Os primeiros meses do ano foram extremamente positivos para o segmento de equipamentos pesados. Se considerarmos apenas janeiro e fevereiro, o crescimento na comercialização dos equipamentos, comparado ao mesmo período do ano anterior, atingiu 127%. Os mais céticos poderão contestar, afinal o ano de 2009 foi duramente afetado pela crise financeira mundial. Porém, contra números não há argumentos.
“Esse crescimento registrado nos primeiros meses do ano é 88% superior a 2008, ano em que o mercado bateu todos os recordes de vendas. Então, é um desenvolvimento muito grande”, disse Hugo José Ribas Branco, diretor executivo da M&T Expo, Revistas e Congressos.
Nesse contexto, a Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção – organizou o 1º Workshop desse ano. O auditório Ipê, do Centro de Convenções Milenium, localizado no bairro paulistano da Vila Mariana, recebeu uma plateia de 265 executivos e empresários do setor. As palestras e o debate pautaram-se em torno de dois assuntos: financiamento e seguros para equipamentos pesados
Os primeiros meses do ano foram extremamente positivos para o segmento de equipamentos pesados. Se considerarmos apenas janeiro e fevereiro, o crescimento na comercialização dos equipamentos, comparado ao mesmo período do ano anterior, atingiu 127%. Os mais céticos poderão contestar, afinal o ano de 2009 foi duramente afetado pela crise financeira mundial. Porém, contra números não há argumentos.
“Esse crescimento registrado nos primeiros meses do ano é 88% superior a 2008, ano em que o mercado bateu todos os recordes de vendas. Então, é um desenvolvimento muito grande”, disse Hugo José Ribas Branco, diretor executivo da M&T Expo, Revistas e Congressos.
Nesse contexto, a Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção – organizou o 1º Workshop desse ano. O auditório Ipê, do Centro de Convenções Milenium, localizado no bairro paulistano da Vila Mariana, recebeu uma plateia de 265 executivos e empresários do setor. As palestras e o debate pautaram-se em torno de dois assuntos: financiamento e seguros para equipamentos pesados.
“São dois temas de maior relevância e apelo em nossa comunidade de equipamentos, que agrega fabricantes, usuários e locadores”, afirmou Hugo José Ribas Branco, também moderador do evento. As boas-vindas aos presentes foram dadas por Paulo Lancerotti, diretor executivo da Sobratema, que, na sequência, dimensionou a importância do encontro. “Vamos tratar de dois temas distintos que se completam”, afirmou Lancerotti, que representou o novo presidente da Associação, Mário Humberto Marques.
As facilidades para fabricar, vender, comprar e locar
No dia 9/12/2009, o governo federal anunciou a prorrogação do PSI – Programa de Sustentação do Investimento, do Finame, com taxas de juros sedutoras ao segmento de equipamentos pesados. Para o financiamento da linha fora de estrada, a taxa de juro é de 7,5% ao ano fixa. Para os demais bens – máquinas e equipamentos novos, inclusive agrícolas, tratores, colheitadeiras, implementos agrícolas, entre outros – a taxa fixa cai para 4,5% ao ano, com zero de entrada, até dois anos de carência e prazo de até 10 anos para pagar.
Paulo Sodré, chefe de Departamento de Credenciamento e Financiamento a Máquinas de Equipamentos, Demaq, subordinado à Área de Operações Indiretas do BNDES, deu uma aula sobre as principais linhas de financiamento do banco. Como não poderia ser diferente, o centro das atenções foi a prorrogação do PSI. Denominado como o “Furação do BNDES”, tamanha a demanda de operações e a consequente eficácia para aliviar o fluxo de consumo e demanda dos equipamentos pesados no ano passado, o PSI tem data de validade: 29/6/2010.
“O PSI foi uma injeção profunda na economia, tanto que muitos fabricantes que tinham se afastado do BNDES voltaram, em virtude das facilidades oferecidas e a diminuição dos custos”, disse Paulo Sodré.
A partir do cenário apresentado, fica a pergunta: o carro-chefe do BNDES, no ano de 2009, irá “morrer” mesmo em junho? O sonho é dar continuidade a esse boom de investimentos. “Os critérios para uma nova prorrogação passa pelo Tesouro Nacional, que precisa manter um fluxo de caixa para essas operações. Para haver uma compensação, esse retorno poderia vir através de impostos, até porque a conta final tem que fechar. É o famoso ganhar de um lado e perder do outro”, explicou Sodré.
A crescente (e contínua) demanda de operações acarreta em maior lentidão nos processos. Para se ter uma ideia, o BNDES registra, em média, 500 operações diárias. Na medida em que as operações com valor abaixo de R$ 10 milhões devem, obrigatoriamente, passar pelo agente financeiro, a sobrecarga de trabalho nesse outro lado da operação também se faz presente.
“Com a prorrogação do PSI, as operações de financiamento cresceram 70%. Passamos de 150 operações diárias para 1.200. Tivemos que triplicar o quadro de funcionários, que trabalha no limite das horas extras e, inclusive, aos finais de semana. Estamos trabalhando praticamente 24 horas por dia para atender essa demanda”, esclareceu Wagner Salvadori, Superintendente Comercial da Bradesco Financiamentos, e um dos palestrantes.
O representante da Bradesco Financiamentos apresentou todas as linhas de financiamento do mercado, em especial o Leasing e todas as suas modalidades: Leasing Financeiro, Leasing Operacional, Leasing Importação, Leasing Internacional e Lease-Back. Além disso, as facilidades do CDC (Crédito Direto ao Consumidor), Consórcios e Financiamento Direto também estiveram na pauta.
Questionado a respeito de um possível “racha” entre o agente financeiro e o BNDES durante as operações do PSI, Wagner Salvadori foi taxativo. “Obviamente nossos gerentes possuem as suas metas, mas um produto complementa o outro. Um bom negócio é aquele em que todos saem satisfeitos”, explicou Salvadori.
Prevenir e remediar
A prevenção para evitar possíveis prejuízos contra danos e furtos dos equipamentos ditou o ritmo na segunda parte do workshop. Em um primeiro momento, Antenor Ambrósio, diretor técnico de Property do Grupo Wood Interbrok, apresentou as circunstâncias próprias na qual o seguro entra em ação.
“O seguro para equipamentos age em situações de danos externos (que vale para qualquer coisa que aconteça), danos elétricos (como sobrecarga), translado de um lugar para outro, montagem e desmontagem, roubo, operações próximas e sobre a água. O preço do seguro é definido a partir do risco mensurado de o equipamento sofrer algum tipo de problema. Por exemplo, em regiões onde o equipamento trabalha perto da água, o custo da apólice torna-se até três vezes maior”, disse Ambrósio.
Em caso de alguma avaria, o segurado receberá o valor atual do bem subtraído da depreciação ocorrida. Caso o equipamento seja avaliado e esteja 75% danificado, é considerada perda total. “Diante desse cenário, é importante considerar a exposição dos ativos expostos a risco, declarar onde o equipamento está instalado, se houve encargos durante o processo de compra ou importação, por exemplo, ou seja, avaliar o equipamento em todos os detalhes para a declaração do valor correto”, explicou Ambrósio.
Muitas empresas já exigem seguro das máquinas nos canteiros de obras, a fim de evitar o uso do Direito de Regresso, que, para melhor entendimento, funciona como o seguro de terceiros em caso de um acidente de carro. O que era opcional torna-se obrigatório. “Grandes empresas, como a Petrobras, exigem seguro para os equipamentos entrarem nas obras. Então, hoje em dia, é responsabilidade se resguardar e gerenciar o risco”, concluiu o diretor técnico do Grupo Wood Interbrok.
Por fim, o assunto ainda foi “seguro”, porém, mais voltado à área jurídica e contábil. Renata Juliboni e Wilma Gomes Torres, ambas da empresa Exacttus, explanaram ao público presente outra maneira para se resguardar: o autosseguro, ou melhor, a Auto Gestão de Risco. “O termo autosseguro é proibido por lei, então, para evitar problemas judiciais, usamos o outro termo. Trata-se de uma poupança de risco próprio, onde nada é transferido para terceiros”, disse Wilma Gomes.
A estratégia perfeita para a empresa passa pela mensuração e administração dos riscos (análise feita por um profissional denominado como atuário). O passo seguinte é avaliar esses riscos de acordo com a estratégia adotada no dia a dia. “O ideal é fazer uma reserva dentro da própria empresa para custear os possíveis percalços, mas em caso de equipamentos muito caros, é mais prudente fazer um seguro convencional”, completou Wilma.
Impulsionado pela efervescência de grandes eventos esportivos e outras possibilidades de crescimento, o 2º Workshop Sobratema já tem tema e data: “Obras de Infraestrutura no Brasil – As oportunidades nos próximos anos” e acontecerá no dia 17 de agosto. Será mais um encontro pautado no conhecimento e debate sobre assuntos do segmento de equipamentos e, por que não, uma nova oportunidade para fomentar contatos e negócios.
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