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Revista GC - Ed.18 - Agosto 2011
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Especial - Usina hidrelétrica de Belo Monte

Chegam as primeiras máquinas a Belo Monte e obras iniciam em ritmo acelerado

Trabalhos se concentram na abertura de estradas vicinais, terraplanagens e montagens dos canteiros pioneiros, de acordo com balanços feitos por responsáveis pelas obras, no Sobratema Congresso
Por Paulo Espírito Santo

Um comboio de embarcações aportou, na manhã de 5 de julho, no cais de Vitória do Xingu (PA), transportando as primeiras 37 máquinas pesadas para trabalhar na construção dos canteiros de obras pioneiros da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Os equipamentos, adquiridos pelo Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras de construção da usina, saíram do porto de Belém na noite de 1º de julho, e chegaram ao destino após mais de 80 horas de viagem. O carregamento, que chegou acompanhado por duas carretas que irão concluir o transporte das máquinas por meio de estradas vicinais, reuniu 10 tratores, sete motoniveladoras, sete rolos compactadores, cinco pás carregadeiras, cinco escavadeiras e três retroescavadeiras.

Após essa primeira leva de máquinas, outras fizeram o mesmo trajeto, somando cerca de 100 unidades que se encontram à disposição das construtoras, no local onde está sendo montado o canteiro principal. No total, serão adquiridos cerca de 700 equipamentos do gênero para as obras de Belo Monte – incluídos os caminhões. Metade das máquinas tem previsão de chegada à região até o fim deste ano. Após passarem por inspeção técnica, as máquinas começaram a operar nas frentes de trabalho no Sítio Belo Monte, em Vitória do Xingu.

A usina

O projeto de Belo Monte foi em profundidade em dois painéis que integraram o Sobratema Congresso, evento que aconteceu paralelamente à Construction Expo 2011 e à M&T Peças e Serviços. A usina será a maior hidrelétrica brasileira e a ter­ceira maior do mundo. Segundo o Min­istério de Minas e Ener­gia, sua con­strução, entre as cidades de Altamira e Vitória do Xingu, no estado do Pará, deve gerar cerca de 20 mil empre­gos dire­tos. A conclusão do empreendimento está prevista para 10 anos, com início de operação a partir do quinto ano do começo da obra. O custo do investimento para construção da usina será de R$ 19 bilhões, de acordo com cálculos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), sendo firmados contratos de 30 anos de duração com as distribuidoras compradoras no Ambiente de Contratação Regulada (ACR). E o custo global do empreendimento é de cerca de R$ 25,8 bilhões.


Um comboio de embarcações aportou, na manhã de 5 de julho, no cais de Vitória do Xingu (PA), transportando as primeiras 37 máquinas pesadas para trabalhar na construção dos canteiros de obras pioneiros da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Os equipamentos, adquiridos pelo Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras de construção da usina, saíram do porto de Belém na noite de 1º de julho, e chegaram ao destino após mais de 80 horas de viagem. O carregamento, que chegou acompanhado por duas carretas que irão concluir o transporte das máquinas por meio de estradas vicinais, reuniu 10 tratores, sete motoniveladoras, sete rolos compactadores, cinco pás carregadeiras, cinco escavadeiras e três retroescavadeiras.

Após essa primeira leva de máquinas, outras fizeram o mesmo trajeto, somando cerca de 100 unidades que se encontram à disposição das construtoras, no local onde está sendo montado o canteiro principal. No total, serão adquiridos cerca de 700 equipamentos do gênero para as obras de Belo Monte – incluídos os caminhões. Metade das máquinas tem previsão de chegada à região até o fim deste ano. Após passarem por inspeção técnica, as máquinas começaram a operar nas frentes de trabalho no Sítio Belo Monte, em Vitória do Xingu.

A usina

O projeto de Belo Monte foi em profundidade em dois painéis que integraram o Sobratema Congresso, evento que aconteceu paralelamente à Construction Expo 2011 e à M&T Peças e Serviços. A usina será a maior hidrelétrica brasileira e a ter­ceira maior do mundo. Segundo o Min­istério de Minas e Ener­gia, sua con­strução, entre as cidades de Altamira e Vitória do Xingu, no estado do Pará, deve gerar cerca de 20 mil empre­gos dire­tos. A conclusão do empreendimento está prevista para 10 anos, com início de operação a partir do quinto ano do começo da obra. O custo do investimento para construção da usina será de R$ 19 bilhões, de acordo com cálculos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), sendo firmados contratos de 30 anos de duração com as distribuidoras compradoras no Ambiente de Contratação Regulada (ACR). E o custo global do empreendimento é de cerca de R$ 25,8 bilhões.

O projeto prevê a instalação, no Rio Xingu, de duas barragens – no sítio Pimental e no sítio belo Monte – e dois reservatórios que ocuparão uma área total de 516 km quadra­dos. Um canal com 20,5 km de extensão ligará os dois reservatórios.

O primeiro reservatório não altera o curso natural do rio, só alarga as suas margens, levando-o a ocupar, permanentemente, o mesmo espaço que atinge atualmente apenas nos períodos de cheia. Mas o segundo reservatório deverá alagar áreas de terra firme que hoje são ocupadas pela floresta, por pastagens e por áreas habitadas pela população ribeirinha. A Norte Energia S.A., empresa responsável pela execução do projeto da usina e pela sua exploração comercial, comprometeu-se a não permitir o alagamento de nenhum centímetro de terras indígenas.

A usina é a fio d’água – sua potência está diretamente associada à vazão do rio e não à queda d’água – e seu vertedouro principal apresenta uma vazão variável ao longo do ano. Por essas características, a Norte Energia assumiu o compromisso de manter, no trecho de vazão reduzida – na área conhecida como Volta Grande do Xingu, onde o rio faz uma grande curva – o volume mínimo de água correspondente aos períodos de seca.

Para que o fluxo mínimo seja garantido, sem comprometer a navegabilidade do Xingu nem a fartura de peixes para as populações indígenas e ribeirinha, na época das cheias, parte da água será desviada para a usina. Mas na época da seca, para manter a chamada “vazão ecológica” na Volta Grande, a usina deverá reduzir a produção de energia ou até parar.

Belo Monte terá capaci­dade insta­l­ada de 11.233,1 MW de energia – sendo 11.000 MW no sítio Belo Monte e o restante no Sítio Pimental, onde serão instaladas as turbinas do tipo Bulbo, de menor capacidade.  Mas devido a esse regime de cheias e secas do Rio Xingu, a produção média será de 4 mil MW. A ger­ação anual pre­vista é de 38.790.156 MWh, o suficiente para abastecer 18 milhões de residências.

O consórcio vencedor do processo licitatório para a concessão do empreendimento, que deu origem à empresa Norte Energia, ganhou a concorrência ao se comprometer a vender a energia gerada pela hidrelétrica ao custo de R$ 78,00 por MW/h, com a venda de 70% dessa energia para o Sistema Integrado Nacional (SIN), através do ambiente de contratação regulada. Outros 10% da energia gerada deverão ser vendidos a R$ 100,00 por MWh para os sócios auto-produtores, que são a Vale do Rio Doce (9% e participação no projeto) e a Sinobras (1% de participação). Os demais 20% serão vendidos para o ambiente de contratação livre.

Antes da chuva

O ritmo das obras é acelerado. Elas terão de ser realizadas exatamente neste período do ano, para o aproveitamento da janela hidrológica, que vai de julho até meados de dezembro. É nesse período de estiagem que as chuvas, abundantes na região, dão uma pequena trégua, permitindo a execução de obras de terraplanagem. Se esse trabalho não for realizado agora, a tarefa se torna inviável durante a época das cheias.

Também nesse momento começam os trabalhos de preparação para as obras do principal desafio de engenharia do projeto, que é a construção do canal de ligação dos reservatórios, com 20,5 km de extensão, 450 m de largura na parte superior e 250 m de largura na base. Parte desse canal terá seu fundo em concreto projetado.

Nessa primeira etapa, no entanto, a principal dificuldade tem sido a montagem da logística para o transporte de máquinas e equipamentos. “Temos que transportar grande quantidade de máquinas, tanto da linha amarela quanto caminhões e ônibus para a movimentação dos operários, além de suprimentos. No caso das máquinas, optamos por levá-las pelo modal rodoviário até Belém (PA), onde elas foram transferidas das carretas para balsas, e descarregadas no porto fluvial de Vitória do Xingu. Esse trecho do rio é sem corredeiras e, portanto, 100% navegável. Há outros trechos, como entre Altamira e Sítio Pimental, onde será instalada uma das casas de força complementares, pois a navegação se dá exclusivamente por embarcações de pequeno porte”, explica João dos Reis Pimentel, diretor de Relações Institucionais da Norte Energia.

Ele lembra que no dia 1º de Agosto foi outorgada pelo Ibama a licença de instalação definitiva do canteiro. A partir da concessão da licença, a Norte Energia mobilizou o CCBM, para executar as tarefas, com a supressão vegetal e a terraplenagem que antecedem a instalação do canteiro pioneiro, a cerca de 50 km de Altamira; abertura de estradas de acesso –para construir Belo Monte, serão necessários nada menos que 260 km de estradas - ; e construção dos canteiros pioneiros e acam­pa­men­tos dos sítios Belo Monte e Pimen­tal, onde ficarão os almoxar­i­fa­dos, escritórios de engen­haria, enfer­marias, alojamentos e refeitórios.

Essas obras podem não ser as principais metas do empreendimento, mas sem dúvida constituem um desafio à parte. Nos três alojamentos a serem construídos vão morar, nos próximos anos, aproximadamente 20 mil trabalhadores diretos, nos períodos de pico das obras – o projeto deverá gerar ainda outros 35 mil empregos indiretos. O pico das atividades deverá ser atingido por volta de dezembro de 2013. Nesse período, estima-se que deverão ser servidas nada menos que 70 mil refeiçlões/dia nos diversos canteiros.

O Consórcio Construtor é composto por 10 das maiores construtoras do País. São elas a Camargo Corrêa, Norberto Odebrechet, OAS Ltda, Queiroz Galvão, Contern, Galvão Engenharia, Serveng-Civilsan, Cetenco e J. Malucelli, todas sob a liderança da Andrade Gutierrez.

Grandes contratos

Com exclusividade, o CCBM contratou a Caterpillar, através da Sotreq, seu principal representante no Brasil, para o formecimento de 100% das máquinas da linha amarela, e a Mercedes Benz, para fornecimento de caminhões, num investimento total de cerca de R$ 850 milhões.

Em fevereiro, a Norte Energia fechou outros dois contratos importantes, para a aquisição dos equipamentos e montagem eletromecânica. Os escolhidos foram a argentina Impsa e o Consórcio ELM, compostos pelas empresas Alstom, Andritz Hydro, Voith e Inepar. O valor total dos contratos foi de R$ 4,316 bilhões (ver detalhes nesta edição).

De acordo com o João dos Reis Pimentel, os equipamentos eletromecânicos para geração de energia encomendados de forma a se obter a melhor curva de aproveitamento hidráulico do projeto. “Nós temos no sítio Belo Monte uma queda de 90 metros. Pelo tipo de queda e pelo volume de água, a turbina recomendada é do tipo Francis. Já no sítio Pimental, a queda é de apenas 11 metros. Para essas dimensões, a turbina recomendada é do tipo bulbo”, explica.

Status das obras

Foram iniciadas, no dia 7 de março, na região de Altamira (PA), as obras de  mel­ho­ria do acesso ao Sítio Pimen­tal, no Trav­es­são 27. Nesse local será construído o verte­douro e a casa aux­il­iar (subestação) do empreendi­mento Belo Monte. O mel­ho­ra­mento do acesso está pre­visto na Licença de Insta­lação (LI) con­ce­dida pelo Ibama no dia 26 de janeiro deste ano. A LI refere-se às ativi­dades e insta­lações como can­teiros indus­tri­ais pio­neiros.

Para essa etapa do trabalho o CCBM está empregando a patrulha mecanizada de terraplanagem, formada por um conjunto de máquinas e equipa­men­tos que inclui uma motonive­ladora, pá car­regadora e cam­in­hões de terraplanagem. O engen­heiro José Bia­gioni, respon­sável pelas obras das condi­cio­nantes ambi­en­tais da usina de Belo Monte, expli­cou que essa fase da obra se ref­ere ape­nas aos tra­bal­hos autor­iza­dos na LI expe­dida pelo Ibama. Ou seja: mel­ho­ria de aces­sos para que possa ser con­struído o can­teiro de obras para alo­jar os tra­bal­hadores que vão par­tic­i­par de diver­sas ações, entre elas o pro­jeto de sanea­mento da região e out­ras inter­venções pre­vis­tas nas condi­cio­nantes socioam­bi­en­tais que envolvem 11 municí­pios (Altamira, Vitória do Xingu, Senador José Por­fírio, Anapu, Brasil Novo, Medicilân­dia, Uru­acá, Pla­cas, Porto de Moz, Gurupá e Pacajá).

 

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