P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista GC - Ed.39 - Julho 2013
Voltar
Internacional

América Latina: foco na infraestrutura

Investimentos em infraestrutura por toda a América Latina indicam que o mercado da construção está pronto para um crescimento vigoroso, apesar do desempenho macroeconômico inexpressivo na região
Por Chris Sleight

O crescimento econômico da América Latina deixa a desejar neste momento. O FMI (Fundo Monetário Internacional) diz que o PIB da região crescerá somente 3,4% este ano – muito distante dos 4% a 6% de crescimento registrado nos anos de boom, na década de 2000, anteriores à crise econômica mundial.

Entretanto, a expectativa em relação ao mercado da construção é bem mais animadora, graças ao grande foco em investimentos em infraestrutura por toda a região latino-americana. De acordo com a IHS Global Insight - empresa provedora de informações para tomada de decisões estratégicas, os gastos em construção subirão cerca de 5,2% este ano. Esse boom no mercado será devido a um forte aumento em gastos com infraestrutura; com aumento esperado de 7,3% este ano, seguido de mais 7,5% de aumento no ano que vem.

O Brasil é, sem dúvida, o maior mercado de infraestrutura da região, mas o Panamá apresenta o maior crescimento com 13,7%, graças ao projeto para ampliação do Canal do Panamá e outras iniciativas de projetos como, por exemplo, o metrô de Ciudad de Panamá (capital da República do Panamá)


O crescimento econômico da América Latina deixa a desejar neste momento. O FMI (Fundo Monetário Internacional) diz que o PIB da região crescerá somente 3,4% este ano – muito distante dos 4% a 6% de crescimento registrado nos anos de boom, na década de 2000, anteriores à crise econômica mundial.

Entretanto, a expectativa em relação ao mercado da construção é bem mais animadora, graças ao grande foco em investimentos em infraestrutura por toda a região latino-americana. De acordo com a IHS Global Insight - empresa provedora de informações para tomada de decisões estratégicas, os gastos em construção subirão cerca de 5,2% este ano. Esse boom no mercado será devido a um forte aumento em gastos com infraestrutura; com aumento esperado de 7,3% este ano, seguido de mais 7,5% de aumento no ano que vem.

O Brasil é, sem dúvida, o maior mercado de infraestrutura da região, mas o Panamá apresenta o maior crescimento com 13,7%, graças ao projeto para ampliação do Canal do Panamá e outras iniciativas de projetos como, por exemplo, o metrô de Ciudad de Panamá (capital da República do Panamá).

Mas, enfocar somente esses destaques seria ignorar alguns dos outros investimentos realizados em infraestrutura por toda essa região. No Chile, por exemplo, o Ministério de Obras Públicas (MOP) diz que pretende licitar 17 grandes e importantes projetos este ano, compreendendo um valor total de US$ 7,71 bilhões.

No Peru, por sua vez, a prefeita da cidade de Lima, Susana Villarán, anunciou um programa com duração de três anos e valor de US$ 4 bilhões, para modernizar a infraestrutura viária desta que é a capital do País. Há, também, planos para ampliar a rede de metrô de Lima, após a inauguração do primeiro trecho em 2011. O investimento previsto para a construção das duas novas linhas é de US$ 5,37 bilhões.

De fato, projetos de metrô são uma espécie de “assunto temático” na América Latina. Na Colômbia, a capital, Bogotá, já iniciou os estudos de viabilidade relativos a um projeto metroviário, cujas obras poderão começar em janeiro e serem concluídas três anos mais tarde.

Mega projetos

E parece que quando a bola da construção de infraestrutura começa a rolar, os benefícios logo são percebidos e mais projetos acabam sendo propostos, numa escala bem mais grandiosa.

Na Guatemala foram propostos planos para um projeto de construção de uma ferrovia atravessando o país, ligando dois importantes portos novos: um na costa atlântica e outro na costa pacífica. O Corredor Interoceânico da Guatemala (CIG) seria um “corredor” com 277 km de comprimento e 140 metros de largura, que proporcionaria transporte através de “dutos” ao longo da ligação ferroviária e, por fim, uma rodovia também.  Cada porto teria uma capacidade de movimentação de 3,4 milhões de contêineres “TEU” (twenty-foot equivalent unit) por ano, e está sendo cogitado um tempo de transferência (de costa a costa) de 8 horas.

Há planos para a execução do primeiro estágio de desenvolvimento entre 2015 e 2022.

Apesar desse projeto obviamente fazer concorrência ao Canal do Panamá, que, após sua modernização, conseguirá atender a navios de 12.000 TEUs (Novo Panamax) comparado com sua limitação atual de navios porta-contentores de 5.000 TEUs, o Corredor Interoceânico da Guatemala objetiva cargueiros ainda maiores.

Na Fase 1, os novos portos, um em cada uma das costas, serão construídos para abrigar navios de 18.000 TEUs  e a Fase 2 terá o acréscimo de atracação para navios de 22.000 TEUs. O investimento para a Fase 1 está previsto em US$ 7 bilhões e algumas fontes estimam um custo total de US$ 12 bilhões.

Isso mostra que o mercado de infraestrutura na América Latina é muito mais do que a construção de rodovias. Mesmo no Brasil, onde um estudo do Banco Mundial mostrou que somente 6% da vasta rede rodoviária do País - com 1,6 milhões de quilômetros de extensão - era constituída de rodovias pavimentadas, há um amplo foco em todos os tipos de infraestrutura.

Um ponto-chave que é foco da presidente brasileira Dilma Rousseff tem sido o transporte ferroviário. Em agosto do ano passado, ela assinou a medida provisória que criou uma nova agência governamental – a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) – para administrar o processo de investimento e construção e assegurar as diversas modalidades de ligação/conexão de transportes.

A empresa assumirá a responsabilidade pela construção dos próximos 10.000 km de ferrovias do País, com investimento projetado de US$ 40 bilhões.

Historicamente, as necessidades de transporte de carga (frete) têm sido o principal propulsor do desenvolvimento ferroviário e as linhas foram construídas visando escoar a produção industrial e agrícola para os mercados. Mas, com a EPL, haverá maior deslocamento para o lado de transporte de passageiros.

No topo da lista está prevista uma ligação por trem de alta velocidade, com 510 km de extensão, entre São Paulo e Rio de Janeiro, a qual deverá ser a primeira ligação ferroviária de alta velocidade na América Latina. Originalmente, era esperado que essa ligação de “trem-bala” estaria pronta para os Jogos Olímpicos de 2016,mas isso parece improvável pois a licitação original em 2011 não conseguiu  atrair propostas  interessadas na iniciativa de US$21 bilhões.

Os planos do Brasil para infraestrutura também incluem o investimento de US$ 21 bilhões na construção de mais 7.500 km de rodovias ao longo dos próximos 25 anos.

Diversidade

Não obstante o forte foco na construção rodoviária na América Latina, outros modelos estão começando a ganhar maior importância no mercado da infraestrutura. O sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) continua a ganhar espaço como uma solução para o trânsito congestionado de algumas das maiores cidades da região, enquanto se cogita ligações ferroviárias modernas e de maior extensão entre cidades-chaves, portos, e polos de comércio para o futuro.

Como sempre, o financiamento de projetos é um desafio e os governos se voltam, cada vez mais, para o setor privado e modelos de Parceiras Público-Privadas (PPPs) para arcar com o pagamento de infraestrutura nova.

Esse conteúdo é resultado de parceria editorial entre a revista Grandes Construções e a KHL Group Americas LLC, editora da International Construction

(*) Chris Sleight é editor da revista International Construction

 

 

 

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E

Mais matérias sobre esse tema

Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP

Telefone (11) 3662-4159

© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade