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Construtoras encolhem 85% em três anos

A crise desse setor, que levou ao encolhimento dos negócios, resultou também na perda de 1 milhão de empregos formais no Brasil, entre 2014 e 2019, de acordo com dados do Sinicon

Valor Econômico

04/07/2019 11h00


As maiores construtoras brasileiras, que estiveram no coração da Operação Lava-Jato, encolheram drasticamente num curto espaço de tempo.

Do auge vivido em 2015 até o fim de 2018, a receita líquida das líderes registra um tombo de 85%, de R$ 71 bilhões para R$ 10,6 bilhões, de acordo com levantamento realizado pelo jornal Valor Econômico com base nos balanços das companhias.

Esse time inclui Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC Engenharia e Constran.

A OAS, que era a segunda maior desse ramo em 2015, ainda não publicou o balanço do ano passado e por isso não foi incluída no grupo.

Considerando a empresa e seus números até 2017, é possível verificar que em apenas dois anos, a receita despencou 75%, pois o volume faturado pelas oito maiores saiu de R$ 75,6 bilhões, em 2015, para R$ 18,3 bilhões, em 2017.

A explicação para a queda tão abrupta é um amálgama entre a própria Lava-Jato, que teve início em 2014, e a crise econômica nacional.

Mas

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As maiores construtoras brasileiras, que estiveram no coração da Operação Lava-Jato, encolheram drasticamente num curto espaço de tempo.

Do auge vivido em 2015 até o fim de 2018, a receita líquida das líderes registra um tombo de 85%, de R$ 71 bilhões para R$ 10,6 bilhões, de acordo com levantamento realizado pelo jornal Valor Econômico com base nos balanços das companhias.

Esse time inclui Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC Engenharia e Constran.

A OAS, que era a segunda maior desse ramo em 2015, ainda não publicou o balanço do ano passado e por isso não foi incluída no grupo.

Considerando a empresa e seus números até 2017, é possível verificar que em apenas dois anos, a receita despencou 75%, pois o volume faturado pelas oito maiores saiu de R$ 75,6 bilhões, em 2015, para R$ 18,3 bilhões, em 2017.

A explicação para a queda tão abrupta é um amálgama entre a própria Lava-Jato, que teve início em 2014, e a crise econômica nacional.

Mas, para completar, a situação das contas públicas sofreu grave deterioração e os orçamentos foram congelados, reduzindo os investimentos dos governos.

A crise desse setor, que levou ao encolhimento dos negócios, resultou também na perda de 1 milhão de empregos formais no Brasil, entre 2014 e 2019, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Construção Pesada e Infraestrutura (Sinicon).

O país inteiro, nesse período, teve redução de 2,6 milhões de postos formais – ou seja, esse ramo sozinho respondeu por quase 40% da perda de empregos.

A paralisação da economia nacional, em especial do investimento em infraestrutura, não permitiu um teste real sobre a sobrevivência desses negócios e, em especial, se o modelo de acordos de leniência serão suficiente para o perdão socioeconômico.

Dados do Sinicon apontam que o governo federal cortou pela metade os investimentos em infraestrutura. Em 2014, o total destinado a obras públicas superou R$ 100 bilhões e, no ano passado, ficou em R$ 53,7 bilhões.

As estatais federais, que foram grandes propulsoras da economia doméstica, investiram R$ 160,5 bilhões em 2013. Ano em que, segundo Ricardo Pessoa, um dos donos da UTC, relatou na CPI da Petrobras de 2015, só a petroleira investia cerca de US$ 1 bilhão a cada três dias. Foi a temporada das grandes refinarias, como as duas superobras Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a Refinaria do Nordeste (Rnest).

"O Brasil nunca viveu nada desse tipo. Tem sido um teste para verificar se temos aqui a cultura da preservação das empresas. Nós, que cumprimos com todos os ritos de uma agenda de transformação, com acordos, penas, reformas de governança e troca de lideranças, temos condições de sermos os vetores da mudança de paradigma desse mercado", defende Fabio Januário, presidente da OEC – Odebrecht Engenharia e Construção.

Mas, por enquanto, ainda não é possível ter certezas sobre o futuro. Na opinião de Venilton Tadini, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), as grandes continuarão se destacando.

"Infraestrutura requer economia de escala e o tamanho é fundamental. As médias têm limitações financeiras, de garantias." Mas, o cenário ainda é de crise, segundo ele. "Hoje ainda estamos em um processo de redução de mercado. Não tem obra nem para grandes, nem médias, nem pequenas."

Sem obras, a grande maioria das companhias entrou em colapso financeiro diante de redução tão abrupta. As primeiras a enfrentar dificuldades foram as mais expostas às obras da Petrobras.

Em 2015, a estatal simplesmente suspendeu o pagamento às construtoras, de obras já então realizadas, diante das revelações da Lava-Jato e da própria crise da petroleira.

Leonardo Coelho, da Alvarez e Marsal, administradora judicial que atuou e atua em diversos casos do setor, ressaltou que "não há uma solução que se aplique a todas em relação ao pagamento das dívidas".

As decisões, segundo ele, variaram muito segundo o perfil da dívida, quais os bancos, as garantidas dadas, e também de acordo com a estratégia adotada sobre quais ativos manter, no caso de grupos com vários negócios.

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