O diretor-executivo de ferrosos da Vale, José Carlos Martins, disse ontem que a mineradora pode voltar a investir na produção de aço no Estado. "Temos analisados investimentos na área de siderurgia, inclusive em Minas Gerais", disse, após formalizar investimentos da ordem de R$ 9,4 bilhões na área de exploração mineral no Estado até 2014. A afirmação é uma resposta ao presidente Lula e ao próprio governo do Estado, que pressionam a Vale a agregar valor ao minério de ferro, matéria-prima para a produção de aço. A expectativa é que, até o fim do ano, a mineradora anuncie projeto na área de siderurgia em Minas.

A Vale desenvolve atualmente quatro projetos no segmento siderúrgico, nenhum no Estado. "A Vale sempre esteve envolvida em projetos siderúrgicos em Minas Gerais. Seja direto ou indiretamente", ressaltou. Ao lado do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, Martins defendeu que os investimentos realizados pela mineradora no Estado agrega valor, mesmo indiretamente, na economia mineira. Segundo ele, durante a implantação de três projetos de mineração no Estado cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos serão gerados pela empresa.

Quando entrarem em operação, eles irão demandar 2.200 postos de trabalho. Martins lembrou que o aporte de R$ 9,4 bilhões vai impactar a cadeia produtiva, na compra de equipamentos, insumos e serviços. "Sempre demos preferência a fornecedores do Estado", completou. O executivo disse ainda que boa parte dos investimentos é para aproveitar itabiritos (tipo de minério) pobres, que seriam descartados. Detalhes Apolo - Será instalado entre os municípios de Caeté e Santa Bárbara. Consiste na construção de uma mina com capacidade de produção de 24 milhões de toneladas de minério de ferro/ano. Início de operação em 2014. Conceição-Itabiritos - Trata-se da implantação de uma nova mina para o aproveitamento de itabiritos, com o aumento da produção para 12 milhões de toneladas de minério de ferro/ano. Vargem Grande - Consiste no aproveitamento de minérios "pobres", com produção prevista de 10 milhões de toneladas de minério de ferro/ano.

Total de investimentos: R$ 9,4 bilhões Empregos na fase de construção: 10 mil entre diretos e indiretos. Empregos gerados na fase de operação: 2.200 Cotação Mineradora defende reajuste imediato O diretor de ferroso da Vale, José Carlos Martins, defendeu um novo reajuste para o preço do minério de ferro. Com a crise, a Vale reduziu entre US$ 55 a 60 o preço da tonelada da commodity. “Esse preço está completamente fora da realidade e precisa ser corrigido”, disse. Ele não quis comentar sobre qual seria a recomposição ideal. O mercado especula que pode ser de 80% em duas parcelas. “Não confirmo, não desminto e não comento”, limitou-se. No mercado chinês, principal consumidor, a tonelada do produto varia de US$ 130 (com frete) a US$ 100 (sem frete). “Nossa política é ter um preço equivalente ao que figura no mercado”. Com a recuperação da economia, a demanda voltou a pressionar os preços. A Vale, segundo Martins, está operando “no máximo de sua capacidade”. “Nosso nível de produção está um pouco mais baixo por causa das chuvas”, disse. O mercado deve se manter aquecido.