O FI-FGTS foi formado com recursos oriundos do patrimônio do FGTS (em excesso aos valores depositados nas contas vinculadas dos trabalhadores) e tem como objetivo financiar empresas e projetos ligados a infraestrutura, tanto com compra de ações como por meio de títulos de dívida.

Criado em 2008 com investimento inicial próximo de R$ 9 bilhões, o FI-FGTS recebeu sucessivos aportes nos últimos anos e tinha em junho ativos totais de R$ 27 bilhões. No ano passado, o lucro do fundo foi de R$ 1,66 bilhão, com a rentabilidade ficando em 7,22% (sem o ajuste no Rede).

A maior parte da carteira, o equivalente a R$ 14,34 bilhões, está aplicada em debêntures. Em junho, os maiores devedores do fundo eram BNDESPar (R$ 5,4 bilhões), a empresa que investirá em sondas de petróleo Sete Brasil (R$ 1,9 bilhão), a hidrelétrica Santo Antônio Energia (R$ 1,65 bilhão) e a Eldorado Brasil Celulose (R$ 978 milhões).

Em seguida na lista aparece a LLX, controlada por Eike Batista, com valor total a pagar de R$ 829 milhões. No balanço de março da LLX, que tem como objetivo a construção de um porto no litoral norte do Rio de Janeiro, uma parcela desses recursos, de R$ 476 milhões, aparece numa espécie de conta bloqueada, uma vez que a liberação para a empresa depende de comprovação dos investimentos.

O FI-FGTS ainda tem R$ 5,5 bilhões aplicados em operações compromissadas e uma carteira de ações de empresas não listadas em bolsa, no valor de R$ 5,4 bilhões. O maior investimento societário do fundo é na Odebrecht TransPort Participações, no valor de R$ 2 bilhões. O fundo possui 30% do capital da empresa, que controla concessionárias de rodovias e tem participações na Supervia, operadora de trens metropolitanos do Rio, e na ViaQuatro, que opera a linha amarela do metrô de São Paulo.