Para construir um sistema integrado de distribuição do gás natural no Brasil, somente nos três primeiros meses deste ano entraram em operação nada menos que 1.660 km de gasodutos. Além do recém-inaugurado Gasene, passaram a fazer parte do sistema o gasoduto Paulínia (SP)–Jacutinga (MG), com 93 km de extensão e capacidade de transporte de 5 milhões m³/dia, inaugurado em 29 de janeiro; e o Cabiúnas–Reduc III (Gasduc III), com 179 km de extensão e 40 milhões m³/dia de capacidade, cuja entrada em operação ocorreu em 3 de fevereiro.
Com custos estimados em aproximadamente R$ 2,8 bilhões, os dois empreendimentos totalizaram 272 km de dutos e contribuíram para aumentar a flexibilidade na oferta e capacidade de transporte para atender ao mercado do Sudeste, região de maior consumo de gás natural do País. Além de permitir o crescimento da oferta para o mercado não termelétrico, com os novos gasodutos a Petrobras dá maior robustez à malha de transporte de gás, oferecendo o atendimento pleno para as usinas Mário Lago (922 MW), Barbosa Lima Sobinho (394 MW), Leonel Brizola (1.036 MW)
Para construir um sistema integrado de distribuição do gás natural no Brasil, somente nos três primeiros meses deste ano entraram em operação nada menos que 1.660 km de gasodutos. Além do recém-inaugurado Gasene, passaram a fazer parte do sistema o gasoduto Paulínia (SP)–Jacutinga (MG), com 93 km de extensão e capacidade de transporte de 5 milhões m³/dia, inaugurado em 29 de janeiro; e o Cabiúnas–Reduc III (Gasduc III), com 179 km de extensão e 40 milhões m³/dia de capacidade, cuja entrada em operação ocorreu em 3 de fevereiro.
Com custos estimados em aproximadamente R$ 2,8 bilhões, os dois empreendimentos totalizaram 272 km de dutos e contribuíram para aumentar a flexibilidade na oferta e capacidade de transporte para atender ao mercado do Sudeste, região de maior consumo de gás natural do País. Além de permitir o crescimento da oferta para o mercado não termelétrico, com os novos gasodutos a Petrobras dá maior robustez à malha de transporte de gás, oferecendo o atendimento pleno para as usinas Mário Lago (922 MW), Barbosa Lima Sobinho (394 MW), Leonel Brizola (1.036 MW) e Norte Fluminense (869 MW). O Gasduc III é o maior em diâmetro da América do Sul, com 38 polegadas (equivalente a 96,5 cm), e tem a maior capacidade de transporte entre os gasodutos brasileiros. Nessas características (diâmetro e capacidade), supera o Gasoduto Bolívia–Brasil (Gasbol), que tem 32 polegadas (81,3 cm). Estrategicamente localizado entre Macaé e Duque de Caxias (RJ), o Gasduc III amplia a capacidade de transporte nesse trecho de 16 milhões m³/dia para 40 milhões m³/dia. Ele pode transportar o gás natural produzido nas bacias de Campos e Espírito Santo; o gás importado da Bolívia, que chega ao estado fluminense por meio dos gasodutos Campinas–Rio e Japeri–Reduc; e o gás proveniente do Terminal de Regaseificação de GNL (gás natural liquefeito) da Baía de Guanabara. Com a conclusão do gasoduto Caraguatatuba–Taubaté (Gastau), ainda neste ano, o Gasduc III poderá receber o gás procedente da Bacia de Santos.
Com alta complexidade construtiva e 179 km de extensão, a obra do Gasduc III – executada pelo consórcio Odetech (Odebrecht e Techint) e Galvão-Contreras – teve investimentos de R$ 2,54 bilhões e gerou cerca de 27 mil empregos diretos e indiretos. Um dos principais desafios foi a construção de um túnel, o primeiro no Brasil para passagem de dutos.
Construído sob a Serra de Santana no município de Cachoeiras de Macacu (RJ), na Área de Proteção Ambiental Bacia do Rio São João/Mico Leão Dourado, o túnel do Gasduc III tem 3.758 m de extensão, 6,2 m de altura e 7,2 m de largura. È maior do que o túnel Rebouças, na Zona Sul do Rio de Janeiro, que tem 2.840 m.
A obra evitou a supressão vegetal de uma área de 125,4 mil m² de Mata Atlântica, preservando o habitat de animais sob ameaça de extinção, como o mico-leão-dourado. Além disso, todo o material retirado durante sua construção foi usado na recuperação de áreas degradadas.
A linha-tronco do Gasduc III atravessa oito municípios do Rio de Janeiro (Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Magé e Duque de Caxias), passando por áreas urbanas de alguns deles. Para sua construção, foram realizados 73 travessias de rios, córregos e similares, dois furos direcionais e 56 cruzamentos de estradas, ferrovias e dutos existentes.
Em uma das extremidades do Gasduc III foi construída a Estação de Compressão (Ecomp) de Campos Elíseos, em Duque de Caxias, com capacidade de 25 milhões m³/dia. Na outra, no Terminal de Cabiúnas, em Macaé, a Ecomp existente teve sua capacidade elevada de 16 para 40 milhões m³/dia. A Petrobras também ampliou em cinco vezes o sistema de segurança no Terminal de Cabiúnas.
Malha integrada
O Gasduc III interliga o principal polo de processamento de gás natural do País, o Terminal de Cabiúnas, ao Hub 2 de gás natural, em Duque de Caxias. Ponto de integração de gasodutos, no Hub 2 também estão interligados os gasodutos Japeri–Reduc, Reduc–Volta Redonda (Gasvol), Reduc–Belo Horizonte (Gasbel) e o gasoduto de ligação com o terminal de GNL da Baía de Guanabara.
O Hub 2 conta ainda com a Ecomp de Campos Elíseos, os Pontos de Entrega (PEs) para atendimento à usina termelétrica Governador Leonel Brizola, o Serviço de Compressão (Scomp) da Reduc, com capacidade de 4 milhões m³/dia, e um conjunto de interligações com o sistema de processamento de gás natural da Reduc. Os alinhamentos existentes no Hub 2 permitem a movimentar gás de diferentes fontes, uma vez que os gasodutos Gasduc III, Japeri–Reduc e Campinas–Rio são bidirecionais.
Paulínia–Jacutinga é novo marco
Com obras executadas em 17 meses, desde agosto de 2008, pela Construcap CCPS Engenharia e Comércio S.A., pelo Método de Perfuração Direcional executado pela Polidrill, o gasoduto Paulínia–Jacutinga é o primeiro construído para atendimento a Minas Gerais, desde a entrada em operação do Gasbel I, em 1994. A Petrobras o classifica como um marco para o desenvolvimento da indústria de gás natural no estado, pois permite levar, pela primeira vez, por gasoduto, gás natural para atender o sul do estado. A região concentra indústrias dos setores de alumínio, cerâmica e alimentos. Na sua construção foram investidos R$ 275 milhões e gerados 5 mil empregos.
“O gasoduto levará gás natural a uma região onde ainda não há o suprimento. É uma nova fronteira. Vai permitir que indústrias, que hoje consomem outros tipos de combustível, passem a consumir o gás natural. E também que outras indústrias, como as de alumínio, mineração, cerâmica e alimentos, se instalem no estado pela possibilidade de usar esse insumo”, explicou o gerente executivo de Marketing e Comercialização da área de Gás e Energia da Petrobras, Antônio Eduardo de Castro.
O gasoduto tem origem na cidade de Paulínia, onde está instalado o chamado Hub 3 de Gás Natural. Nesse hub, interligam-se os gasodutos Paulínia–Jacutinga, Campinas–Rio (Gascar) e os trechos Sul, Norte e Replan–Guararema do gasoduto Bolívia–Brasil, bem como o Ponto de Entrega para a Refinaria do Planalto Paulista. “Nesse ponto chega o Gasbol. Também podemos levar o gás da Bacia do Espírito Santo, da Bacia de Campos, e o GNL da Baía de Guanabara. Do hub a gente pode distribuir. Se houver em algum ponto o aumento do consumo, teremos como direcionar esse gás e fazer com que ele chegue até os clientes”, detalhou o gerente geral de Implementação de Empreendimento, Marcelo Restum.
Em Jacutinga, a Petrobras instalou um ponto de entrega, com capacidade de 1,25 milhão m³/dia, onde é feito o fornecimento do gás natural para a distribuidora estadual, a quem cabe o desenvolvimento do consumo do energético entre seus clientes.
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