O uso da tecnologia no transporte rodoviário de cargas vem sendo um grande aliado para o setor, tanto para os profissionais quanto para as transportadoras, que vêm se beneficiando de softwares e dispositivos que facilitam e agilizam algumas rotinas.

Porém, o fator tecnológico não está direcionado somente a processos empresariais e logísticos. Nos últimos anos, esse agregador tem se expandido às marcas que desenvolvem caminhões e implementos rodoviários e que buscam novas soluções para se manterem atrativas no mercado.

Com isso, as feiras relacionadas ao setor de transporte e logística vêm sendo fomentadas para que as empresas e lideranças do segmento possam entender os movimentos de cada fornecedor.

Um exemplo recente é a IAA Transportation 2022, realizada em Hannover, na Alemanha, considerada o maior salão de transporte e logística e que reúne toda a indústria automotiva para apresentar inovações às empresas do setor.

Segundo Danilo Guedes, CEO da ABC Cargas, é extremamente importante que as pessoas ligadas a esse nicho participem dessas exposições.

"Várias startups especializadas estão presentes na feira, focando em gestão de combustíveis, monitoramento de transportadores e telemetria”, descreve o executivo.

“É muito importante que o setor se mantenha antenado nas novidades e novas empresas, que buscam modelos cada vez mais atuais de negócios em um segmento tão tradicional", ressalta.

Durante a exposição, marcas como Ford, Iveco, Mercedes-Benz, Scania, Volvo e DAF puderam levar os principais protótipos que ainda serão desenvolvidos.

Embora as novas tendências estejam sendo demonstradas em terras estrangeiras, muitos empresários e empresas acreditam que isso terá um impacto também no solo brasileiro.

“Caminhões elétricos, a gás e movidos a hidrogênio foram as principais novidades da IAA”, destaca Guedes.

“Ver essas inovações de perto faz com que, de alguma maneira, a iniciativa privada pressione o governo para acelerar as transformações na matriz energética do Brasil”, acentua.

Com a chegada do Euro 6 em 2023, foi exigido que alguns expositores tivessem uma linha de produção diferente, aportando investimentos em uma nova geração de motores mais sustentáveis.

“Além de ver as novidades dos caminhões, meu foco específico na feira foi buscar inovações em carretas (pranchas para caminhões) e dispositivos para melhorar a eficiência em relação a avarias e redução de custos”, acrescenta o CEO.

No entanto, para que essas tendências cheguem de forma gradativa ao país, as lideranças governamentais precisam investir na infraestrutura.

“Uma mudança de modal leva anos para acontecer. Não é somente uma pré-disposição ou um planejamento de longo prazo que trará outras possibilidades de modais ao Brasil”, avalia.

“Temos que considerar que somos um país de tamanho continental e com um relevo bem complicado em algumas regiões, que levaria muito tempo e alto investimento do setor público”, ele pondera.

Por outro lado, mesmo que exista destaque para as novidades vinda da Europa, o Brasil também é pioneiro em apresentar novidades que dão esperança de uma evolução mais sustentável.

É o caso do Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas (Fenatran), em novembro, que deve ajudar as lideranças do setor a se situarem sobre as novidades surgidas recentemente.

“A chegada do Euro 6 dá um peso maior para que a indústria automotiva apresente suas melhores referências”, finaliza o executivo.