O prefeito Fernando Haddad e parte de seu secretariado se reuniram ontem com empresas do setor de infraestrutura para tratar das obras de mobilidade urbana, habitação, saúde e saneamento que serão tocadas durante a gestão petista em São Paulo. O encontro resultou em um pacto entre a prefeitura e empresários, que ofereceram assessoria técnica e jurídica aos projetos em andamento na carteira da administração pública paulistana. O total de obras está avaliado em cerca de R$ 31 bilhões.

De acordo com Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), onde foi realizada a reunião, o prefeito aceitou a cooperação e a assistência das empresas. A medida tem a intenção de dar celeridade na confecção, liberação e execução dos projetos.

A prefeitura investe por ano cerca de R$ 3,4 bilhões em obras de infraestrutura. A administração Haddad quer dobrar esse montante, utilizando para esse fim recursos do governo federal concedidos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os R$ 8 bilhões anunciados na semana passada pela presidente Dilma Rousseff para obras de transporte, drenagem, habitação e em mananciais em São Paulo praticamente financia a mudança de patamar de investimento, segundo o prefeito. "Se dividir isso pelos próximos três anos, chegamos quase aos R$ 3 bilhões por ano adicionais que desejamos", afirmou.

De acordo com Haddad, a prioridade hoje está no "destravamento" de obras viárias, como os corredores de ônibus. "Depois disso, ainda neste segundo semestre, vamos focar nas obras de caráter social, como escolas, creches e hospitais", disse.

Falando para um auditório cheio, com cerca de 80 empresários, o petista estava acompanhado dos secretários da habitação, de transporte e de obras. Mais tarde, Haddad disse que as investigações sobre a suposta realização de cartel em concorrências nos transportes metropolitanos na década passada interessam à prefeitura. Contudo, é preciso esperar as investigações serem concluídas e a Justiça julgar o caso para saber se a cidade foi lesada.

"Mas não estou a par do período em que aconteceu e em quais empreendimentos pode ter havido irregularidades. Pelo que foi divulgado, não dá pra ter segurança de que os investimentos da prefeitura foram prejudicados. O processo corre em segredo de Justiça, só tenho acesso ao que sai pela imprensa", disse.

O resultado da licitação da Linha 6-Laranja do Metrô, para a qual não houve interessados, foi avaliada como preocupante pelo petista. A obra faz parte do projeto paulistano de sediar a Expo 2020, feira mundial de negócios com duração de seis meses. Apesar de não ser considerada "essencial" à candidatura, a linha está no pacote de estrutura oferecido por São Paulo aos organizadores.

Por outro lado, o prefeito minimizou o resultado e disse que há tempo hábil para o modelo da licitação ser refeito - para atrair investidores - e para a obra ficar pronta até 2020.

Também foi confirmada para a próxima semana o anúncio pública do novo Plano Diretor da cidade, que visa "a desconcentração de renda e trabalho por meio de estímulos econômicos e fiscais".