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Revista GC - Ed.10 - Novembro 2010
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Energia Termonuclear

Atraso dos projetos comprometem o cronograma de operação

Com a dificuldade de se obter licenciamento ambiental para a construção de grandes hidrelétricas, e a predominância atual dos projetos de usinas a fio d´água, a geração de energia térmica passa a ser fundamental para dar maior segurança ao Sistema Interligado Nacional (SIN), assim como atender ao crescimento da demanda. Apesar disso, há atraso no cronograma de diversos projetos de térmicas, que já contam com licença ambiental, motivado por questões de financiamento, de fornecimento de equipamentos, ou até mesmo como reflexo da crise financeira mundial, que deixou sequelas nos investidores industriais.

Os atrasos em relação às térmicas vendidas em leilões de energia do governo federal afetam os grandes consumidores, já que os preços no mercado livre subiram, inclusive por causa do atraso de parte destes projetos.  Até 2014, está prevista a entrada no sistema de 26,7 mil MW de energia nova, dos quais 50% têm origem em usinas termelétricas, segundo dados da Associação dos Geradores de Energia. A entrada dessas usinas em operação é essencial para garantir o equilíbrio entre o


Com a dificuldade de se obter licenciamento ambiental para a construção de grandes hidrelétricas, e a predominância atual dos projetos de usinas a fio d´água, a geração de energia térmica passa a ser fundamental para dar maior segurança ao Sistema Interligado Nacional (SIN), assim como atender ao crescimento da demanda. Apesar disso, há atraso no cronograma de diversos projetos de térmicas, que já contam com licença ambiental, motivado por questões de financiamento, de fornecimento de equipamentos, ou até mesmo como reflexo da crise financeira mundial, que deixou sequelas nos investidores industriais.

Os atrasos em relação às térmicas vendidas em leilões de energia do governo federal afetam os grandes consumidores, já que os preços no mercado livre subiram, inclusive por causa do atraso de parte destes projetos.  Até 2014, está prevista a entrada no sistema de 26,7 mil MW de energia nova, dos quais 50% têm origem em usinas termelétricas, segundo dados da Associação dos Geradores de Energia. A entrada dessas usinas em operação é essencial para garantir o equilíbrio entre oferta e demanda.

A maior parte das usinas termelétricas com problemas foram leiloadas entre 2007 e 2008, quando o governo foi bastante criticado pela quantidade de térmicas a óleo combustível que colocou na matriz energética brasileira. Quase 100% dos projetos pertenciam a grupos novatos do setor, os quais foram mais diretamente afetados pela crise financeira internacional, dificultando acesso ao crédito. O próprio grupo Bertin, antes de vender parte do frigorífico para o JBS, enfrentou dificuldades junto com a Equipav para levantar recursos suficientes para depositar garantias na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Petrobras mantém investimentos
A exceção ficou por conta da Petrobras, que pretende investir cerca de R$ 1,25 bilhão em projetos térmicos a gás natural até 2012. A empresa é a oitava maior geradora de energia elétrica do país em capacidade instalada, com 14 termelétricas a gás natural (5.820 MW), 12 a óleo (892 MW) e 15 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) – (316 MW).

Os investimentos previstos pela estatal no período incluem o aumento da capacidade de geração de energia das usinas Três Lagoas (MS) e Sepé Tiaraju (RS) e a conversão do óleo combustível para o gás de três térmicas em Manaus. Em Três Lagoas, o investimento é de R$ 400 milhões. Em Sepé Tiaraju, chega a R$ 350 milhões. Com esses investimentos, a capacidade de geração de Sepé Tiaraju passará de 161 MW para 241 MW a partir de 2011, enquanto Três Lagoas passará de 262 MW para 383 MW em 2012.

Esse volume adicional da Petrobras atenderá aos contratos nos leilões de energia e aos contratos bilaterais firmados com as distribuidoras. Os investimentos realizados nas duas térmicas integram o pacote de investimentos na área de energia do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A conversão das três térmicas para o gás natural, em Manaus, deve consumir R$ 250 milhões, devendo ser concluída até o final do ano. A empresa estima um investimento de R$ 695 milhões no programa de conversão das termelétricas para bicombustível. A conversão dessas usinas para operação com combustível alternativo torna o sistema mais seguro, pois não há garantias de oferta suficiente de gás para todas as usinas.

Outra convertida foi a Usina Termelétrica Juiz de Fora (UTE JF), com capacidade instalada de 7,028 MW, que passará a utilizar o etanol como combustível. Primeira termelétrica do mundo a usar o combustível renovável para geração de energia elétrica, a UTE Juiz de Fora é uma usina Flex (bicombustível), que já faz parte do parque gerador da Petrobras. A unidade tem capacidade instalada de 87 MW e a turbina adaptada da usina flex tem capacidade instalada de 43,5 MW.

Outras quatro usinas termelétricas da Petrobras podem ser adaptadas para utilizar também o etanol na geração de energia elétrica por disporem de turbinas com as mesma características da que está em testes. Juntas, as unidades passíveis de conversão têm capacidade instalada de 1.717 MW, o que demandaria 6,4 bilhões de litros de etanol por ano, caso operassem ininterruptamente.

Esse volume representa cerca de um quarto da atual produção brasileira de etanol. As UTES passíveis de conversão são Mário Lago (922 MW) e Barbosa Lima Sobrinho (348 MW), no Rio de Janeiro; Termoceará (222 MW), no Ceará; e Rõmulo Almeida (138 MW), na Bahia. A UTE JF foi escolhida para o projeto-piloto de conversão por oferecer condições físicas para abrigar a nova infraestrutura de tanques e equipamentos e também por ter disponibilidade para realização dos testes.

O investimento total na conversão da usina para flex foi de R$ 11 milhões. A conversão para uso de etanol consiste na troca da câmara de combustão, de dois bicos injetores e na instalação de equipamentos periféricos (sistema de recebebimento, tanques, bombas, filtros) que permitem o recebimento, armazenamento e a movimentação do etanol para a turbina.

Alem disso, foi concluída neste ano a térmica Euzébio Rocha, em Cubatão (SP). Com 216 MW de capacidade e aporte de R$ 1 bilhão, atenderá com 47 MW médios e vapor para a Refinaria Presidente Bernardes, além de disponibilizar 141 MW médios para o sistema elétrico. A energia foi vendida no leilão A-5, realizado em 2005. Já existe projeto de expandir a térmica Euzébio Rocha em mais 161 MW, com a instalação de uma nova turbina, mas o projeto depende de novos estudos técnicos e econômicos.

Usina entra em operação em dezembro
A Usina Termelétrica de Linhares deverá ser inaugurada em dezembro e estará pronta para entrar em operação a partir de 1º de janeiro. A data de inauguração está dependendo da emissão da Licença de Operação (LO). A planta será a primeira usina termelétrica do Espírito Santo a gerar energia elétrica, tendo o gás natural como combustível.

A usina terá capacidade para gerar 204 MW, energia suficiente para atender uma cidade com 600 mil habitantes (ou as cidades de Colatina, Linhares e Serra), segundo o diretor da Diferencial Energia, empresa responsável pela implantação da nova termelétrica.

Embora apta a operar a partir de 2011, a UTE só funcionará se tiver solicitação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que tem a responsabilidade da coordenação e controle da operação de geração e transmissão de energia elétrica no sistema interligado nacional.

Quando estiver em operação, o consumo da UTE será de 1,1 milhão de m³ de gás por dia. O gás será fornecido pela Unidade de Tratamento de Gás (UTG) de Cacimbas. A termelétrica foi construída em área próxima à UTG, em Linhares. Mesmo com disponibilidade de gás, a usina só poderá operar se for demandada pelo ONS. A termelétrica vai dar sustentabilidade à Região Norte do Estado, que hoje é mais vulnerável por ainda não estar interligada ao anel de segurança. Isso só acontecerá com a construção da subestação que ligará Linhares a Mascarenhas, em 2012.

Atraso dos cronogramas
Depois de receber uma multa da Aneel por atraso no cronograma das obras das termelétricas, a Bertin luta contra o tempo para iniciar a operação das termelétricas no início do ano. São 23 no total, que somam 5.000 MW. As licenças ambientais atrasaram, assim como o fornecimento das turbinas para a operação das usinas. O grupo terá que investir R$ 7,5 bilhões para colocar os empreendimentos em operação. As térmicas do Bertin fazem parte de um grupo de pelo menos 2.400 MW vendidos entre 2007 e 2008 em leilões do governo federal que estão com seus cronogramas comprometidos.

Uma parte deveria ter começado a operar neste ano, mas por problemas de licenciamento não há como garantir a data de operação. A outra metade, que deveria estar concluída em 2011, não deve ficar pronta antes do segundo semestre, apesar de as turbinas também já estarem prontas para serem embarcadas, a exemplo do caso do grupo Bertin.

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