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Infraestrutura e produtividade são os caminhos da recuperação econômica

Para o ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, o Brasil só vai avançar se pensar em aumentar a produtividade, além, é claro, de trabalhar pela estabilidade dos fatores econômicos

Agência Telebrasil

01/10/2020 11h00


O Brasil precisa investir mais e melhor em infraestrutura, com um grande suporte da tecnologia e da inovação, para voltar a crescer, advertiu o ex-ministro da Fazenda e secretário de Fazenda do estado de São Paulo, Henrique Meirelles, ao participar do debate Política econômica da pandemia e o setor de telecom, no Painel Telebrasil 2020, realizado na semana passada.

Segundo Meirelles, o momento é de buscar maior produtividade. "Nossa produtividade, se comparada à dos Estados Unidos, é muito baixa, em torno de 25%. Precisamos das reformas, de equalizar a questão fiscal, que é uma preocupação constante e diária, mas temos de produ

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O Brasil precisa investir mais e melhor em infraestrutura, com um grande suporte da tecnologia e da inovação, para voltar a crescer, advertiu o ex-ministro da Fazenda e secretário de Fazenda do estado de São Paulo, Henrique Meirelles, ao participar do debate Política econômica da pandemia e o setor de telecom, no Painel Telebrasil 2020, realizado na semana passada.

Segundo Meirelles, o momento é de buscar maior produtividade. "Nossa produtividade, se comparada à dos Estados Unidos, é muito baixa, em torno de 25%. Precisamos das reformas, de equalizar a questão fiscal, que é uma preocupação constante e diária, mas temos de produzir mais e melhor", afirmou.

Para o ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, o Brasil só vai avançar se pensar em aumentar a produtividade, além, é claro, de trabalhar pela estabilidade dos fatores econômicos.

"Nós não vamos crescer gastando mais, mas produzindo mais. Manter o teto de gastos é fundamental; e ainda somos um dos países mais fechados do mundo. Abrir terá consequências, mas acho que elas são necessárias. Se falamos em produtividade e eficiência, precisamos nos abrir para o mundo", pontuou.

O ex-ministro do Planejamento no governo Michel Temer, Dyogo Oliveira, endossou a prioridade dada à produtividade. Ele lembrou que o setor de telecomunicações é um dos mais tributados do mundo, e a reforma tributária precisa ser feita para melhorar.

"Não basta reformas por reformas. Se a reforma tributária aumentar ainda mais a carga do setor de telecom, não vai funcionar. Precisamos fazer algo melhor do que existe hoje, e não piorar", advertiu o economista.

Teto de gastos
No cenário macroeconômico do Brasil no pós-pandemia, Meirelles, Goldfajn e Oliveira foram unânimes ao dizer que o Brasil tem a missão de fazer o dever de casa para garantir a taxa de juros baixa e transmitir confiança aos investidores de que as medidas econômicas adotadas estão sob o controle, em especial, a dívida pública, que aumentou para mais de 90% do Produto Interno Bruto. Um ponto é considerado chave: a manutenção do teto de gastos.

"Temos de ter absoluta obediência ao teto de gastos. Sabemos que a tentação é grande, mas só teremos confiança numa trajetória sustentável se o país der condições aos investidores. O Banco Central tem de ter estabilidade para aplicar uma política conservadora, com controle de inflação e uma taxa de juros baixa para favorecer o crescimento", insistiu Meirelles.

Para Ilan Goldfajn e Dyogo Oliveira, não há uma única medida salvadora para fomentar a recuperação econômica, mas o Brasil precisa investir melhor em educação e saúde.

Eles lembram que, mais do que gastar com educação, o momento é de discutir a qualidade do gasto para assegurar prioridades como o fizeram países como Japão, Coreia e China, hoje com grande crescimento econômico e social.

Retomada
O presidente executivo do SindiTelebrasil, Marcos Ferrari, ao abrir o debate, observou que o Brasil parece encontrar caminhos para buscar uma recuperação econômica, uma vez que o panorama Focus, divulgado no dia 21 de setembro, está prevendo uma retração de 5,05% na economia nacional em 2020, um índice melhor que os -6,5% previstos em junho, quando o tombo da economia se mostrava mais desalentador.

Essa melhora se deu, especialmente, por conta das medidas tomadas para manter a economia funcionando no período mais grave do isolamento social.

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