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Revista GC - Ed.10 - Novembro 2010
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ESPECIAL ENERGIA

Brasil tem energia para dar e vender

Quem garante isso é o diretor-geral da Usina Hidrelétrica de Itaipu, Jorge Samek. Para ele, e para tantos outros representantes do setor de Energia do governo federal, o sistema elétrico brasileiro trabalha com folga na produção de energia, o que descarta qualquer possibilidade de desabastecimento. “Só Itaipu deve produzir, este ano, entre 82 e 84 milhões de megawatts-hora (MWh). É a maior produção do mundo para uma única usina. Perdemos apenas para Três Gargantas, na China, que tem maior potência instalada, mas não tem a mesma quantidade de água o ano todo, como tem a usina brasileira. Estamos numa situação privilegiada”, garante orgulhoso o diretor de Itaipu.

A situação privilegiada, descrita por Samek, se deve em parte às chuvas abundantes que caíram em todo o País este ano, e que deixaram todos os reservatórios ligados a sistemas geradores de energia com água em abundância. Mas deve-se também aos primeiros resultados dos investimentos realizados nos últimos anos, pelo governo federal, na ampliação da capacidade de geração e distribuição de energia. Somente no mês de outubro o governo inaugurou, no estado de Goiás, seis novas usinas hidrelétricas que, juntas, somam ao sistema existente 645 megawatts (MW) de potência instalada, o suficiente para suprir a demanda de energia para cerca de 1 milhão de habitantes. São elas as usinas de Serra do Facão (a maior delas, com capacidade de 210 MW, suficiente para atender a uma cidade com 500 mil habitantes), Barra dos Coqueiros, Caçu, Foz do Rio Claro, Salto e Salto do Rio Verdinho. Os seis empreendimentos receberam, juntos, investimentos de aproximadamente R$ 2,9 bilhões.

Durante a inauguração das seis novas usinas, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou que a segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) investirá R$ 136,6 bilhões apenas em projetos de geração de energia. A previsão é de que os recursos do PAC 2 sejam usados na construção de 44 usinas hidrelétricas convencionais e dez no modelo plataforma (ver matéria nesta edição).

“Apenas em usinas hidrelétricas serão investidos R$ 116 bilhões na construção de dez usinas de modelo plataforma e mais 44 hidrelétricas convencionais, 12 delas no estado de Goiás. Na transmiss


Quem garante isso é o diretor-geral da Usina Hidrelétrica de Itaipu, Jorge Samek. Para ele, e para tantos outros representantes do setor de Energia do governo federal, o sistema elétrico brasileiro trabalha com folga na produção de energia, o que descarta qualquer possibilidade de desabastecimento. “Só Itaipu deve produzir, este ano, entre 82 e 84 milhões de megawatts-hora (MWh). É a maior produção do mundo para uma única usina. Perdemos apenas para Três Gargantas, na China, que tem maior potência instalada, mas não tem a mesma quantidade de água o ano todo, como tem a usina brasileira. Estamos numa situação privilegiada”, garante orgulhoso o diretor de Itaipu.

A situação privilegiada, descrita por Samek, se deve em parte às chuvas abundantes que caíram em todo o País este ano, e que deixaram todos os reservatórios ligados a sistemas geradores de energia com água em abundância. Mas deve-se também aos primeiros resultados dos investimentos realizados nos últimos anos, pelo governo federal, na ampliação da capacidade de geração e distribuição de energia. Somente no mês de outubro o governo inaugurou, no estado de Goiás, seis novas usinas hidrelétricas que, juntas, somam ao sistema existente 645 megawatts (MW) de potência instalada, o suficiente para suprir a demanda de energia para cerca de 1 milhão de habitantes. São elas as usinas de Serra do Facão (a maior delas, com capacidade de 210 MW, suficiente para atender a uma cidade com 500 mil habitantes), Barra dos Coqueiros, Caçu, Foz do Rio Claro, Salto e Salto do Rio Verdinho. Os seis empreendimentos receberam, juntos, investimentos de aproximadamente R$ 2,9 bilhões.

Durante a inauguração das seis novas usinas, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou que a segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) investirá R$ 136,6 bilhões apenas em projetos de geração de energia. A previsão é de que os recursos do PAC 2 sejam usados na construção de 44 usinas hidrelétricas convencionais e dez no modelo plataforma (ver matéria nesta edição).

“Apenas em usinas hidrelétricas serão investidos R$ 116 bilhões na construção de dez usinas de modelo plataforma e mais 44 hidrelétricas convencionais, 12 delas no estado de Goiás. Na transmissão, estão previstos, no PAC 2, investimentos de R$ 37,4 bilhões para a construção de 36 mil km de redes para grandes interligações e reforços regionais”, disse Lula.

O Presidente acrescentou que, entre 2007 e 2010, os investimentos públicos e privados no setor elétrico chegaram a R$ 48,6 bilhões e que nos últimos anos o País recuperou a capacidade de investimentos no setor e modernizou o marco regulatório.

Ainda de acordo com Lula, o PAC 2 prevê também uma novidade no quesito preservação ambiental, com instalação de aquecimento solar para o banho em residência. Serão R$ 1,1 bilhão, numa iniciativa que poderá beneficiar 260 mil famílias de baixa renda.

Para o presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz Lopes, se forem levados em conta penas os investimentos realizados pela estatal, de 2010 a 2014, os recursos envolvidos deverão ultrapassar os R$ 45 bilhões, dos quais R$ 6 bilhões apenas em 2010. Lopes explicou que a previsão inicial era de que os investimentos somariam R$ 8 bilhões, mas a empresa encontrou dificuldades em razão de problemas de licenciamento ambiental para alguns projetos, além de questões climáticas que atrasaram o cronograma de algumas obras.

“O nosso grande problema este ano foram as liberações ambientais para os grandes projetos. A linha de transmissão de Tucuruí-Manaus, Porto Velho-Araraquara, e a Usina de Belo Monte são exemplo de projetos que demandam grandes recursos e que tiveram seu início postergado”.

Fontes alternativas
Além das usinas hidrelétricas recém-inauguradas, contribuiu para o atual estado de “conforto energético” do País a entrada em operação, nos últimos dois anos, de 42 usinas do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa). O conjunto de usinas do programa garantiu um acréscimo de 820 MW ao sistema nacional. O Proinfa viabilizou investimentos em energia eólica, biomassa e pequenas centrais elétricas (PCH).

Outro destaque foi a conclusão dos estudos de inventário do rio Tapajós, cuja estimativa de geração é da ordem de 11 mil MW. A entrada de novos projetos é resultado dos oito leilões de energia realizados pelo governo federal em 2007 e 2008, os quais garantiram mais 22 mil MW de oferta futura de energia.

De acordo com Jorge Samek, há hoje cerca de 800 unidades em construção entre PCHs e usinas de pequeno, médio e grande porte, como as usinas do Rio Madeira (Jirau e Santo Antônio) e a Hidrelétrica de Belo Monte (PA), com quase 80% do tamanho de Itaipu.

“O Brasil tem uma capacidade enorme de produzir energia. Temos bons resultados na produção de energia solar, eólica, cana-de-açúcar, carvão e em nossa bacia do Rio Paraná. Temos a biomassa residual, procedente de dejetos de porco, galinha e gado, com cooperativas de produtores que abastecem suas propriedades e ainda vendem o excedente para a Companhia Paranaense de Energia (Copel)”, comemora Samek.

Brasil na vanguarda
De acordo com relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em junho do ano passado, o País é o maior consumidor de energia limpa do planeta. Quase 50% da energia consumida no território brasileiro provêm de recursos renováveis. Três quartos provem de hidrelétricas. É muito, se comparado a outros países, mesmo os mais desenvolvidos, onde a utilização da água como matriz de energia é pouco expressiva. Convém lembrar que o planeta Terra possui cerca de 1,4 bilhão de km³ de água.

Ao contrário do que acontece no Brasil, nos países mais ricos a exploração do potencial hidrelétrico vem caindo nos últimos anos. De 1973 a 2006, a fonte hídrica caiu de 2,2% para 1,8% na produção total de energia mundial, de acordo com o Key World Energy Statistics, da Internacional Energy Agency (IEA).

Com relação à energia elétrica, essa participação caiu de 21% para 16%, ficando abaixo da participação do carvão e do gás natural, ambos combustíveis fósseis não renováveis, que contribuem para a emissão de gases causadores do efeito estufa. Ainda de acordo com o IEA, além da América Latina – tendo o Brasil como carro Chefe –, só a Ásia, impulsionada pela China (que construiu a maior hidrelétrica do mundo, Três Gargantas) crescem em termos de exploração de energia hidrelétrica.

Mesmo com sua expressiva capacidade instalada, o Brasil aproveita apenas 30% de seu potencial hidrelétrico, estimado em 260 GW. Pelo Plano Nacional de Energia 2030, há 126 GW a serem explorados no Brasil, sendo que mais de 70% deles estão nas bacias do Tocantins/Araguaia e do Amazonas.

Na região banhada pelos rios Tocantins e Araguaia, dos 28 mil MW de geração possível, somente 12,2 mil MW vêm sendo aproveitados pelas usinas hidrelétricas Serra da Mesa e Tucuruí.

Na bacia do rio Amazonas, a maior do Brasil, com quase 3,8 milhões km², estão localizadas cinco usinas hidrelétricas. São elas Guaporé (MT), Samuel (RO), Balbina (AM), Curuá-Uma (PA,) e Coaracy Nunes (AP). O potencial da bacia é de 106 GW, equivalente a toda a energia gerada pelo parque de hidrelétricas do País em 2008 (105 GW). No entanto, hoje só 1% do potencial existente na bacia Amazônica é aproveitado. Para reverter esse cenário, estão sendo construídos em afluentes do Rio Amazona – os rios Madeira e Xingu – três dos principais empreendimentos do setor, no momento: as usinas de Santo Antônio e Jirau (no Madeira) e Belo Monte (no Rio Xingu).

Cenário de investimentos
De acordo com um levantamento feito pela empresa de consultoria KPMG, em janeiro de 2010, o consumo de energia elétrica no Brasil crescerá a uma taxa média anual de aproximadamente 5% até 2020. Para fazer frente a estes níveis de consumo, os investimentos no setor devem ser da ordem de US$ 10 bilhões por ano, permitindo ao País alcançar uma capacidade de geração de energia de 163 mil MW em 2020 e de 265 mil MW em 2030.

Diante deste cenário de crescimento, o setor voltou a atrair investidores, projetistas e construtores de obras de infraestrutura. O que se quer agora é explorar o potencial de geração hidrelétrica ainda inexplorado – seja de grandes centrais, seja de Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas.

Trata-se de energia limpa, renovável, que gera créditos de carbono, ao contrário da geração termelétrica, que produz gases de efeito estufa.

Hoje, as empresas subordinadas à Eletrobras são responsáveis por 39.453 MW da capacidade instalada de geração de energia elétrica no País, o que representa 37% do total da capacidade nacional. São 29 usinas hidrelétricas, 15 termelétricas e duas termonucleares. Entre as maiores e mais importantes destacam-se: Tucuruí (8.370 MW), a parte brasileira de Itaipu Binacional (7.000 MW), o Complexo de Paulo Afonso (3.984 MW), Xingó (3.162 MW), Angra 1 e Angra 2 (2.007 MW), Serra da Mesa (1.275 MW), Furnas (1.226 MW) e Sobradinho (1.050 MW).

Existem hoje 2.218 empreendimentos energéticos em operação no país, responsáveis por gerar cerca de 107 GW. Esses números deverão crescer nos próximos anos, somados aos 800 projetos novos. Do total de empreendimentos existentes 846 são hidrelétricas, que geram 68% da energia elétrica do país, ou seja, 78,9 GW.

Sistema de transmissão em expansão
No início de dezembro a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recebeu os envelopes com as propostas ao leilão para a construção de 685 km de novas linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIM) de transmissão de energia. Além das novas linhas está em jogo a construção de dez subestações, tudo ao custo estimado de R$ 890,9 milhões. As obras devem gerar cerca de 4,5 mil empregos diretos.

O leilão acontecerá na Bolsa de Valores de São Paulo. Serão licitados nove lotes em sete estados: Rio Grande do Sul, Goiás, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará. O prazo para entrada em operação das linhas de transmissão e das subestações varia de 18 a 24 meses. Poderão participar pessoas jurídicas de direito privado nacionais ou estrangeiras, isoladamente ou reunidas em consórcio, além de fundos de investimento.

No leilão, os participantes vão entregar as propostas em envelopes fechados. Se a diferença entre a menor oferta e as demais for superior a 5%, vence o proponente da menor proposta. Se a diferença for menor ou igual a 5%, ou se houver empate entre as menores ofertas, o leilão prossegue com lances em viva voz. Se houver novo empate, o vencedor será determinado por sorteio promovido pelo diretor do leilão.

Geração de energia elétrica a licitar e em implantação

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