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Produção de materiais registra 4° resultado negativo consecutivo em abril

Índice recuou 9,7% sobre o mesmo mês de 2021, mostra relatório do Departamento da Indústria da Construção e Mineração da Fiesp

Deconcic/Fiesp

11/07/2022 11h55 | Atualizada em 13/07/2022 13h25


PRODUÇÃO DE MATERIAIS

A produção industrial dos insumos típicos da construção civil voltou a registrar em abril mais uma variação negativa na base de comparação interanual, com queda de 9,7% frente ao mesmo mês de 2021, a quarta queda consecutiva no ano. As informações são última Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. Vale ainda destacar que esta foi também a oitava retração consecutiva nessa base de comparação.

Dessa forma, o patamar de produção segue abaixo daquele registrado em 2021, como ilustra o primeiro gráfico abaixo, que traz o índice de produção desses bens desde 2012 do IBGE, sem ajuste sazonal. Como resultado, no acumulado no ano, a produção desses insumos apresenta retração de 10,0% frente ao primeiro quadrimestre do ano passado, enquanto a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses entrou em terreno negativo, passando de 1,7% até março para -2,6% até abril, cabendo lembrar que o

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PRODUÇÃO DE MATERIAIS

A produção industrial dos insumos típicos da construção civil voltou a registrar em abril mais uma variação negativa na base de comparação interanual, com queda de 9,7% frente ao mesmo mês de 2021, a quarta queda consecutiva no ano. As informações são última Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. Vale ainda destacar que esta foi também a oitava retração consecutiva nessa base de comparação.

Dessa forma, o patamar de produção segue abaixo daquele registrado em 2021, como ilustra o primeiro gráfico abaixo, que traz o índice de produção desses bens desde 2012 do IBGE, sem ajuste sazonal. Como resultado, no acumulado no ano, a produção desses insumos apresenta retração de 10,0% frente ao primeiro quadrimestre do ano passado, enquanto a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses entrou em terreno negativo, passando de 1,7% até março para -2,6% até abril, cabendo lembrar que o ano passado fechou com um crescimento de 8,1% da produção desses bens. Essa desaceleração pode ser vista por meio da trajetória da média móvel de 12 meses do índice de produção no segundo gráfico abaixo.

Na sequência de dois meses de modesto crescimento mensal, a produção da indústria geral ficou praticamente estável na passagem de março para abril, registrando variação de 0,1%, já considerada a sazonalidade. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, no entanto, o desempenho seguiu negativo, com retração de -0,5%, a nona queda consecutiva nessa base de comparação interanual.

Com isso, o nível de produção da indústria nacional em abril ainda estava 1,5% abaixo do nível anterior à pandemia da covid-19, que tem o mês de fevereiro de 2020 como parâmetro. No acumulado no ano, o resultado se encontra ainda em terreno negativo, com a produção industrial apresentando variação de -3,4% frente ao quadrimestre inicial de 2021. Esse quadro de baixo dinamismo industrial se reflete também na evolução da taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, a qual passou de 1,8% até março para -0,3% até abril.

A produção das Indústrias Extrativas, um dos grandes segmentos da indústria nacional, apresentou modesto crescimento em abril, com variação de 0,4% em relação ao mês anterior, com base nas informações com ajuste sazonal. Frente a abril do ano passado, a produção ficou praticamente estável, com retração de -0,1%, revertendo dois meses de variações positivas nessa base de comparação. No acumulado no primeiro quadrimestre do ano, no entanto, esse conjunto de indústrias apresenta uma queda de -1,3% no seu nível de produção, retração inferior àquela observada para a indústria como um todo. No acumulado nos últimos dozes meses, a taxa de variação se encontra ainda em campo positivo (0,8% até abril), mas em desaceleração, visto que essa taxa foi de 1,1% no acumulado até março.

Assim como ocorrera em março, o desempenho das Indústrias de Transformação contrastou com o das Indústrias Extrativas em abril, com a produção do primeiro conjunto ficando praticamente estável (variação de 0,1%) em relação ao mês anterior, já considerada a sazonalidade, e registrando uma queda relativamente maior (-0,5%) na comparação com abril de 2021, a qual representou a nona retração consecutiva nessa base de comparação. No acumulado nos quatro primeiros meses do ano, a produção das Indústrias de Transformação declinou -3,7% frente ao mesmo período do ano passado, o que contribuiu para a continuidade da desaceleração da taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, a qual passou de 1,9% até março para -0,5% até abril, entrando, portanto, em campo negativo.

COMÉRCIO DE MATERIAIS

Após dois meses de evolução positiva, o volume de vendas do comércio varejista de materiais de construção voltou a apresentar variação negativa (-2,0%) em abril na comparação com o mês anterior, já considerada a sazonalidade.

Cabe notar que, quando da divulgação dos dados do quarto mês do ano, o resultado de março foi revisado de 2,2% para 1,6% na mesma base de comparação mensal com ajuste sazonal. As informações são da mais recente Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE. Esse declínio na margem pode ser avaliado por meio do gráfico a seguir, que apresenta a série histórica do índice do volume de vendas do comércio varejista desses bens com ajuste sazonal do IBGE. Como observado em nota anterior, a trajetória de declínio mensal das vendas de materiais iniciou-se ainda em julho de 2021, interrompida pontualmente em novembro e, mais recentemente, em fevereiro e março, após a evolução negativa na virada do ano.

Na comparação interanual, as vendas desses produtos foram igualmente negativas, com queda de -10,1% frente ao volume de vendas apurado em abril de 2021, revertendo largamente o resultado positivo de 1,2% de março. Por conta disso, a variação acumulada no ano das vendas de materiais passou de -4,8% até março para -6,1% até abril na comparação com o mesmo período do ano passado. Quanto à taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, em declínio desde junho do ano passado, esta seguiu em campo negativo, passando de -1,0% até março para -4,1% até abril.

Contrastando com os resultados relativos à venda de materiais de construção, o volume de vendas do comércio varejista no conceito mais restrito da pesquisa do IBGE registrou mais uma variação mensal positiva (0,9%) em abril, a quarta consecutiva na comparação com o mês anterior, feito o ajuste sazonal. Em relação a abril de 2021, foi registrado um crescimento de vendas de 4,5%, o terceiro resultado positivo consecutivo nessa base de comparação interanual, o que contribuiu para a aceleração da taxa de variação acumulada no ano, que passou de 1,6% até março para 2,3% até abril. A taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, no entanto, desacelerou, ao passar de 1,9% até março para 0,8% até abril.

O volume de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui, além dos segmentos do índice restrito, os segmentos de material de construção e de veículos, motos, partes e peças, também teve um mês de resultados positivos, com alta de 0,7% em abril frente a março, com base nas informações com ajuste sazonal, e de 1,5% na comparação com abril do ano passado. No acumulado no ano, o crescimento do volume de vendas desse conjunto de segmentos ficou estável, em 1,4% até abril, em relação ao observado até março. Tais resultados, no entanto, não reverteram a trajetória de desaceleração da taxa de variação acumulada nos últimos doze, que passou de 4,5% até março para 2,2% até abril.

CUSTOS DA CONSTRUÇÃO

O custo médio nacional da construção voltou a apresentar aceleração em maio, variando 2,17% em relação a abril, segundo o Índice Nacional da Construção Civil do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) do IBGE. Essa variação mensal, além de ser a maior do ano, foi a maior taxa desde junho de 2021, superando adicionalmente, a taxa registrada no mesmo mês do ano passado (1,78%).

Diferentemente do observado em abril, a maior contribuição para a variação do custo médio foi dada pelo componente relativo ao custo da mão de obra, como será discutido adiante. Como resultado, a variação acumulada no ano avançou mais de 2 pontos percentuais, passando de 3,52% até abril para 5,77% até maio. Apesar de tal evolução, esse resultado ainda se encontra abaixo da taxa apurada em idêntico período de 2021, de 8,71%, como mostra o gráfico abaixo, que traz o resultado acumulado no ano até maio, desde 2015. Por outro lado, a taxa de variação acumulada até maio do corrente ano supera a dos anos anteriores no mesmo período, indicando a continuidade da pressão altista de custos iniciada em 2021, ainda que em um ritmo menor. Nesse contexto, a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses voltou a acelerar, revertendo o movimento de desaceleração iniciado em setembro de 2021 (após atingir 22,74% em agosto), passando de 15,00% até abril para 15,44% até maio.

Pelo segundo mês consecutivo, o custo médio dos materiais, um dos dois componentes do custo nacional, registrou aceleração, variando 1,96% em maio em relação ao mês anterior, superando a taxa de abril (1,86%) e se constituindo na maior taxa mensal desde julho de 2021. Apesar disso, esse resultado foi ainda inferior ao observado em maio do ano passado (2,66%). Em termos acumulados, o custo médio dos materiais avançou 5,82% até maio, acelerando em relação ao registrado até abril (3,79%), resultado consideravelmente abaixo da taxa registrada nos primeiros cinco meses de 2021 (14,04%), como ilustra o gráfico a seguir. Com respeito à taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, esta passou de 19,71% até abril para 18,89% até maio, seguindo a trajetória de desaceleração iniciada em agosto de 2021 (quando a variação foi de 37,69% até aquele mês).

Por fim, com relação ao custo médio da mão de obra, a variação foi de 2,49% em maio - a maior taxa mensal desde julho de 2021, quando esta foi de 2,52%, superando, inclusive, o resultado de mesmo mês de 2021 (0,58%). De acordo Augusto Oliveira, gerente do Sinapi, em nota do IBGE, vários acordos coletivos firmados em maio acabaram por pressionar o custo da mão de obra, sendo que, ainda segundo o gerente, “essa recomposição salarial atinge todas as categorias profissionais, tanto os que ganham o piso, quanto os que ganham acima, impactando no índice”.

Com isso, a variação acumulada no ano passou de 3,12% até abril para 5,69% até maio, superando o resultado dos últimos anos para o mesmo período. A taxa de variação acumulada nos últimos doze meses do custo da mão de obra seguiu em aceleração, em um ritmo relativamente maior, passando de 8,53% até abril para 10,59% até maio.

Em termos monetários, em maio, o custo nacional médio chegou a R$ 1.601,76 por metro quadrado, com R$ 962,98 correspondendo ao componente material e R$ 638,78, à mão de obra. Em termos regionais, os custos, por metro quadrado, foram de R$ 1.590,14 na região Norte, de R$ 1.489,50 na região Nordeste, de R$ 1.676,34 no Sudeste, de R$ 1.649,32 no Sul e de R$ 1.623,17 na região Centro-Oeste.

FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS

De acordo com informações da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP) e do Banco Central do Brasil, as operações contratadas com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que correspondem ao conjunto dos financiamentos para a construção e para a aquisição de imóveis, atingiram R$ 17,032 bilhões em maio. Esse valor ficou 12,0% abaixo do montante registrado em igual mês do ano passado, já considerada a inflação do período, a quarta variação negativa consecutiva nessa base de comparação interanual.

O resultado acumulado no ano seguiu em território negativo, com a retração do valor dessas operações passando de -23,7% até abril para -21,2% até maio, em termos reais. Como resultado, a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses dessas operações seguiu em forte desaceleração nesse período, tornando-se negativa ao passar de 4,4% até abril para -0,9% até maio, já considerada da inflação. Como mencionado em notas anteriores, essa trajetória de desaceleração teve início ainda em julho de 2021, após a taxa atingir o pico de 59,8% de variação no acumulado até junho daquele ano, encerrando 2021 com 31,7% de crescimento.

Desagregando o resultado total, as operações destinadas à aquisição atingiram R$ 12,150 bilhões em maio, o que correspondeu a uma queda de -25,6% frente ao mesmo mês de 2021, em termos reais. Assim como foi observado para o total das operações, essa é a quarta retração consecutiva no ano nesta base de comparação. Apesar do desempenho em maio, no acumulado nos primeiros cinco meses do ano, a trajetória negativa da taxa de variação do valor das operações para aquisição ficou estável, passando de -27,8% até abril para -27,3% até maio, já considerada também a inflação do período.

A taxa de variação acumulada nos últimos doze meses seguiu em desaceleração, entrando em campo negativo, o que influenciou largamente o resultado agregado, passando de 6,6% até abril para -1,2% até maio, em termos reais. As operações contratadas para construção, por sua vez, somaram R$ 4,882 bilhões em maio, valor 62,0% superior ao montante registrado no mesmo mês do ano passado, considerada a inflação. Esse desempenho positivo interrompeu dois meses consecutivos de variação negativa nessa base de comparação interanual.

Com isso, o resultado acumulado no ano até maio foi de 9,2%, em termos reais, frente ao observado no mesmo período de 2021. Nesse contexto, a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses passou de -3,3% até abril para 0,2% até maio, revertendo o resultado negativo do mês anterior, já incorporada a inflação nos dois casos.

Com respeito ao número de unidades financiadas, o total foi em maio de 71.654 unidades com recursos do SBPE, das quais 30.206 unidades corresponderam a operações para construção e 41.448 unidades para aquisição. Na comparação com maio do ano passado, houve crescimento apenas para o número de unidades financiadas para construção, com alta de 42,6%, sendo que, no caso das unidades financiadas para aquisição, houve uma queda de -20,3%, o que levou a uma retração -2,1% para o total de unidades financiadas. Como consequência desse quadro, no acumulado no ano até maio, a evolução do número de unidades financiadas para aquisição seguiu negativa, com retração de -20,2% frente ao mesmo período do ano passado, enquanto a trajetória do número de unidades para construção seguiu positiva (7,1%). Como o peso da primeira categoria é relativamente maior, o total de unidades financiadas apresentou retração de -11,7% no acumulado nos primeiros cinco meses do ano.

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