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O impulso digital na infraestrutura

Buscando agregar produtividade e eficiência, as empresas brasileiras de construção vêm se reinventando em termos de tecnologia aplicada

Redação

21/07/2021 11h00 | Atualizada em 21/07/2021 21h31


Nos últimos anos, as empresas brasileiras de construção vêm se reinventando, buscando agregar produtividade e eficiência às suas operações.

A Andrade Gutierrez Engenharia, por exemplo, já há algum tempo implantou uma jornada de transformação e reestruturação digital, direcionando o foco dos negócios especialmente para clientes da iniciativa privada.

Neste amplo programa de redefinição, estabelecido na última década, a empresa mapeou e identificou práticas internacionais de excelência operacional que pudessem ser implementadas à sua realidade, incluindo a metodologia BIM, além de outras soluções de inovação tecnológica.

Na Smart.Con, o super

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Nos últimos anos, as empresas brasileiras de construção vêm se reinventando, buscando agregar produtividade e eficiência às suas operações.

A Andrade Gutierrez Engenharia, por exemplo, já há algum tempo implantou uma jornada de transformação e reestruturação digital, direcionando o foco dos negócios especialmente para clientes da iniciativa privada.

Neste amplo programa de redefinição, estabelecido na última década, a empresa mapeou e identificou práticas internacionais de excelência operacional que pudessem ser implementadas à sua realidade, incluindo a metodologia BIM, além de outras soluções de inovação tecnológica.

Na Smart.Con, o superintendente de projetos estratégicos e excelência operacional da empresa, Guilherme Odaguiri, explicou que já a partir de 2018 a construtora passou o obter bons resultados com esse processo de implementação tecnológica e digital, sendo reconhecida no ano seguinte como uma das empresas mais inovadoras do setor.

“Hoje, o Brasil ainda é reconhecido por sua baixa produtividade na construção”, ressaltou Odaguiri. “Mas isso ocorre porque o setor não evoluiu de maneira significativa nos últimos anos, além de ser o mercado que menos digitaliza suas operações”, completou.

Nesse sentido, o especialista destacou que o BIM representa uma possibilidade de potencializar melhorias de eficiência estrutural nas empresas.

“Essa metodologia torna possível a integração de todos os projetos, incluindo planejamentos, pessoas, estrutura, processos e infraestrutura de TI”, afirmou.

“Tanto que, ainda este ano, vamos trabalhar com total integração de dados e de gestão nos nossos contratos”, revelou Odaguiri.

MAPEAMENTO DE OBRAS

Além do BIM, o uso de VANTs (Veículos Aéreos não Tripulados) também vem propiciando um avanço sem precedentes no setor, permitindo a captura de imagens e dados topográficos das obras.

Essas tecnologias permitem mapear grandes extensões de terreno com maior rapidez e precisão, formando um registro fotográfico de toda área de interesse e capturando informações de forma segura em locais de alto risco, de difícil acesso ou mesmo inacessíveis.

Segundo Leandro Pugliesi, consultor em engenharia para obras de infraestrutura da UsuCampeão, os drones são de cinco a seis vezes mais rápidos que os métodos de topografia convencional, além de tornarem possível a economia de recursos.

“Atualmente, as grandes obras são contratadas por corporações privadas, muitas de capital internacional, com normas e procedimentos detalhistas, que requerem transparência e rastreabilidade de dados auditáveis”, disse o especialista na Smart.Con.

“E muitos desses processos exigem soluções inovadoras como drones e BIM, com boa capacidade de armazenamento e soluções de hardware”, destacou.

Por sua vez, a gerente de projetos da UsuCampeão, Silvia Maria Ferreira, acrescentou que os drones possibilitam a produção de um “mosaico ortofoto”, com junção corrigida de todas as imagens capturadas em campo.

“Nesse processo, todas as funções se apresentam na mesma escala, permitindo medir e vetorizar seus elementos com perfeição”, disse ela.

“Dessa forma, é possível entregar uma planta topográfica com todo o nível de detalhamento tradicional, além de, por exemplo, acompanhar o desenvolvimento de uma obra de movimentação de terra”, sublinhou.

EQUIPAMENTOS NÃO TRIPULADOS

Operar em locais críticos, em trabalhos altamente insalubres nos quais não pode haver presença humana. Essa é a missão dos equipamentos não tripulados, que podem ser utilizados de maneira segura com os mesmos níveis de desempenho e produtividade que as frotas convencionais.

Pioneira na tecnologia no Brasil, a Construtora Barbosa Mello (CBM) detalhou na Smart.Con o processo de formação de uma equipe multidisciplinar para testar máquinas com essas características, que no ano passado culminou na integração digital e tecnológica de excelência do projeto.

Com isso, a gestão da frota e o controle do desempenho das máquinas são realizados a partir de um centro de operações remotas, sem a necessidade de presença física de operadores no local da operação. “Todos os dados dos equipamentos retroalimentam o sistema de gestão da empresa”, comentou Bruno Amaral Ribeiro, gerente de inovação e suprimentos da CBM.

O especialista explicou que a frota tem característica semiautônoma, ou seja, cada máquina é controlada por um operador à distância, via controle remoto. Para isso, tanto os equipamentos de Linha Amarela como os veículos rodoviários foram automatizados.

O gerente ressaltou ainda que, para que essa implementação se tornasse realidade, foi necessário o uso de novas tecnologias digitais, adequadas aos níveis necessários de produtividade e execução do trabalho. “Hoje, a frota da CBM está 8% mais produtiva, além de ter obtido uma redução de 30% nas perdas mecânicas”, especificou Ribeiro.

RÁDIO CONTROLE

De gamer a operador de máquinas reais – e ainda ser remunerado por isso. Essa deve ser uma das principais sensações de quem opera um equipamento de forma remota, além evidentemente de não ficar vulnerável a acidentes em locais de alto risco.

Em sua apresentação na Smart.Con, o CEO do Grupo AIZ, Alberto Ivan Zakidalski, valorizou a importância da operação remota, principalmente para a segurança e conforto térmico e ergonômico dos operadores, mas também de redução de pessoal, custos no local da obra e riscos jurídicos para a empresa.

“A partir de agora, a tendência é retirar gradualmente o ser humano de dentro das máquinas, especialmente em operações insalubres”, ressaltou.

No setor de construção, ele detalhou, essa tecnologia é recomendada para áreas de alto risco de exposição, incluindo pontos de deslizamentos, desabamentos, alagamentos e descargas elétricas, entre outras, enquanto na mineração é usada principalmente na descaracterização de barragens, operações subterrâneas e movimentação de material. “Qualquer equipamento hidrostático ou com caixa automática pode ser controlado por rádio”, disse ele.

Contudo, Zakidalski alertou que nada substitui o conhecimento humano sobre as condições da máquina no campo de operação. Por isso, é instalado um sistema de autoverificação para o operador saber em tempo real o que acontece na frente o trabalho.

“Na operação remota, os equipamentos geralmente trabalham a distâncias muito acima de 1.000 metros, mas dependendo da região e dos obstáculos, o alcance pode ser expandido com repetidores de sinal”, afirmou o executivo.

“E, se houver necessidade de resgate, o procedimento também deve ser feito remotamente, sem envio de técnicos ao local”, acrescentou.

GESTÃO DE FROTAS

Sobre o uso de telemetria, o coordenador de frotas da Camargo Corrêa Infra, Jaeder Carriel, contou na Smart.con como a solução Simova para monitoramento e gestão tem garantido a disponibilidade física dos equipamentos em campo, além de permitir melhor controle de produção, registro automático de horas trabalhadas e redução de consumo dos equipamentos.

Atualmente, a construtora possui 242 equipamentos monitorados e 480 operadores capacitados para fazer a interface com essa tecnologia, comentou o especialista.

“No início de cada turno, é realizado o check list de segurança e manutenção, verificando o status dos equipamentos em tempo real por meio de informações que possibilitam uma gestão aprimorada e precisa”, descreveu.

Antes da implantação do monitoramento, afirmou, a construtora não possuía rastreabilidade dos equipamentos, o que acarretava baixa integração entre planejamento e execução, além de gerar dificuldades de obter informações em tempo hábil para a tomada de decisões.

“Hoje, a interconexão digital dos equipamentos com a sala de controle foi capaz de reduzir em até 3% o consumo de combustível, melhorar em 5% a disponibilidade mecânica e aumentar significativamente a taxa de utilização das máquinas”, explanou.

A tecnologia promoveu inclusive uma mudança na cultura dos operadores, com melhoria na qualidade das informações transmitidas. “A partir do momento em que os profissionais têm ciência de que são monitorados, adotam um padrão de comportamento condizente com o estabelecido pelas normas de trabalho da empresa”, disse Carriel.

APRENDIZADO DA MÁQUINA

A visão computacional tem diferentes aplicações na infraestrutura, devido às amplas possibilidades de interpretação de áudio e vídeo de maneira automática e inteligente. Essa é a opinião de Vitor Tosetto, diretor de operações da Pix Force, para quem o uso de drones na construção é essencial.

“Mas como produzem imagens em grande quantidade e diversidade, é necessário desenvolver o algoritmo da visão computacional para evitar perdas de dados, de modo a mantê-los organizados”, advertiu o especialista na Smart.Con.

“Nesse sentido, o monitoramento por camadas permite utilizar imagens de satélites, drones e até mesmo produzidas em campo pelas equipes”, explicou.

De acordo com ele, a captura de imagens por drones também viabiliza trabalhos de inspeção de linhas de transmissão, por exemplo, com checagem minuciosa dos elementos. Todavia, as aplicações são bem mais amplas que isso.

Afinal, a inteligência artificial pode realizar medições à distância dos elementos enquadrados até mesmo na inspeção, planejamento e manutenção urbana, permitindo avaliar a necessidade de poda de árvores, por exemplo. “Em caso positivo, o sistema digital gera um alerta, com coordenadas geográficas”, explicou.

Segundo Tosetto, ainda há certa dificuldade de se entender os benefícios propiciados pela inteligência artificial no setor da construção. “Embora nada substitua o ser humano, a evolução da tecnologia atualmente é nítida, sendo que esses avanços chegaram para agregar facilidade, aperfeiçoando as operações e minimizando o retrabalho”, destacou.

SENSORES VESTÍVEIS

Implantado pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) de São Caetano do Sul (SP), o laboratório OpenLab 4.0 dispõe de tecnologias que são utilizadas como soluções de cibersegurança industrial, gestão de ativos e inventários por drones, redes privadas 4G e 5G, entre várias outras tecnologias.

Na Smart.Con, o gestor de inovação do Instituto Senai de Tecnologia em Metalmecânica (ISTMM), Bruno Araújo de Sousa, trouxe informações relevantes sobre esse ambiente de inovação, destacando como a aplicação de drones com rede 5G e streaming de vídeo representa uma ferramenta promissora de inteligência artificial aplicável aos canteiros de obras, especialmente para apoio e monitoramento dos processos.

“Hoje, alunos de todo o Brasil e até de outros países conseguem acessar esse laboratório remotamente”, relatou o gestor, reforçando que a transformação digital tem revolucionado profundamente a construção civil com o uso de tecnologias como inteligência artificial, impressão 3D, robótica, big data e realidade virtual, bem como IoT.

Alguns dados mostram isso, disse Sousa. De acordo com a Câmara de Comércio dos Estados Unidos, 83% dos empreiteiros daquele país acreditam que os dispositivos wearables (vestíveis) podem melhorar a segurança na construção civil.

Em 2018, apenas 6% dos colaboradores das construtoras utilizavam esse sistema, mas espera-se que esse percentual chegue a 23% ainda neste ano.

“Como exemplo de EPIs wearables, destacam-se relógios e sapatos inteligentes, capacetes com sensores para monitorar fadiga, óculos com integração em sistemas e coletes com sensores de sinais vitais, dentre outros”, listou o especialista.

SOFTWARES DE GESTÃO

Muitos não sabem, mas as diferentes ferramentas de uso diário nas construtoras devem ser definidas pelos respectivos tipos de gestão adotados e clientes presentes na carteira das companhias.

Segundo Thomas Martin, superintendente técnico da HTB Engenharia e Construção, isso é levado em conta pelo PHEO (Programa HTB de Excelência Operacional) da empresa, o que garante a eficiência no planejamento e execução das obras da construtora.

Esse programa, destacou o especialista, estabelece comparativos e premissas entre a indústria seriada e a construção civil. “O programa possibilita, por exemplo, implantar uma construção mais ‘enxuta’, com fluxo contínuo e sem interrupção nas atividades”, detalhou.

“Isso acontece a partir de um ritmo constante de produção, proporcionando às frentes de serviço um melhor nivelamento dos recursos e redução de prazos das obras”, acrescentou.

Outros aspectos apontados por Martin incluem a produção ‘puxada’, que estabelece um método de controle da produtividade, e o ‘zero defeito’, que reduz as falhas enquanto mantém os processos, aprendendo com os erros para estabelecer um processo de melhoria contínua.

Para exemplificar, o superintendente elencou alguns desperdícios clássicos na construção, incluindo nesse rol tanto processos desnecessários, como defeitos e produtos fora de conformidade.

Na mesma linha, citou a superprodução, não condizente com a necessidade imediata da obra. “Além disso, são pontos de atenção a espera causada por recurso parado, obra paralisada ou frente de serviço não liberada, assim como o transporte desnecessário, seja de material, resíduos ou pessoal”, delineou.

CIDADES DO FUTURO

Aspecto central da infraestrutura do futuro, as “Smart Cities” precisam ser uma meta de evolução digital para todos os cidadãos, sendo que a gestão pública é responsável por conduzir a transição para essa inclusão cibernética.

O assunto foi tratado na Smart.Con pelo gerente de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil, Cezar Taurion, que lamentou o fato de muitos gestores ainda não se envolverem nessa temática no país, deixando de enxergar a importância das cidades inteligentes e o ciclo benéfico que os avanços digitais podem gerar na economia, segurança, educação, saúde e tráfego.

Para ele, fazer a comunidade entender os avanços digitais e seus benefícios é um desafio que precisa ser enfrentado, partindo de uma maior cobrança de engajamento por parte do poder público. “Os municípios precisam se educar nesses processos”, destacou.

Atualmente, o Brasil é um dos países mais avançados em relação à transparência digital, disse ele, de modo que está tudo à disposição dos gestores públicos – seja tecnologia, normas ou recursos – bastando dar andamento para essa implementação.

“Para se ter ideia do quanto a civilização está avançada digitalmente, um smartphone atual conta com a mesma quantidade de informações existente no data center da NASA (National Aeronautics and Space Administration ou Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) na época em que o homem foi enviado à Lua”, arrematou Taurion.

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