Com investimentos em projetos de infraestrutura de transporte, espera-se que a indústria da construção civil da Alemanha recupere o impulso e cresça 1,9% este ano.

Apesar do aumento dos custos, a indústria registrou um bom início de ano, com o valor do mercado expandindo-se em 2,2% no primeiro trimestre na comparação ano a ano, como revela o mais recente relatório da GlobalData sobre o país (Germany Construction Market Size, Trends and Forecasts by Sector – Commercial, Industrial, Infrastructure, Energy and Utilities, Institutional and Residential Market Analysis, 2022-2026).

"A indústria alemã de construção deve registrar um crescimento médio anual de 1,8% entre 2023 e 2026, apoiada pelo investimento do governo em projetos de infraestrutura, além de obras residenciais e de energia renovável”, avalia Danny Richards, economista líder da GlobalData.

“Entretanto, as perspectivas no curto prazo estão sujeitas a impactos negativos relacionados à invasão da Ucrânia, que pesou sobre a confiança dos investidores e elevou ainda mais os preços da energia e de materiais de construção", observa.

O relatório aponta ainda que o governo alemão revisou a previsão de inflação de 3,3% para 6,1% este ano. Após a invasão russa da Ucrânia, a inflação em março subiu para seu nível mais alto em 40 anos, à medida que os preços do gás natural e produtos petrolíferos aumentaram.

Para ajudar os consumidores a enfrentar o aumento dos custos de energia e a Alemanha a reduzir sua dependência do gás russo, o governo anunciou medidas de incentivo no valor de 16 bilhões de euros (19,1 bilhões de dólares) ainda em março.

"Apesar dos preços altos dos materiais, espera-se que a indústria registre crescimento em 2022 devido aos significativos investimentos planejados, principalmente nos segmentos de transporte, energia e serviços públicos, em contraste com a contração observada no ano passado”, prossegue Richards.

"O novo governo Scholz, empossado em dezembro de 2021, também deve facilitar o crescimento da indústria, pois tem prioridades como a extensão das políticas de controle de aluguéis, construção de 400 mil novos apartamentos por ano – incluindo 100 mil unidades de habitação social –, expansão da geração de energia renovável, fortalecimento das redes de transporte público e aumento do salário-mínimo de menos de 10 euros/hora atualmente para 12 euros/hora", descreve.