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Químicas dependem de recursos para aproveitarem potencial do saneamento

Fabricantes buscam novos produtos para atender demanda mais complexa por tratamento. Com índice de coleta de esgoto de apenas 55%, o País ainda é um mercado promissor para a indústria

DCI

29/06/2017 09h03 | Atualizada em 29/06/2017 12h38


A indústria química vê potencial no segmento de saneamento no Brasil. Mas a expansão dos negócios dependerá de aporte público e privado na coleta e tratamento de esgoto.

"O potencial para a indústria de insumos químicos é grande, mas qualquer mudança no cenário pode fazer esse mercado [de saneamento] crescer ou ficar estagnado por muitos anos", observa a diretora da consultoria Maxiquim, Solange Stumpf.

Segundo ela, a expansão da demanda de químicos no segmento de tratamento depende muito de investimentos. E, em anos anteriores, quando a economia brasileira ainda estava em crescimento, o aporte em infraestrutura de saneamento não deslanchou, o que tem levado a estabilidade e até mesmo queda na demanda por insumos de tratamento.

Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Cloro, Álcalis e Derivados (Abiclor) mostram queda de 12,7% nas vendas da categoria de cloro para o tratamento de água no País em 2016.

"Acompanhando o que aconteceu nos últimos anos, fica evidente que toda essa área de infraestrutura está parada, seja pela questões políticas, econômicas ou regulatórias. Até vemos uma perspectiva de retomada de investimentos, mas que por enquanto não se confirmou na prá

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A indústria química vê potencial no segmento de saneamento no Brasil. Mas a expansão dos negócios dependerá de aporte público e privado na coleta e tratamento de esgoto.

"O potencial para a indústria de insumos químicos é grande, mas qualquer mudança no cenário pode fazer esse mercado [de saneamento] crescer ou ficar estagnado por muitos anos", observa a diretora da consultoria Maxiquim, Solange Stumpf.

Segundo ela, a expansão da demanda de químicos no segmento de tratamento depende muito de investimentos. E, em anos anteriores, quando a economia brasileira ainda estava em crescimento, o aporte em infraestrutura de saneamento não deslanchou, o que tem levado a estabilidade e até mesmo queda na demanda por insumos de tratamento.

Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Cloro, Álcalis e Derivados (Abiclor) mostram queda de 12,7% nas vendas da categoria de cloro para o tratamento de água no País em 2016.

"Acompanhando o que aconteceu nos últimos anos, fica evidente que toda essa área de infraestrutura está parada, seja pela questões políticas, econômicas ou regulatórias. Até vemos uma perspectiva de retomada de investimentos, mas que por enquanto não se confirmou na prática", diz a especialista.

O índice de coleta de esgoto no Brasil, de apenas 55,17%, de acordo com os últimos dados disponíveis no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), reflete o potencial desse mercado.

"A demanda ainda está muito aquém da real necessidade. Falamos muito da universalização do saneamento, mas se fizermos as contas, [essa meta] que deveria acontecer em 2030, só deve se confirmar em 2050", cita o diretor do negócio de água da Dow para América Latina, Renato Ramos.

Na crise hídrica enfrentada por parte do País em 2014 e 2015, muitas indústrias e a iniciativa pública se viram obrigadas a buscar fontes alternativas de captação de água, além de adotar o reúso e ampliar o tratamento de esgoto. Mas, passado o cenário crítico, as fontes ouvidas pelo DCI veem uma acomodação da busca por melhorias e aportes.

Desafios

Na avaliação do executivo da Dow, embora faltem investimentos no segmento, o principal problema é a falta de um diálogo comum a todos os envolvidos. "Não acredito que seja só a questão financeira [o problema]", comenta ele.

Já na avaliação do presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, a falta de aportes é um dos principais entraves hoje, além da necessidade de avançar com a agenda de mudanças no segmento.

"O governo está tentando atrair investidores em parcerias com empresas estaduais, assim você permite um ganho de escala e consegue atender mais rapidamente [as demandas] de dezenas de municípios", avalia Carlos.

Os especialistas destacam que, enquanto a agenda de investimentos não avança, as demandas para o tratamento não param de mudar.

Segundo Ramos, da química Dow, os problemas relacionados à água contaminada e ao estresse hídrico estão aumentando em todo o mundo.

"Outro ponto importante nos investimentos é que toda essa demanda existente [no saneamento] não é só por quantidade, mas qualidade e, nesse aspecto, esbarramos na falta de conhecimento tecnológico", afirma ele.

Para o executivo, a água e o esgoto exigem tratamentos cada vez mais complexos. Mas as tecnologias utilizadas atualmente, incluindo os insumos químicos, ainda não mudaram muito. O Brasil, comenta, está atrás de países como Argentina, Chile e México na aplicação de novas tecnologias.

O custo de investir nessas novas soluções em químicos no segmento, defende ele, precisa passar por uma análise do retorno obtido. "Ainda existe o preconceito de que toda nova tecnologia é cara, mas é preciso fazer um estudo de viabilidade para cada projeto para avaliar se, em casos nos quais você precisa trazer água de 350 quilômetros de distância, é melhor tratar a água disponível mais próxima", detalha.

Já Solange, da Maxiquim, pondera que o custo dos insumos químicos também é uma barreira para o tratamento de água, por ser o principal componente dos custos, quando a infraestrutura da rede já existe.

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