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Economia fraca pode levar a indústria a rever investimentos

Fabricantes de máquinas e equipamentos mantêm foco em setores aquecidos, como a mineração

Valor Econômico

17/05/2018 12h47 | Atualizada em 17/05/2018 16h14


Com desempenho aquém do esperado, a indústria de bens de capital mecânicos pode revisar a projeção de crescimento para baixo neste ano. Neste cenário, empresas devem manter o foco em mineração e papel e celulose, além de serviços, para superar o momento econômico do País.

“O desempenho foi frustrante no 1° trimestre, não ocorreu um crescimento econômico robusto o bastante para configurar uma retomada e engrenar toda a cadeia”, avalia o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin.

Ele aponta a capacidade ociosa da indústria, instabilidade política e dificuldade no crédito como principais fatores para o quadro atual. “Está ocorrendo um investimento pequeno na indústria, mais voltado para modernização, substituição e eficiência. Isso não tem a mesma potência de grandes aportes em expansão, que é o que faz a economia girar.”

Em coletiva de imprensa recente, o diretor de competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mario Bernardini, fez um diagnóstico parecido. “O crescimento é mais modesto que o esperado. O investimento está sendo feito em substituição de ma

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Com desempenho aquém do esperado, a indústria de bens de capital mecânicos pode revisar a projeção de crescimento para baixo neste ano. Neste cenário, empresas devem manter o foco em mineração e papel e celulose, além de serviços, para superar o momento econômico do País.

“O desempenho foi frustrante no 1° trimestre, não ocorreu um crescimento econômico robusto o bastante para configurar uma retomada e engrenar toda a cadeia”, avalia o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin.

Ele aponta a capacidade ociosa da indústria, instabilidade política e dificuldade no crédito como principais fatores para o quadro atual. “Está ocorrendo um investimento pequeno na indústria, mais voltado para modernização, substituição e eficiência. Isso não tem a mesma potência de grandes aportes em expansão, que é o que faz a economia girar.”

Em coletiva de imprensa recente, o diretor de competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mario Bernardini, fez um diagnóstico parecido. “O crescimento é mais modesto que o esperado. O investimento está sendo feito em substituição de maquinário, não em expansão.”

O vice-presidente da Metso Brasil, Marcelo Motti, aponta que com a crise, a indústria acabou reduzindo seu índice de ocupação. “Foram feitos muitos investimentos entre 2012 e 2014 e, com a recessão, sobrou capacidade produtiva. Com uma retomada da demanda, as empresas estão investindo em eficiência para produzir mais com menos.”

Multinacional finlandesa, a Metso possui uma planta em Sorocaba (SP) e produz válvulas de controle de vazão para os setores de óleo e gás e papel e celulose, e máquinas de britagem e peneiramento para mineração e construção civil. “Cada segmento tem suas especificidades. Construção civil e óleo e gás ainda estão muito parados. Celulose segue muito bem e mineração está tendo uma retomada. A demanda global por minério de ferro vem aumentando o preço das commodities e impactando toda a cadeia”, aponta Motti. “Também atuamos no mercado de mineração nas Américas, especialmente Chile e Peru”, acrescenta. O executivo projeta crescimento global de 14% do faturamento, puxado não só pela venda de máquinas, mas de serviços. “Isso inclui treinamento de pessoal e revisão de peças. Corresponde a mais da metade do nosso negócio.”

Superando a crise

O diretor comercial e de marketing da KSB Brasil, Biagio Pugliese, prevê avanço do faturamento de 6% a 7% em 2018 no País. “Pelas condições de mercado, é um patamar bom. O 2° semestre vai ser complicado por conta das eleições. Muitos projetos ficam em espera.”

O grupo alemão possui duas unidades no interior de São Paulo, em Jundiaí, onde fabrica bombas e válvulas, e uma fundição em Americana. “Atuamos em diversos segmentos: construção civil, papel e celulose, açúcar e álcool, saneamento e petroquímica.” Pugliese avalia que o mercado está melhor do que no ano passado. “O agronegócio está forte. A área de saneamento foi boa no 1º quadrimestre, mas por causa das eleições isso vai parar. Já óleo e gás segue paralisado”, explica.

O executivo afirma que novas contratações não estão sendo feitas, mas que o movimento de demissões foi estancado. “Agora o emprego ficou estável e pudemos investir na área de eficiência e produtividade.”

O presidente da Vulkan Brasil, Klaus Hepp, conta que após sofrer durante a crise, a empresa vem passando por uma retomada desde o 2º semestre de 2017. “Tivemos vendas 20% maiores do que o previsto. A siderurgia está se recuperando e presenciamos um notável crescimento na exportação.”

Com uma planta em Itatiba (SP), a Vulkan produz acoplamentos, sistemas de frenagem, contra recuos e amortecedores para aplicações industriais e navais, fornecendo soluções para mineração, petróleo e gás, siderurgia, entre outros. “Em 2017, ajustamos nossas atividades e passamos a focar na venda de serviços. Não era o principal negócio estratégico, veio da demanda do cliente que quer reaproveitar o equipamento, especialmente na mineração e siderurgia”, explica Hepp. A empresa tem apostado também na expansão de suas atividades na América Latina. “Nos últimos dois anos abrimos escritórios de vendas na Colômbia e México. Também vendemos equipamentos para o setor de mineração no Peru e Chile.” O executivo afirma que desde 2016, essas exportações correspondem de 5% a 10% do total de vendas da Vulkan. “Pretendemos estender nossa penetração nesse mercado e chegar a 20% nos próximos cinco anos.”

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