente está em fase de construção.
Do ponto de vista de aceso a outras microrregiões, o bairro Ilha Pura também é privilegiado. É servido, por exemplo, pelos grandes corredores de transporte de BRTs (sistemas de ônibus de media capacidade, instalados em vias segregadas), recém-construídos. Em termos de integração, o planejamento urbano da Ilha Pura prevê a interligação de espaços residenciais e comerciais, acompanhados por lazer e serviços no mesmo local.
A “cereja do bolo” será um parque linear de 72 mil metros quadrados, o que equivale à dimensão de dez campos de futebol do tamanho do Maracanã, com projeto de paisagismo assinado pelo escritório Burle Marx. Além disso, a maior parte das mudas do parque é cultivada num viveiro próprio, com mais de 30 mil mudas de 163 espécies nativas.
No parque será possível encontrar sete lagos e duas fontes, totalizando 8.500m² de espelhos d’água; 4,5km de ciclovia e pista de cooper interligando todo o bairro, seis quadras de tênis, uma quadra sintética, uma quadra poliesportiva.
A primeira fase terá o lançamento de três condomínios: Millenio, Saint Michel, Viure. No Ilha Pura, com unidades de 2,3, 4 quartos e double suítes, independentes e com infraestrutura de lazer própria. Todos os edifícios com fachada 100% revestida.
Projeto sustentável
Mas o ponto auto do bairro planejado está nas suas características de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. Todo o projeto foi elaborado de forma a minimizar o impacto ambiental no entorno e otimizar ao máximo os Processos construtivos e a utilização de recursos naturais. Tanto que Ilha Pura já nasce com certificação AQUA-HQE, da Fundação Vanzolini. A certificação é a primeira a levar em consideração as especificidades do Brasil para a elaboração dos critérios de desempenho da qualidade ambiental do edifício e dos requisitos para o sistema de gestão do empreendimento.
Ilha Pura é, ainda, o primeiro projeto a receber a certificação LEED ND (desenvolvimento de bairros) da América Latina. Ela integra princípios de crescimento planejado e inteligente, urbanismo sustentável e edificações verdes, por meio de diferentes tipologias de edificações e mistura de usos dos espaços urbanos.
Para as certificações, o empreendimento foi avaliado com base no cumprimento de 17 metas de desempenho ambiental, divididas em três grandes temas: integração e coerência do bairro; recursos naturais, qualidade ambiental e sanitária do bairro; e vida social e dinâmicas econômicas.
A preocupação com a sustentabilidade, tão presente na elaboração do projeto Ilha Pura, se consolidou já na implantação dos canteiros de obra. As iniciativas aplicadas contemplam o recrutamento e capacitação prioritários da mão de obra do entorno, implantação de centrais de concreto, redução na geração e reuso dos resíduos, redução do impacto na utilização de recursos hídricos e energéticos, redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e logística nas diversas fases da obra.
Central de Concreto
Uma das medidas que asseguraram controle sobre os impactos ambientais foi a adoção de uma central dosadora de concreto da RCO. A iniciativa reduz o impacto da circulação de caminhões no tráfego do entorno e diminui em aproximadamente 1.200 toneladas as emissões de CO2. De acordo com Maurício Cruz Lopes, Diretor Geral da Ilha Pura, a Nomad D-40 foi adotada por ser a opção economicamente viável para a Ilha Pura, que precisava de um terceiro ponto de carga para o carregamento das argamassas necessárias na execução das obras. “Nossa decisão foi pautada pela rapidez na entrega, a facilidade de montagem do equipamento e as condições comerciais”, explica Lopes. De acordo com ele, a flexibilidade do equipamento para a mudança do local de instalação, algo que seria necessária no decorrer das obras, também pesou na escolha.
A central Nomad adotada na obra foi a mais completa até então fornecida pela RCO. Com dois silos horizontais, o conjunto de soluções adotou uma balança para a dosagem de água, em vez do hidrômetro. “A balança de água, desenvolvida inicialmente para a Ilha Pura, foi adotada posteriormente como equipamento padrão na central de concreto”, detalha Leonardo Cavalcante, executivo da área comercial da RCO,.
O fato de ter silos horizontais para o estoque de cimento evitou os custos elevados de instalação de sistemas verticais. “O sistema de automação de primeira linha e de alta confiabilidade é outro diferencial”, explica Lopes. “A eletrônica embarcada registra os traços de concreto efetivamente pesados, facilitando o rastreamento das entregas. Além de facilidade de operação e de manutenção”, completa. Lopes lembra ainda que a implantação do equipamento não apresentou nenhum desafio que mereça destaque, em virtude da experiência dos profissionais envolvidos no processo.
“A equipe deu todo o apoio na movimentação, transporte e instalação do equipamento e acompanhou os primeiros dias de funcionamento para treinamento dos operadores”, detalha. As dúvidas de manutenção e operação também foram discutidas nesse período de entrega técnica, assim como o apoio na etapa de movimentação do equipamento de uma área a outra dentro do terreno do empreendimento.
Outro diferencial para o Ilha Pura aconteceu na rampa de agregados, que é um acessório também fornecido pela RCO constituído de paredes metálicas, item que contribuiu para agilizar o processo de ativação da central, dispensando as obras de alvenaria. A Nomad instalada possui ainda três balanças de aditivos, quando o padrão em obras é a utilização de apenas uma ou, no máximo, duas. “É uma central completa com software de automação, que garante qualidade, precisão, confiabilidade e rastreabilidade das informações”, finaliza Leonardo.
Até o momento, Ilha Pura já consumiu 350 mil m³ de concreto. Outra parte deste volume também está presente nas obras de infraestrutura subterrânea. São 10,5 km de redes de drenagem, 5,3 km em redes de esgoto, 8,3 km de redes de água, 5 km de redes de incêndio, 5 km de rede de iluminação pública, 9,9 km de rede de média tensão e 21,9 km de redes de telecomunicações.
Além das práticas sustentáveis na construção do bairro, este pilar se fortifica no legado que as estruturas do parque e dos condomínios implantarão para o viver sustentável dos futuros moradores, ações que farão parte do dia a dia do morador de Ilha Pura: reuso de águas cinzas, iluminação eficiente, aquecimento solar, painel fotovoltaico, telhados verdes, medidor da qualidade do ar, recarregamento de veículos elétricos, economizadores de água e energia, paisagismo com espécies nativas, bicicletários, ciclovias e integração com linha e BRTs.
Planejamento Logístico
O planejamento logístico também tem um peso definitivo na sustentabilidade do projeto Ilha Pura. Maurício Cruz conta que todo o processo foi elaborado de forma a minimizar o impacto ambiental no entorno e otimizar ao máximo o processo construtivo e a utilização de recursos naturais. Grande parte dos resíduos gerados durante a construção de Ilha Pura está sendo reutilizados dentro do próprio canteiro de obras: 100% dos resíduos da fase de fundações e estrutura de concreto foram britados e aplicados na obra.
Os resíduos recicláveis são enviados a cooperativas. Os resíduos orgânicos do canteiro são transformados, por meio da técnica da compostagem, em parte do adubo que será usado no paisagismo do parque. A Ilha Pura tem também uma caçamba-prensa, que reduz em 75% o volume transportado de resíduos não recicláveis, reduzindo o tráfego de caminhões e, consequentemente, os gases de efeito estufa.
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