O pedido da Bertin Energia se refere às usinas MC2 Santo Antônio de Jesus, MC2 Governador Mangabeira, MC2 Nossa Senhora do Socorro, MC2 Sapeaçu, MC2 Camaçari II e MC2 Camaçari III. Juntas, essas seis térmicas somam 1.056 megawatts (MW) de potência e foram outorgadas em 2008, com previsão de entrega em janeiro de 2013. Elas tiveram energia vendida em leilão a um preço de aproximadamente R$ 146 por megawatt-hora.

Conforme plano de reestruturação formulado recentemente, a Bertin se compromete a construir esse parque de usinas, localizado na Bahia. Para isso, no entanto, pretende aproveitar as obras em execução de outras seis termelétricas na Bahia. Essas térmicas foram leiloadas também em 2008, mas com previsão de entrega em janeiro de 2011, além de terem preço menor: cerca de R$ 126 por MWh. Como os dois grupos de usinas são “irmãos gêmeos” têm a mesma estrutura técnica, a mesma localização e a mesma capacidade de geração –, a intenção da Bertin é transferir os contratos de um para outro. Com isso, ela planeja atenuar as penalidades com multas por atrasos. Para viabilizar o plano, no entanto, quer efetuar a cobrança de uma tarifa de R$ 146 por MWh.

É esse último ponto que enfrenta forte resistência na Aneel. Na semana passada, um pedido semelhante foi rejeitado pela diretoria colegiada da agência. O pedido se referia às usinas Messias e Suape II, que se juntariam ao novo “cluster” de térmicas. A Bertin queria a manutenção do preço de R$ 146 por MWh. A Aneel autorizou a mudança, mas somente com a preservação da tarifa mais baixa, o que compromete o plano de negócios da Bertin.