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Os impactos da pandemia no comércio exterior

Nos portos já há falta de contêineres, além de a disponibilidade de espaço em navios e aeronaves estar extremamente restrita, ocasionando sobretaxa nos embarques

Assessoria de Imprensa

16/04/2020 11h00 | Atualizada em 16/04/2020 13h27


Por Renan Rossi Diez*

Estamos vivenciando um momento singular. O mundo trava uma guerra árdua contra uma ameaça invisível e, em meio à essa batalha, um novo risco vem à tona, com as dificuldades econômicas decorrentes da pandemia. Certamente, ainda haverá grandes desafios pela frente, mas o mais importante precisa ser enfrentado agora.

O mundo sempre foi polarizado, mas agora a briga é sobre quem deve vir primeiro, se a saúde ou a economia. Melhor seria perguntar qual a melhor estratégia para vencermos essas duas crises ao mesmo tempo.

Afinal, não se trata de descobrir qual dessas ameaças é mais nociva, mas sim de como vencê-las antes de um colapso conjunto na saúde e na economia.

Especialista em saúde pública e medicina preventiva, o dr. David Katz dá o tom em oportuno artigo publicado no jornal The New York Times, onde diz que “há três objetivos neste momento: salvar tantas vidas quanto possível, garantir que o sistema de saúde não entre em colapso e, ainda, que a economia não seja destruída nesse processo de se atingir os dois primeiros objetivos, per

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Por Renan Rossi Diez*

Estamos vivenciando um momento singular. O mundo trava uma guerra árdua contra uma ameaça invisível e, em meio à essa batalha, um novo risco vem à tona, com as dificuldades econômicas decorrentes da pandemia. Certamente, ainda haverá grandes desafios pela frente, mas o mais importante precisa ser enfrentado agora.

O mundo sempre foi polarizado, mas agora a briga é sobre quem deve vir primeiro, se a saúde ou a economia. Melhor seria perguntar qual a melhor estratégia para vencermos essas duas crises ao mesmo tempo.

Afinal, não se trata de descobrir qual dessas ameaças é mais nociva, mas sim de como vencê-las antes de um colapso conjunto na saúde e na economia.

Especialista em saúde pública e medicina preventiva, o dr. David Katz dá o tom em oportuno artigo publicado no jornal The New York Times, onde diz que “há três objetivos neste momento: salvar tantas vidas quanto possível, garantir que o sistema de saúde não entre em colapso e, ainda, que a economia não seja destruída nesse processo de se atingir os dois primeiros objetivos, permitindo salvar ainda mais vidas.”

Equalizar esses fatores é urgente. As estatísticas mudam rapidamente, mas até ontem (15 de abril), haviam sido registradas quase 140 mil mortes em todo o mundo – sendo 1.760 delas no Brasil – pela pandemia do novo Coronavírus, que já contaminou mais de dois milhões de pessoas em praticamente todos os países nos cinco continentes.

Enquanto isso, o caos econômico está batendo às nossas portas. O comércio exterior é um exemplo disso. Nos portos, já há falta de contêineres, em sua maioria parados, além de a disponibilidade de espaço em navios e aeronaves estar extremamente restrita, ocasionando sobretaxa nos embarques.

Mais que isso, como algumas fronteiras ainda estão fechadas em território chinês, já há carência até mesmo de papelão para embalar cargas com destino à exportação.

Do mesmo modo, os aviões cargueiros disponíveis no mercado – e nem todos os países têm voos cargueiros diretos com destino ao Brasil – já não dão conta do tráfego de cargas.

E, como se sabe, a indústria brasileira depende de produtos importados para garantir sua retomada, o que deve tornar-se evidente com o provável congestionamento do tráfego internacional nos portos e aeroportos após o encerramento das restrições.

Os custos aumentam cada vez que um exportador enfrenta dificuldades no embarque e desembarque de seus produtos. Sem a diluição de cargas em voos comerciais de passageiros, por exemplo, uma vez que os aeroportos permanecem fechados para eles, os preços das tarifas sobem progressivamente.

A mesma coisa ocorre nos portos, onde o custo da diária de um navio varia de 50 mil a 100 mil dólares. E alguém certamente vai pagar essa conta.

Propostas
Para contrapor-se à situação, o Brasil reduziu para zero a alíquota do imposto de importação de mercadorias essenciais ao combate da Covid-19, bem como facilitou sua liberação, a fim de evitar o desabastecimento.

Além disso, a Receita Federal já liberou a entrada de 500 mil testes para a detecção do Coronavírus e, até o final de abril, 5 milhões de kits devem chegar ao país pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).

Considerando-se os impactos no cenário do comércio exterior, também já circulam propostas emergenciais de auxílio às empresas brasileiras, incluindo dilatação temporária dos períodos de armazenagem e liberação automática para empresas classificadas como de baixo risco em relação às obrigações aduaneiras.

São caminhos que podem ajudar-nos a atravessar a tempestade, pois a ameaça é iminente e já não há chance de risco zero. Mas a hora é de ação. A velocidade de transmissão do vírus e seu amplo alcance geográfico impõem o caos aos sistemas de saúde e, simultaneamente, aos mercados mundiais. Por isso, precisamos agir em conjunto, em uma luta que é de todos.

*Renan Rossi Diez é diretor da Intervip Comércio Exterior

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